Publicado em 24 de março de 2022 às 12:38
Um problema para as plantações e também para a saúde. Uma infestação de caramujos africanos (Achatina fulica) atinge Jaguaré, no Norte do Espírito Santo. É possível encontrá-los em matos, pés de café e pimenta, por exemplo, e também em estradas e postes de iluminação. Além dele se alimentar dessas plantas e causar estragos na colheita, o molusco pode transmitir doenças.>
Nesta semana, leitores enviaram para A Gazeta um vídeo de vários caramujos no canteiro da ES 356, rodovia que liga o município a Nova Venécia. A imagem impressiona pela quantidade no local. >
O pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Renan Queiroz, explicou que a chuva ajuda na proliferação dos caramujos. Isso porque eles se beneficiam da alta umidade e da matéria orgânica e, por ser um animal exótico, não há quem se alimente dele na cadeia alimentar. Na zona rural, eles ainda podem se alimentar das plantas cultivadas. >
“A população de caramujos africanos tem uma condição favorecida onde há alta umidade e matéria orgânica. Houve bastante chuva e a decomposição desse material. Por não ser uma praga nativa, não há predadores naturais. Com a disponibilidade de alimentos, plantas cultivadas, essa população tem tudo para crescer de forma exponencial”, disse para a reportagem da TV Gazeta. >
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O avanço dos caramujos preocupa a produção rural, perto do período da colheita do café. O vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente de Jaguaré, Elder Sossai, contou que a concentração dos moluscos não fica mais em apenas uma região, mas está se ampliando para praticamente todo o município.>
“Esse é um problema comum, mas estamos ficando cada vez mais preocupados porque está aumentando o número de caramujos e eles não estão mais em apenas uma região, estão em toda Jaguaré. Vamos fazer uma reunião na próxima semana, junto ao Incaper, para tentar encontrar a melhor solução no combate a essa infestação. Estamos chegando na época da colheita, vamos iniciar em abril ou maio. Isso nos preocupa, também na saúde do ser humano”, comentou o secretário.>
De acordo com artigo da Unicamp, o caramujo é um consumidor voraz, especialmente de folhosas, o que impacta na produção rural. >
O pesquisador do Incaper explicou que o caramujo africano é um hospedeiro intermediário e que o animal pode transmitir doenças, quando em contato com ele. Uma delas é um tipo de meningite, que pode causar até a morte. Se ele chegar a um ambiente doméstico, é preciso usar uma proteção, como uma luva, quando pegá-lo com a mão. >
“As pessoas podem catar esse caramujo, mas é preciso estar com uma luva, porque ele é um hospedeiro intermediário e pode transmitir algumas doenças, como um tipo de meningite que pode até levar a óbito”, relatou.>
Para evitá-lo, a dica do especialista é manter a residência limpa e iluminada, porque o caramujo não gosta da luz.>
Há soluções dentro de casa e também para eliminar a infestação na plantação, segundo Queiroz. “Em residência, pode-se usar uma isca à base de metaldeído. É preciso ter muito cuidado, porque é tóxico. Esse elemento vai atrair o caramujo e causar a mortalidade dele e pode ser utilizado sulfato de cobre nas plantações. A pessoa faz uma mistura de 50 g de sulfato de cobre para 20 litros de água. Coloca em um pulverizador para aplicar na plantação”, orientou o pesquisador.>
*Com informações de Ariele Rui, da TV Gazeta Norte>
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