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Vale terá mais canhões de névoa e barreiras para conter poluição em Vitória

Vale terá mais canhões de névoa e barreiras para conter poluição em Vitória

Ações estão previstas em termo de compromisso assinado pela empresa com o poder público para reduzir até 2023 a emissão de poluentes particulados na atmosfera, o chamado pó preto

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 17:55

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Projeto de novos canhões de névoa previstos pela Vale em Tubarão
Projeto de novos canhões de névoa previstos pela Vale em Tubarão. (Divulgação/Vale)

A Vale anunciou que no próximo próximo ano dará início a grandes obras para reduzir a emissão de poluentes da unidade de Tubarão, em Vitória. Novas wind fences (telas que servem como barreiras de vento), fechamento de áreas de transporte e armazenamento de minério de ferro, e mais canhões de névoa estão entre as intervenções previstas.

Essas ações estão previstas no Termo de Compromisso Ambiental (TCA) que a empresa assinou com o Ministério Público Federal e Estadual, além do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), em 2018. A meta é reduzir em 93% até 2023 as emissões de poluentes particulados, o pó preto.

A redução é referente à 2010, quando a empresa emitia 297 quilos por hora de partículas no ar. Em 2019, o índice foi reduzido para 42 quilos por hora, segundo a mineradora. A meta é reduzir para 21 quilos por hora nos próximos três anos.

“Os compromissos estão alinhados e em dia. Dos projetos voltados para a gestão atmosférica, temos 20 já concluídos e 26 projetos em andamento”, aponta o o gerente do Plano Diretor Ambiental da Vale, Maurício Cretella.

Uma das intervenções mais esperadas é o fechamento da principal correia transportadora da rota de embarque, responsável pela alimentação de navios nos píeres I e II, por onde são exportados todo o minério e pelotas de Tubarão. A empresa afirma que ela será fechada a partir do primeiro semestre de 2021. (Na foto abaixo, arraste o círculo para o lado para ver a projeção de como ficará a área de transporte ao fim das obras)

Outros locais também estão sendo cobertos, como a área de estocagem temporária da usina 8, onde as obras tiveram início em agosto deste ano e devem ser concluídas até o final de 2021. O galpão terá 57 metros de comprimento, 66 de largura e altura de 28 metros, com 3,8 mil m² de área coberta.

O enclausuramento dessas estruturas impede que o minério seja carregado pelo vento e caia no mar, além de limitar a quantidade de material que fica em suspensão.

MAIS WIND FENCES E CANHÕES DE NÉVOA

A Vale anunciou ainda a instalação de quatro novas wind fences, que reduzem a velocidade do vento, com extensão de seis quilômetros de telas. As novas estruturas serão instaladas nos pátios de finos das usinas 1 a 4, das usinas 5 a 7 e da usina 8 e no pátio denominado "mercado interno", que estoca material temporariamente.

Essas estruturas vão se juntar às seis já existentes em Tubarão, totalizando 10 pátios cercados com 16 km de extensão. O início das obras está previsto para o segundo trimestre de 2021, com entrega em dezembro de 2023.

A mineradora também pretende ampliar o uso dos canhões de névoa, que lançam microbolhas de água que “capturam” as partículas de minério em suspensão.

“Nós colocamos canhões de névoa no pátio das usinas 1 a 4 e temos a previsão de até 2023 instalar em todos os outros pátios de pelotas das demais usinas”, diz Cretella.

Serão ao todo 11 novos canhões, sendo seis no pátio das usinas 5 a 7 e cinco no pátio da usina 8, com previsão de início no quarto trimestre de 2021 e conclusão prevista em dezembro de 2023.

“É importante dizer que a gente tem nossa responsabilidade e estamos trabalhando na nossa parte. Mas tem outras fontes que extrapolam nossa empresa, geradas por outros setores. Mas a gente está fazendo o que tem que fazer”, garante o diretor.

TRATAMENTO DE EFLUENTES

Outra questão que está sendo tratada pela empresa é a gestão dos efluentes, que é a água utilizada nas atividades industriais. Em 2017, após uma forte chuva, parte desse material acabou despejado no mar em Praia Mole, na Serra.

Já em fevereiro de 2019, o transbordamento das estruturas de reserva de efluentes foi um dos argumentos utilizados pela Prefeitura de Vitória para interditar três áreas da empresa.

Segundo a Vale, neste ano, a empresa ampliou sua capacidade de armazenamento de 60 milhões para 125 milhões de litros de água, o que equivale a 50 piscinas olímpicas. Foi concluída a construção de três novas estruturas de reserva e tratamento de efluentes na Unidade Tubarão, como parte de seu Plano Diretor Ambiental (PDA).

Seguindo seu planejamento, até 2023, a Vale afirma que vai investir em ações para ampliar a capacidade dos sistemas de reserva e de tratamento de efluentes, aumentar o reuso e desenvolver fontes alternativas de captação de água.

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