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Sesa diz que recebeu autorização para adiantar 2ª dose da Astrazeneca

Sesa diz que recebeu autorização para adiantar 2ª dose da Astrazeneca

Estado pediu autorização ao Ministério da Saúde para adotar o prazo de 70 dias depois que o Ministério Público do ES recomendou que fosse retomado o período original, de 84 dias

Publicado em 1 de julho de 2021 às 16:42- Atualizado há 3 anos

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Vacina de Oxford
O intervalo estabelecido pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) entre as duas doses de Astrazeneca é de 84 dias. (Carlos Alberto Silva)
Aline Nunes
Repórter de Cotidiano / [email protected]
Errata Correção
1 de julho de 2021 às 21:12

Versão anterior desta matéria informava erroneamente que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não iria adiantar a aplicação da segunda dose da Astrazeneca, com base em nota divulgada pelo Ministério Público do Estado (MPES), na qual dizia que estava definido entre governo e MPES que a orientação aos municípios era manter o intervalo de 12 semanas entre a primeira e a segunda doses da Astrazeneca. No entanto, após a publicação da reportagem, a Sesa informou que o Ministério da Saúde autorizou o Espírito Santo a implementar a antecipação, portanto será mantida pelo governo a orientação aos municípios de aplicação da segunda dose com um intervalo de 10 semanas. A informação foi corrigida no texto e no título.

Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu aval do Ministério da Saúde para manter o intervalo menor de aplicação entre as duas doses da Astrazeneca, uma das vacinas contra a Covid-19. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) havia feito uma notificação para assegurar o prazo de 84 dias, entre a primeira e a segunda dose do imunizante, em vez dos 70 dias que foram implementados na semana passada.

O argumento do MPES era de que deveria ser mantido o intervalo definido no Plano Nacional de Imunização (PNI).

Em nota, a Sesa explica que realizou consulta ao PNI sobre aplicação da D2 (segunda dose) da Astrazeneca no prazo previsto em bula e dentro dos limites autorizados pelo próprio PNI, sendo 12 semanas o ponto máximo seguro. A equipe do plano nacional, segundo a secretaria, manifestou total acordo.

"Não existem prejuízos à imunização. Pelo contrário, se garante antecipação do benefício do reforço da segunda dose e permite melhor operacionalização da imunização pelos municípios", ressalta a Sesa.

Ainda em nota, a Sesa afirma que o Ministério Público foi informado sobre a consulta realizada ao PNI, dando ciência de que a antecipação para 10 semanas (70 dias) da vacinação se mantém autorizada e que, no momento da aplicação da D1 (primeira dose) deve-se anotar no cartão de vacina a data do limite máximo, que é de 12 semanas (84 dias).

"A Sesa mantém autorização aos municípios de ampliar o acesso à vacinação e a completude do esquema vacinal com o prazo de 10 semanas (70 dias) de aplicação da D1", reforça.

O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, lembra que a vacinação é uma estratégia coletiva e a possibilidade de imunizar mais cedo a população com a segunda dose traz benefícios ao ampliar a cobertura vacinal  no Estado com o ciclo completo de imunização (duas doses, no caso da Astrazeneca).

Nésio Fernandes esclarece ainda que, como a bula da Astrazeneca prevê a aplicação da D2 a partir de 28 dias, reduzir o intervalo de 84 para 70 não é exatamente uma antecipação, mas um ajuste do tempo dentro do que já está previsto pelo fabricante. "Antecipação seria se houvesse a intenção de aplicar num intervalo de duas, três semanas", compara. Ele acrescenta que outros locais têm reduzido o prazo de aplicação, a exemplo de Madri, na Espanha, que visa barrar o avanço de novas variantes do Sars-Cov-2 (coronavírus). 

ENTENDA O CASO

Em nota, o MPES  havia informado, na tarde desta quinta-feira (1), que a Promotoria de Justiça Cível de Vitória fez contato com o secretário Nésio Fernandes  e com a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, e que estava definido que a orientação aos municípios era manter o intervalo de 12 semanas entre a primeira e a segunda doses da Astrazeneca, conforme estabelecido no PNI. O intervalo, ainda segundo a nota do MPES, deveria constar no cartão de vacinação do público atendido.

Para auxiliar na logística de imunização, o Ministério Público afirmava também que a abertura das vagas para agendamento poderia ocorrer um pouco antes para organização dos serviços de saúde por parte dos municípios, de forma que nenhum usuário fique com a segunda dose em atraso.

No entanto, após a divulgação dessas informações pelo MPES, a Sesa  disse que o Ministério da Saúde autorizou o Espírito Santo a implementar a antecipação e que, portanto, será mantida pelo governo a orientação aos municípios de aplicação da segunda dose com um intervalo de 10 semanas.

Sesa havia anunciado a autorização para a antecipação da segunda dose da Astrazeneca no último dia 22, em coletiva de imprensa do secretário. Na ocasião, Nésio Fernandes disse que  já havia recebido remessa de vacina suficiente para um prazo de duas semanas, a contar daquela data.

"Em avaliação interna, nos pareceu adequado não guardar essas vacinas ao longo destas duas semanas, esperando chegar ao total de 84 dias, e já antecipar para que, a partir de 70 dias da aplicação da primeira dose, a população capixaba já tenha acesso à segunda dose da vacina da AstraZeneca”, afirmou na coletiva. 

Questionado sobre a possibilidade de diminuição da eficácia da vacina, ao reduzir em duas semanas o intervalo das doses, Nésio Fernandes disse que não haveria perdas. "Nós já comunicamos formalmente os municípios para que possamos acelerar e melhorar o desempenho da cobertura populacional da segunda dose da vacina da AstraZeneca. A própria bula recomenda que a partir dos 28 dias é possível ter a aplicação da segunda dose. Então, não haverá nenhum tipo de prejuízo, mas sim uma vantagem", argumentou. 

Diante da decisão da Sesa em manter o intervalo de 70 dias, o MPES voltou a ser procurado e, por nota, disse que ainda não recebeu a nova orientação do Ministério da Saúde que foi informada para a Secretaria da Saúde. 

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