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Publicado em 15 de abril de 2024 às 15:38
Mais de 13 mil alunos ficaram sem aulas devido a um protesto de professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) nesta segunda-feira (15). A manifestação, que foi nesta manhã, afetou o campus de Goiabeiras, em Vitória, e cancelou também as atividades previstas para a tarde e noite na unidade, e também as aulas em Maruípe, onde 2.129 alunos estão matriculados.>
A iniciativa faz parte de uma série de ações grevistas dos docentes, que começaram a paralisação nesta segunda em busca de melhorias salariais. Em Goiabeiras, as entradas da universidade foram bloqueadas, impedindo as atividades no local, que tem 11.167 estudantes.>
Com os portões fechados, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Experimental de Vitória, que fica dentro do campus de Goiabeiras, não funcionou. O colégio é administrado pela prefeitura da Capital e conta com 445 alunos.>
"Para garantir a continuidade do processo educacional, os profissionais da escola realizarão planejamento remoto. O dia letivo será recuperado no dia 21 de junho", segundo a Secretaria de Educação da cidade.>
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Segundo a Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), ao contrário da Capital, os outros campi da Ufes têm atividades mesmo com a greve. "Em Alegre não houve fechamento de portões. Os professores estão se organizando e haverá uma campanha sobre os motivos da greve, com montagem de tenda, produção de material sobre a greve e rodas de conversa nos próximos dias convocando para a adesão ao movimento. Em São Mateus, as ações ainda estão sendo definidas", informou o órgão.>
A greve foi anunciada na última terça-feira (9) em Assembleia dos Docentes da Ufes (Adufes). A reivindicação é para 22,71% de reajuste, dividido em três parcelas iguais em 2024, 2025 e 2026. Já o governo federal propõe reajuste zero para este ano, e dois reajustes de 4,5% em 2025 e 2026. Os professores também cobram a equiparação dos benefícios e auxílios com os dos servidores do Legislativo e do Judiciário.>
Além da atual greve dos docentes, servidores das áreas técnicas e administrativas da Ufes estão em greve desde março, também em busca de melhorias nas condições de trabalho e valorização salarial. >
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes), a principal reivindicação é a reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnicos (PCCTAE) e o reajuste salarial de 34,32%, também defendido por outros servidores federais.>
Desde a última terça-feira, com as mesmas reivindicações, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) está em greve. Segundo o instituto, de suas 23 unidades, duas estão com as aulas suspensas: campi de Viana e de Centro-Serrano, que fica em Santa Maria de Jetibá. Segundo o instituto, que conta com mais de 30 mil estudantes no Espírito Santo, ainda não é possível estimar quantos alunos foram prejudicados por conta da paralisação, já que ainda não há dados sobre a adesão dos professores. A organização também está com greve dos servidores que atuam na área administrativa.>
Ainda de acordo com o Instituto Federal, os demais campi estão em funcionamento e quaisquer prejuízos às atividades letivas e administrativas deverão ser compensados posteriormente nos locais adeptos à paralisação.>
Em nota enviada à reportagem de A Gazeta, a Adufes informou que solicitou à Reitoria da Ufes que “o calendário acadêmico seja suspenso para que não haja prejuízo às/aos estudantes, assim como a permanência do funcionamento do restaurante universitário (RU) e manutenção de auxílios e bolsas das/dos discentes”.>
Na manhã desta segunda, os restaurantes universitários de Goiabeiras e Maruípe não funcionaram. A Ufes diz que devido ao fechamento dos portões, os caminhões com os alimentos não conseguiram entrar nos campi. Mas a Adufes contesta a informação, dizendo que não houve proibição da entrada dos veículos com comida.>
“A Administração Central da Ufes informa que as atividades do turno vespertino do campus de Maruípe serão suspensas nesta segunda-feira, 15. A suspensão é necessária porque, devido ao bloqueio dos portões de acesso ao campus de Goiabeiras, não foi possível viabilizar o funcionamento do Restaurante Universitário (RU), o que comprometeu o fornecimento de refeições para os restaurantes dos campi de Goiabeiras e Maruípe. A suspensão das atividades no turno vespertino visa a minimizar os prejuízos aos estudantes que dependem dos RUs”, informou a Ufes, por meio de suas redes sociais.>
A Adufes disse que adquiriu 600 marmitas para estudantes que recebem assistência estudantil, e que a responsabilidade do fechamento do RU seria da Ufes. Confira abaixo:>
Diante das reivindicações grevistas ao redor do Brasil, o Ministério da Educação (MEC) informou que está buscando alternativas de valorização dos servidores da educação. >
“No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), e da mesa setorial que trata de condições de trabalho”, divulgou o MEC, por meio de nota.>
Como a greve é de tempo indeterminado, a Ufes anunciou que dará informes diários sobre o que estará ou não em funcionamento em seus campi. Por sua vez, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) não esclareceu quais são os serviços que serão mantidos no período de greve. Diante da demanda da reportagem, o órgão se limitou a divulgar que "a regularidade da prestação de serviços deve ser mantida, sob pena de que se configure o abuso de direito, atentando-se especialmente para atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade". >
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