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Ações e fundos que monetizam na Bolsa mesmo com a crise do coronavírus

Ações e fundos que monetizam na Bolsa mesmo com a crise do coronavírus

Ouro, dólar e fundos quantitativos estão entre as apostas de investimentos seguros

Publicado em 17 de abril de 2020 às 17:56

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Movimentação Bolsa de Valores, índice BOVESPA na Bolsa de Valores de São Paulo, mercado, ações, negócios
Movimentação Bolsa de Valores, índice BOVESPA na Bolsa de Valores de São Paulo, mercado, ações, negócios. (Bruno Rocha/Agência O Globo/ Arquivo AG)

Apesar da crise que o mercado financeiro enfrenta devido às consequências da pandemia do novo coronavírus, o momento pode ser, com planejamento, bom para investimentos. Em especial àqueles em longo prazo. Nesse sentido, a reportagem conversou com especialistas do ramo, que trouxeram algumas perspectivas otimistas, apesar do período de isolamento indicar dificuldades para a economia.

De acordo com o sócio da Valor Investimentos, Paulo Henrique Correa, é possível enxergar a situação atual com otimismo, mesmo diante da volatilidade do momento econômico. "Aquelas pessoas que hoje não têm investimento de risco e que dispõem de uma parte dos recursos que possam investir em longo prazo, com retorno para três ou cinco anos na frente, é provável que façam um bom investimento agora, até porque os preços estão super atraentes. Além disso, a crise é aguda, mas ela vai passar", observou.

Para ele, o importante é que o investidor monte uma boa carteira de ativos e ações com empresas resilientes, que são aquelas que sofrem menos com o confinamento e que demonstram que podem passar por isso, entregando resultados para o investidor em longo prazo.

"O período é ótimo nesse sentido. Exemplos de empresas mais resilientes são as exportadoras, como a Vale do Rio Doce. Observa-se, nesse sentido, que a China está voltando ao cenário. Uma exportadora não deve sofrer tanto quanto uma companhia aérea, por exemplo. Outros setores resilientes envolvem empresas de saneamento e de energia elétrica, que devem alavancar em longo prazo. Eu acho que é um ótimo momento, dentro do perfil de cada um e da possibilidade de esperar pelo retorno".

O DÓLAR E O OURO: SEGURANÇA PARA INVESTIR

Segundo o estrategista chefe da Apex Investimentos, Tiago Pessotti, a crise em razão da Covid-19 afetou economicamente o mês de março inteiro, atingindo, desse modo, os ativos financeiros. Apesar disso, os chamados de ativos de segurança, que são os que em momentos de instabilidade continuam performando positivamente, como o ouro e o dólar, foram demandados pelos investidores e consequentemente tiveram crescimento.

"O dólar é sempre uma moeda forte e o ouro também é uma forma segura. Outro ativo no mercado internacional são os títulos públicos americanos. Quando todo mundo sente medo, inclusive nesse caso em que os Estados Unidos foram muito afetados, ainda assim, é o país que transmite confiança. Em abril também estamos vendo as ações se recuperarem, os fundos imobiliários também, mas com muita incerteza no ar. Alguns fundos de ações caíram cerca de 12%, enquanto o índice Ibovespa caiu 30%. Estes fundos foram, por exemplo, o Vinland Long Bias e o Forpus Ações, que performaram melhor porque tinham instrumentos de proteção".

TEMPO PARA O RETORNO

Para o especialista em mercado financeiro Renan Lima, que é também planejador financeiro da Alphamar Investimentos, existe o lado emocional no mercado, representado pelo momento em que as pessoas ficam com medo e buscam aplicações que não flutuam.

"Mas para entender em quê investir é necessário entender quanto tempo o investidor tem para o retorno e qual é a finalidade da aplicação. Pode ser para uma aposentadoria, para comprar um carro depois de 10 anos, ou para mais curto prazo. Cada um requer um investimento diferente. Se precisar de dinheiro a curto prazo, melhor manter o dinheiro no Tesouro. Em longo prazo, o ideal é colocar um pouco em cada classe de investimento, seja em renda fixa, multimercado e em ações".

Segundo Lima, em março, se a intenção fosse tomar uma decisão de investimento para retorno em 10 anos, o momento era oportuno, com grandes descontos em bons ativos. "Eram grandes companhias, líderes em seus segmentos, sendo negociadas a valores muito baixos. Um exemplo foi a Cielo, a empresa das máquinas de cartão. No ano, ela teve uma queda de 45%, mas as pessoas não deixarão de usar seu produto, usam cada vez menos dinheiro, então a Cielo iria valorizar. A Ambev é outra, com queda de 38%, mas as pessoas não vão parar de consumir refrigerante e cerveja", explicou.

FUNDOS QUANTITATIVOS

Na classe dos fundos de investimentos, Tiago Pessotti ressalta os quantitativos, que são descorrelacionados com os acontecimentos do mercado, não sendo afetados da mesma forma, e que têm operações direcionadas por algoritmos, funcionando com maior agilidade e eficiência. "Estes também foram fundos seguros. Dentre eles, destaco o Murano, que, em um período agudo da crise, compreendido entre o dia 26 de fevereiro até hoje, ele rendeu 8%. Também o Giant Zarathustra, que teve um rendimento de 1,94% no período e 6,5% no ano", destacou.

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