Publicado em 1 de setembro de 2020 às 05:01
A atividade econômica do Espírito Santo deve encolher 6,9% em 2020, segundo levantamento feito com exclusividade pelo economista Eduardo Araújo, com base em informações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil (IBCR-ES).>
O estudo aponta para uma retração econômica de cerca de 6,8% já no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019. O resultado foi puxado pelo setor de serviços, que responde por cerca de 60% da economia capixaba e registrou queda de 8,1% no acumulado do ano, segundo dados do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Na comparação com maio, o desempenho do setor encolheu 2,9% em junho.>
Os números refletem os impactos das medidas de distanciamento social adotadas desde a última quinzena de março. As ações para minimizar o avanço do novo coronavírus incluíram a suspensão de atividades educacionais, cinemas, teatros e afins, academias, shopping centers e comércios não essenciais durante a pandemia, por apresentarem intenso contato social. >
Apesar de o funcionamento de diversas categorias de estabelecimentos ter sido flexibilizado após a adoção do Mapa de Risco que classifica os municípios conforme a chance de contágio pelo novo coronavírus , o mau desempenho de bares proibido em cidades com risco moderado ou alto , restaurantes, hospedagem e transporte, por exemplo, deve contribuir, por mais algum tempo, para o encolhimento da atividade econômica do Estado.>
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Os dados também apontam crescimento de 0,1% na atividade econômica do Estado no último mês de junho em relação a maio, em decorrência da retomada do comércio. Na comparação com o mesmo período do ano passado, porém, foi registrada queda de 9,18%. >
A situação econômica no Estado melhora um pouco a cada dia. Porém, com o ritmo de recuperação atual é de se esperar que o volume de geração de riquezas encolha um pouco mais que a média nacional, observa Araújo.>
Eduardo Araújo
EconomistaA produção industrial de abril a junho no Estado recuou 29,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a última Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF Regional) do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE). >
A primeira mudança na tendência de queda observada desde o início deste ano foi no mês final do levantamento. Em junho, a produção industrial capixaba cresceu 0,4% em relação a maio.>
Embora ainda considere o cenário precário, o economista Marcelo Loyola Fraga destacou que projeções realizadas no início da pandemia da Covid-19 indicavam encolhimento ainda maior no desempenho das atividades econômicas do Estado de forma geral.>
Para uma retomada mais acelerada, dependemos muito do setor de serviços, que não deve se recuperar completamente este ano. Mas a indústria, por exemplo, deve apresentar melhoras conforme o mercado internacional vai retomando.>
Quanto ao mercado de trabalho, os economistas consideram que a tendência, por ora, é de que as taxas de desemprego permaneçam altas. >
A série histórica do levantamento apontou que o processo de retração da atividade econômica do Espírito Santo antecede a pandemia do novo coronavírus. Os dados do Banco Central indicam que, em março, quando as ações de enfrentamento à doença tiveram início no Estado, a economia capixaba já acumulava queda de 2,4% em relação aos 12 meses anteriores. >
Já vínhamos de uma situação ruim. A crise do novo coronavírus só fez ampliar perdas que já existiam, destacou o economista Eduardo Araújo. >
Conforme observou o economista Marcelo Loyola Fraga, as oscilações das commodities no mercado internacional são parte da razão. "O Espírito Santo é muito voltado para o mercado internacional, então sofre muito com essas variações. O preço do barril de petróleo, por exemplo, nos penalizou muito. E aí veio a pandemia e a situação desandou ainda mais.">
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