Publicado em 25 de novembro de 2020 às 10:49
A história da potra Víbora começou a mudar em agosto deste ano. O professor especialista em clínica e cirurgia de equinos, Diogo Almeida Rondon, conta que na época o animal deu entrada no Hospital Veterinário Unesc, em Colatina. Ela tinha acabado de sofrer um acidente e apresentava uma grave lesão severa no membro pélvico esquerdo, com comprometimento vascular. Apesar da tentativa dos veterinários de reconstruir o membro, esse procedimento não teve sucesso. Nesse tipo de caso, o habitual na Medicina Veterinária é sacrificar o animal. >
A amputação em equinos ainda não é muito bem aceita na Medicina Veterinária. Existe uma limitação muito grande com relação à sobrevida desses animais. Os equinos são animais que têm dificuldade de se adaptar nessas condições. São fatores anatômicos, fisiológicos e até comportamentais, relatou o especialista. >
Mesmo com todos esses fatores adversos, o professor e a equipe do hospital optaram por manter o animal vivo e fazer a amputação do membro. >
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Diogo Almeida Rondon
Professor especialista em clínica e cirurgia de equinosCom o procedimento de amputação realizado, o estudante do do 9º período de Medicina Veterinária, Rodrigo Ramos Zandomenico, de 22 anos, decidiu usar o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para ajudar o animal a ter uma vida mais próxima do normal. Com auxílio do professor Diogo, ele teve a ideia de fazer uma prótese para a potra. >
Nós optamos pela vida e realizamos a amputação. No decorrer da recuperação, notamos a necessidade de uma prótese ortopédica para que ela tivesse melhores condições de vida, lembrou o universitário, que sempre se interessou pela área de equinos. >
Com a ideia definida, mais uma dificuldade: esse tipo de procedimento ainda é pouco comum no Brasil. Então, o universitário tinha o desafio de encontrar referências para realizar um trabalho ainda pouco difundido no país. >
Eu busquei informações de próteses em animais de grande porte em alguns artigos científicos internacionais, pois no Brasil não há muitos relatos sobre este tipo de caso. Após realizar diversas pesquisas, o formato da prótese surgiu da junção de ideias de outros modelos, explicou o estudante. >
Segundo o futuro veterinário, após esses estudos, ele definiu que os melhores materiais para a prótese seriam alumínio e a fibra de vidro, pois são resistentes e leves, para a melhor locomoção da potra. Logo no primeiro teste, o animal se adaptou muito bem, conseguiu se locomover normalmente e, com isso, vimos que só era preciso o aperfeiçoamento da altura e o estético, lembrou. >
Após a colocação da prótese, estudante e professor comemoram os bons resultados. A potra já consegue ter uma vida próxima do habitual e voltou a se locomover. Nossa satisfação foi enorme ao perceber que havíamos devolvido sua qualidade de vida e esperamos poder contribuir ainda mais, afirmou o estudante.>
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