Publicado em 12 de agosto de 2020 às 17:55
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) multou a Viação Itapemirim em R$ 200 mil. O grupo capixaba, que está em recuperação judicial desde 2016, recebeu a penalidade por infringir a legislação que veda transferência dos direitos de exploração dos serviços e do controle societário sem prévia anuência. >
De acordo com a Deliberação nº 366, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (12), a viação foi multada por infringir o artigo 52 da Resolução nº 4.770, de 25 de junho de 2015, e os artigos 23 do Decreto nº 2.521, de 20 de março de 1998. >
Ambos legislam sobre a necessidade da autorização prévia da ANTT quanto à transferência de direitos de exploração dos serviços e à cessão de controle societário, fusão, cisão ou incorporação.>
Em nota, o Grupo Itapemirim ressaltou que a multa se refere a um procedimento administrativo de transferência societária ocorrido em 2016, sendo que a ANTT foi imediatamente comunicada por um ofício judicial. "A empresa informa ainda que suas operações estão totalmente regulares, com todas as autorizações renovadas e vigentes desde 2019, já pelo atual controlador, e que está avançando com o seu programa de estabilização, bem como todos os investimentos necessários em seus projetos de crescimento", disse a empresa.>
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A empresa, fundada por Camilo Cola em 1953, enfrenta desde março de 2016 um longo processo de recuperação judicial. A companhia entrou com o pedido na Justiça alegando ter R$ 336,49 milhões em dívidas trabalhistas e com fornecedores, além de R$ 1 bilhão em um passivo tributário. >
A família Cola então decidiu vender a empresa, junto de outros seis negócios do grupo, para empresários de São Paulo. Após uma longa fase de discussão e um processo de briga entre os sócios capixabas e paulistas, o plano de recuperação foi homologado em 2019. >
Para pagar as 1.480 pessoas físicas ou jurídicas com as quais o grupo tem dívidas, ficou determinado que imóveis e linhas de ônibus da companhia fossem leiloados. >
No início de junho, funcionários protestaram na garagem da empresa em Viana, impedindo os ônibus de saírem. Eles foram demitidos em março por conta da crise do coronavírus e estavam sem pagamento desde então. >
A viação teve o plano de recuperação judicial alterado neste ano com aprovação da Justiça, podendo utilizar 80% dos valores arrecadados nos leilões para o custeio da operação da empresa e só os 20% restantes para o pagamento de credores. Com isso, a Itapemirim conseguiria pagar em dia os salários dos funcionários e também os débitos com os demitidos. >
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