O transporte coletivo é um dos principais meios de locomoção e essencial para a mobilidade urbana. Na Grande Vitória, é possível ir do Ibes, em Vila Velha, até Jacaraípe, na Serra, com apenas uma passagem e usando um ônibus (linha 516) – com a expansão recente, é possível se deslocar do Portal de Aracruz, na orla aracruzense, até Setiba, em Guarapari. Isso, graças a criação dos terminais urbanos de integração de passageiros, em 1989.
E o primeiro terminal do Sistema Transcol nasceu no município mais populoso do Espírito Santo, o de Carapina, na Serra, inaugurado em 11 de maio daquele ano. O sistema foi desenvolvido para reduzir a circulação de veículos nas regiões centrais de Vitória e possibilitar um deslocamento ao usuário de transportes público. A partir dele, foram surgindo outros, os já conhecidos por todo passageiro da Região Metropolitana de Vitória. São eles:
- Terminal Itacibá (07/10/1989)
- Terminal de Vila Velha (11/11/1989)
- Terminal do Ibes (08/03/1991)
- Terminal de Laranjeiras (15/09/1990)
- Terminal de Campo Grande (22/06/2001)
- Terminal de Jacaraípe (22/04/2008
- Terminal de Itaparica, de Jardim América e São Torquato (25/04/2009)
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A integração entre os terminais permite que o passageiro se desloque por municípios da Região Metropolitana de Vitória pagando apenas uma passagem. Segundo noticiado por A Gazeta, na época da inauguração do primeiro terminal, seis bairros do município eram atendidos pelo sistema (Sossego, Bicanga, Carapebus, CST, Chácara Parreiral e Manguinhos). No total, o Terminal de Carapina atendia 14 linhas, sendo seis troncais e oito alimentadoras, que também integravam os municípios de Cariacica e Vila Velha.
Terminal de Carapina foi o primeiro criado no Espírito Santo
Projeto Transcol
De acordo com a Companhia de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES), o Projeto Transcol, foi desenvolvido pelo Instituto Jones Santos Neves (IJSN) no âmbito do Programa de Aglomerados Urbanos (Aglurb), e tinha como objetivo reformular a rede de transporte, transformando o sistema radial concêntrico em um sistema tronco-alimentador.
“Essa transformação foi viabilizada por meio de estudos e pesquisas de origem e destino, culminando na elaboração do Plano Diretor Urbano de Transportes (PDTU). O modelo implantado visava reduzir a circulação de veículos nas regiões centrais, criar eixos viários estruturantes e direcionar o vetor de crescimento dos municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória”, explicou a companhia.

E como era o sistema de transporte público na Grande Vitória antes dos terminais? Segundo a Ceturb-ES, anteriormente, o sistema operava de forma radial concêntrica, com quase todas as linhas convergindo para a região central de Vitória. Essa configuração contribuiu para o caos no trânsito, uma vez que a cidade, que era pacata nos anos 1960 e 1970, experimentou um crescimento acelerado.
O sistema de transporte daquela época era responsável por transportar 554.279 passageiros em 732 ônibus e 199 linhas, e marcado por problemas como superlotação, falta de segurança e conforto, horários irregulares, poucos abrigos, itinerários inadequados para alguns bairros, baixa velocidade média e uma frota envelhecida (com idade média de 12 anos), agravado por um sistema viário precário.
Os terminais interligam municípios da Grande Vitória
Além disso, as linhas de ônibus sobrecarregavam as poucas vias de acesso, causando engarrafamentos constantes. Não havia integração entre as linhas, o que levava ao uso de até duas conduções, com o pagamento de mais um bilhete. Foi nesse cenário que o Projeto Transcol foi criado.
Diferenças

Nos primeiros meses após a inauguração do terminal de Carapina, as linhas eram diametrais, ligando o terminal diretamente a bairros de outros municípios com grande concentração de passageiros.
As principais diferenças entre o primeiro terminal e o atual é que, inicialmente, o sistema operava com dois tipos de veículos: os ônibus padron (com maior capacidade, conforto e tecnologia nacional, como os Mafersa), que ligavam um terminal a outro passando por regiões centrais, e os veículos convencionais, que ligavam os bairros periféricos aos terminais, permitindo o deslocamento entre municípios com uma única tarifa.
Entretanto, conforme explicou a Ceturb-ES, os primeiros terminais foram implantados em locais de baixa densidade populacional e em áreas pouco urbanizadas. Esses equipamentos eram espaços fechados, destinados à integração física entre bairros e municípios.

“Atualmente, os terminais são equipados com diversos serviços, o entorno dos terminais é composto por áreas com muitos imóveis (residenciais e comerciais) altamente valorizados, são equipados como bicicletários, e contam com controle eletrônico da operação, energia solar, sistema de áudio e publicidade", citou a Ceturb.
Em abril de 2007, a bilhetagem eletrônica foi implantada no Sistema Transcol. As passagens passaram a ser pagas com cartões eletrônicos que, ao serem apresentados aos equipamentos instalados no interior dos ônibus (validadores), efetuando o débito da tarifa, liberando a roleta para a passagem do usuário.
Esse sistema utiliza cartões que possuem informações de identificação do usuário e armazenam os valores dos créditos que neles são depositados. Além disso, o passageiro pode acompanhar a operação pelo visor do validador, que mostra o saldo restante do cartão.
Mas, ainda assim, era possível pagar as passagens com dinheiro, pois, nos coletivos se encontravam os cobradores, que recebiam os pagamentos.
Ônibus eram bem diferentes dos atuais
Durante a pandemia do coronavírus, o governo do Estado anunciou que ônibus das linhas do Transcol não seriam mais pagas com dinheiro e todos os passageiros teriam que usar os cartões de passagens, os chamados bilhetes únicos. Os cobradores também deixaram de estar dentro dos coletivos.

Atualmente são cerca de 300 linhas em 10 terminais. Por dia, 650 mil pessoas usam os ônibus do Sistema Transcol.
Terminal de Carapina passará por obras
Inicialmente, o Governo do Espírito Santo planejava construir um novo terminal do Sistema Transcol em Carapina, mas desistiu de levar adiante o projeto, decidindo por ampliar a estrutura do local. As obras, no entanto, devem começar somente após a conclusão das intervenções em curso no Terminal do Ibes, em Vila Velha.
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