A professora que caiu do segundo para o primeiro andar da escola particular Primeiro Mundo, em Santa Lúcia, em Vitória, segue internada seis dias após o acidente. Os familiares contaram para a reportagem de A Gazeta que a educadora continua no hospital para realizar novos exames para compará-los com os primeiros diagnósticos.
"Ela está bem, graças a Deus. Os exames são de rotina mesmo para garantir que tudo continua bem. As dores no corpo são normais devido ao impacto da queda e ela vai sentir por uns dias ainda", informou uma parente, que não quis se identificar.
O caso aconteceu na última quinta-feira (18) logo após o fim do período vespertino do Centro Educacional. Após o chão ceder, a educadora chegou a bater um dos lados do corpo em um armário e depois caiu no chão, segundo um familiar. Ela foi atendida pelo Corpo de Bombeiros no local do acidente, e reclamou de dores abdominais, coluna e braço no momento em que foi socorrida.
A educadora recebeu atendimento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu/192) no local e, em seguida, foi encaminhada para um hospital particular da Capital.
Nesta sexta-feira (19), a professora seguia em observação no hospital. Os exames clínicos e físicos mostraram que não há fraturas e perfurações internas, porém a educadora ainda reclamava de forte dor no quadril, segundo familiares.
Um dia depois da queda, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) identificou que o piso cedeu devido a uma infestação de cupins. A presença dos insetos deteriorou a estrutura do mezanino em que a mulher estava.
Os engenheiros detectaram a presença dos cupins no mezanino e a desintegração de partes da peça de madeira do painel, causada pela infestação de cupins que fragilizou, danificou e afetou a estabilidade do material, provocando o desabamento da estrutura.
O órgão detalhou que o painel wall é composto por um núcleo de madeira laminada e revestido por uma placa cimentícia. Apesar de ser considerado um produto resistente, é necessário atentar para aspectos fundamentais na aquisição e na instalação dele.
“É importante exigir os manuais dos fornecedores desses materiais construtivos e verificar se constam nesses documentos informações sobre instalação e manutenção, se há resistência ao fogo e sua propagação, se possui indicações de que a madeira passou por tratamento anti cupim e, principalmente, se as especificações e discriminações estão de acordo com as normas técnicas”, alertou o engenheiro Giuliano Battisti, gerente de relacionamento institucional do Crea-ES.
Battisti lembrou, ainda, da importância de se observar, além da presença dos insetos, se há incidência de umidade, deformações ou sinais de trincas e fissuras na superfície.
Na tarde desta sexta-feira (19), após o posicionamento do Crea-ES, a reportagem de A Gazeta pediu atualizações sobre o caso à assessoria do Centro Educacional Primeiro Mundo. Em nota, a instituição confirmou a visita do órgão no local e a identificação da presença de madeira no interior das placas cimentícias e metálicas do piso da sala onde o incidente ocorreu, fato que não era do conhecimento da administração. (Confira a nota na íntegra abaixo).
Durante a manhã de sexta, a Rede Inspira, responsável pela gestão da escola, informou que o colégio tem todos os alvarás e está com as manutenções em dia. Além disso, disse que o piso é feito de estrutura metálica com tecnologia válida por 20 anos e, que nesta sexta, seria realizada uma inspeção para analisar a ocorrência. Veja, abaixo, a última nota enviada por eles:
"O Centro Educacional Primeiro Mundo, de Vitória, confirma que nesta quinta-feira (18) houve um incidente no piso da unidade. Não havia alunos em sala. A professora, presente na sala, recebeu os primeiros socorros. O Samu foi acionado e a sala foi imediatamente interditada. A instituição suspendeu as aulas no prédio em questão para uma minuciosa inspeção. O Centro Educacional Primeiro Mundo está oferecendo todo o apoio necessário à professora, familiares e toda a comunidade, e reforça que a segurança dos estudantes, professores e funcionários é sua maior prioridade."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta