A cada ano que passa, os capixabas sentem na pele os efeitos das mudanças climáticas que atingem todo o planeta. O calor parece mais intenso, os termômetros registram temperaturas preocupantes e a busca por uma forma de se refrescar em meio ao calorão se torna uma necessidade.
Diante desse cenário, muitas pessoas podem se perguntar: “já fez tanto calor assim no Espírito Santo?”. A resposta é sim. De forma surpreendente, os dias mais quentes desta década ainda não conseguiram superar um antigo recorde de temperatura registrado no Estado há mais de uma década.
E a cidade responsável por ganhar o troféu (imaginário) da temperatura mais quente já registrada na história do Espírito Santo é: Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. No dia 31 de outubro de 2012, os termômetros da estação meteorológica instalada no município marcaram 43,0 °C.
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) esclareceu que uma estação meteorológica foi instalada na cidade em 1925, e operou de forma regular até o ano de 1992. Após um longo período desativada, ela voltou a operar no ano de 2005 em outro lugar, o que ocasionou a geração de uma nova série de dados.
Ainda na primeira estação, Cachoeiro de Itapemirim também registrou um recorde de temperatura no dia 9 de janeiro de 1969, quando os termômetros marcaram 42,5 °C. Ambas as temperaturas são consideradas os maiores registros observados em todo o Espírito Santo.
Outra cidade que registrou uma temperatura histórica é Marilândia, na região Noroeste do Espírito Santo. No dia 2 de janeiro de 2016, os termômetros atingiram 42,3 °C. A cidade fica bem próxima de Colatina, apelidada de “Calortina” em virtude das altas temperaturas vivenciadas por quem mora ou visita o município.
Apesar de Colatina ganhar fama pelo calorão, não há nenhuma estação meteorológica instalada na cidade. Por isso, não é possível obter os registros históricos. A estação mais próxima é a de Marilândia, instalada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) em 1976, em parceria com o Incaper, quando a cidade ainda pertencia ao município de Colatina. Uma curiosidade é que a emancipação só aconteceu quatro anos depois, em 1980.
“Diante dos fatos, as duas localidades são consideradas as mais quentes do Espírito Santo, sendo que o maior registro absoluto ocorreu no município de Cachoeiro de Itapemirim”, explicou o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que também acompanha os registros históricos das temperaturas em todo o país, também reconhece Cachoeiro de Itapemirim como a dona do maior calor já documentado no Espírito Santo. Nos dados do Instituto, no entanto, apenas a marca de 42,5 °C, registrada em 1969, aparece oficialmente.
Ainda assim Cachoeiro segue no topo do ranking das temperaturas mais quentes já registradas no Espírito Santo. Marilândia também permanece na lista, mas, nos dados do Inmet, a marca oficial na cidade é de 42,1 °C — uma pequena variação de 0,2 °C em relação ao registro do Incaper.
Em Vitória, é comum ouvir expressões como 'dá até para fritar um ovo no asfalto' nos dias de calor intenso. O agravamento da crise climática e o aquecimento global têm influenciado essas condições, mas, para a surpresa de muitos capixabas, a maior temperatura já registrada na capital foi de 39,6 °C, há quase 20 anos.
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