Com casas alinhadas, arquitetura singular, quadras com nomes de flores e sistema de videomonitoramento, o curioso cemitério em formato de condomínio em Marilândia, no Noroeste do Espírito Santo, chama atenção e atrai até turistas. Todos os imóveis são numerados como em um condomínio de verdade — e o proprietário de cada "residência" tem a própria chave. De acordo com a Igreja Católica local, o modelo foi inspirado em cemitérios europeus para otimizar o pequeno espaço.
Segundo a Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, responsável pela administração do sepulcrário, mais de três mil pessoas estão sepultadas no Cemitério Padre José de Souza Brasil — o único da sede do município. O padre que dá nome ao local e à Capela Mortuária faleceu aos 81 anos em 16 de junho de 1999 e também foi sepultado no curioso cemitério — fruto da própria inspiração dele em modelos europeus e que executou na cidade capixaba. Ele "divide" o espaço com outros dois padres. Veja vídeo que mostra por fora e por dentro como funciona o "condomínio dos mortos":
De acordo com a paróquia, o padre José viveu 15 anos na Itália e decidiu reproduzir em Marilândia — a cidade que escolheu para viver e morrer — a arquitetura e a engenharia que conheceu na Europa. E o local segue em constante ampliação, com novas tumbas sendo erguidas no "complexo habitacional" dos mortos.
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As famosas casinhas comportam até seis caixões e têm custo elevado, chegando a quatro vezes o valor dos túmulos simples e tradicionais, cavados diretamente no solo para o sepultamento. Além disso, há uma taxa de sepultamento: 25% do salário mínimo vigente para não sócios e o valor integral de um salário mínimo para quem não é associado. E isso sem contar os custos funerários que cada família precisa arcar. Morrer em Marilândia — como em qualquer lugar — custa dinheiro.
Os jazigos especiais são entregues para os donos sem o acabamento, que devem seguir o padrão do cemitério. Já do lado de dentro, cada um pode projetar a construção como preferir. A arrecadação e os valores são administrados pela Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.
No dia em que a reportagem esteve em Marilândia, uma aposentada relatou que quem passa pelo local sempre faz uma parada para visitar. Ela tem familiares enterrados no cemitério, e já tem um lugar garantido em uma das casas. “Parece que a pessoa fica mais protegida. Dá uma ideia de casa, de uma morada eterna [...] Todas as pessoas que vêm a Marilândia e não conhecem esse modelo se surpreendem ao passar por aqui”, finalizou.
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O curioso cemitério em formato de condomínio de casas no ES
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