A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tem movimentado e promovido mudanças no país e impactos no cenário mundial, com decretos relacionados à política externa, imigração, economia e meio ambiente. Uma das alterações determinadas pelo presidente norte-americano é permitir e incentivar o uso de canudos de plásticos – item é apontado como poluidor de oceanos e um risco para animais, como tartarugas.
A medida do republicano vai na contramão do que tem sido adotado ao redor do mundo, inclusive no Espírito Santo, onde os canudos de plástico são proibidos há mais de seis anos.
Donald Trump assinou uma ordem executiva para permitir que norte-americanos voltem a usar os canudos de plástico em larga escala. A decisão revoga o que havia sido determinado pelo ex-presidente Joe Biden, que aplicou metas de redução do uso de plástico no país. Durante a assinatura da ordem executiva, o republicano afirmou que a regra para uso de canudos de papel é uma "situação ridícula".
Nos primeiros dias do novo mandato, Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, que prevê um esforço mundial pela redução do aquecimento global. A volta dos canudos de plásticos não é, portanto, a única medida controversa na área ambiental.
No último dia 10, Donald Trump usou as redes sociais para anunciar que os Estados Unidos estavam voltando a usar canudos de plásticos. A imagem mostra um canudo vermelho em uma Coca-Cola, bebida preferida do presidente norte-americano. De acordo com informações da BBC, durante a campanha à presidência em 2020, canudos de plásticos com a marca "Trump" foram vendidos. Um pacote com 10 canudos custava U$ 15 (cerca de R$ 86,4, na conversão, atualmente). Ao todo, segundo o jornal, a campanha registrou quase U$ 500.000 (cerca de R$ 2,88 milhões) em vendas de canudos.
Um site que leva o nome do presidente vende, atualmente, o pacote com 10 canudos de plástico por U$ 24,95 (cerca de R$ 143,7). O site informa que o produto está indisponível
Antes mesmo da reviravolta sobre o uso de canudos nos Estados Unidos, o Espírito Santo já tinha uma regra sobre o assunto: a venda e o comércio dos itens de plástico são proibidos. A proibição no Espírito Santo aconteceu em dezembro de 2018 - período, inclusive, em que Trump estava no primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos. O veto ao plástico foi uma proposta da então deputada estadual Luzia Toledo. O texto foi aprovado pelo então governador Paulo Hartung.
Na época, foi definido que os estabelecimentos, como bares e restaurantes, são poderiam comercializar e dar aos clientes canudos descartáveis feitos com material biodegradável. A lei prevê uma multa a quem infringir a norma. A penalidade pode variar entre R$ 3,6 mil e R$ 16,3 mil. Na lei publicada em 2018, não há detalhes sobre qual órgão ou instituição faria a fiscalização do uso de canudos de plástico.
Outros Estados, como Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo, também proíbem o uso de canudos de plástico.
As cidades de Vitória e Vila Velha aprovaram a proibição do uso de canudos de plástico antes mesmo do governo estadual. Vila Velha foi pioneira, com aprovação em agosto de 2018. A Lei foi proposta pelos vereadores Bruno Lorenzutti e Mirim Montebeller. Meses depois, mas ainda em 2018, a Câmara de Vereadores de Vitória também aprovou um projeto de lei para proibir o canudo de plástico. A iniciativa foi do vereador Cleber Felix. Nas duas cidades, há permissão para uso de canudos biodegradáveis.
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