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Após trabalhador desaparecer no mar, marítimos no ES cobram segurança

Após trabalhador desaparecer no mar, marítimos no ES cobram segurança

Eric Barcelos Rangel, de 56 anos desapareceu no mar, no dia 1º, após rebocador afundar no litoral de Guarapari; sindicato afirma que combinação de jornadas prolongadas e número reduzido de tripulantes abre espaço para acidentes

Publicado em 20 de novembro de 2020 às 14:07

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Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário do ES realizará uma manifestação reivindicando mais atenção dos órgãos competentes, da Justiça e da Sociedade
Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário do ES faz manifestação reivindicando mais atenção dos órgãos competentes, da Justiça e da Sociedade. (Vitor Jubini)

Na manhã desta sexta-feira (20), aquaviários fizeram uma manifestação pacífica em frente à Capitania dos Portos do Espírito Santo, pedindo por melhores condições de trabalho.

Segundo o sindicato da categoria, a combinação de jornadas prolongadas e número reduzido de tripulantes abre espaço para acidentes como o naufrágio de um rebocador em Guarapari no último dia 1º, que levou ao desaparecimento de um trabalhador.

A embarcação naufragou depois de bater em uma pedra, segundo informações dos familiares da vítima, o chefe de máquinas Eric Barcelos Rangel, de 56 anos. Ele estava com outros dois tripulantes no rebocador, que seguia de Vitória para o Porto de Açu, em São João da Barra, no Norte do Rio de Janeiro. Os colegas de Eric foram resgatados no dia 02, após passarem várias horas em alto-mar, mas Eric não foi mais visto. 

O presidente do Sindicato dos Aquaviários do Espírito Santo (Aquasind), Antenor José da Silva Filho, afirma que a combinação de jornadas prolongadas e número reduzido de tripulantes é desastrosa, e abre espaço para acidentes.

Ele conta que, atualmente, os trabalhadores atuam em escalas de 48 horas ou 72 horas, mas que há poucos tripulantes, o que dificulta o revezamento.

“Já estamos brigando por isso na Justiça há dois anos. Esse acidente que ocorreu em Guarapari era uma tragédia anunciada. Mas diante do ocorrido, estamos fazendo um apelo à Justiça e à Capitania de Portos para que verifique essa redução das guarnições, que muito prejudica o trabalhador.”

Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário do ES realizará uma manifestação reivindicando mais atenção dos órgãos competentes, da Justiça e da Sociedade
Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Aquaviário do ES faz manifestação reivindicando mais atenção dos órgãos competentes, da Justiça e da Sociedade. (Vitor Jubini)

O sindicato teme que esse não seja o último acidente caso não haja uma mudança de cenário, e, diante disso, já planeja outros protestos. Além de passar pela Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), a categoria planeja ainda manifestações em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) e à Superintendência do Trabalho, ligada ao Ministério da Economia.

“O sindicato não está pedindo nada de mais, apenas respeito aos direitos do trabalhador. De dentro de um gabinente, é fácil dizer que o índice de acidentes na área é baixo, mas, na prática, a realidade é bem diferente. E, se nada for feito, vai ser inevitável uma paralisação das nossas atividades.”

Antenor frisa que, diante da pandemia do novo coronavírus, o sindicato solicitou que somente algumas pessoas comparecessem ao ato realizado nesta manhã.

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