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Publicado em 2 de julho de 2021 às 18:05
Quem passa pela Beira-Mar, próximo ao Porto de Vitória, já deve ter observado uma pequena plataforma em situação visível de abandono. O pequeno deck, com escada, dava acesso aos antigos catraieiros — condutores de embarcações que faziam a travessia entre Vitória e Vila Velha — para embarque e desembarque dos barcos. Hoje ele se encontra caindo aos pedaços. >
Para quem circula na região da orla do Centro da Capital e, por vezes, pára para fotografar ou pescar, a plataforma pode representar risco, na iminência de uma queda. Denúncias de leitores de A Gazeta dão conta que lanchas que transportam portuários fazem paradas no local. >
Antigamente, as travessias das catraias (pequenas embarcações conduzidas pelos catraieiros) eram realizadas diariamente, levando passageiros de um lado a outro de Vitória e Vila Velha. Em junho de 2015, essa atividade foi interrompida e os catraieiros não podem mais trabalhar no local, em decorrência das obras do Cais de Atalaia, pertencente ao Porto de Vitória.>
De acordo com Aderaldo Francisco Alves, que foi presidente da Associação de Catraieiros, a responsabilidade pela plataforma era da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). "Enquanto nós estávamos lá, a Codesa fazia manutenção. Depois que tomaram o serviço, abandonaram. E isso é um risco para a população, já que a estrutura é de ferro e qualquer probleminha pode cortar e causar dano", disse.>
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O catraieiro Geraldo Marçal Mendes, que atuou por 25 anos na profissão, também afirmou que a Codesa construiu a plataforma. "Quem fez a plataforma foi a Codesa. Eram eles os responsáveis pela manutenção do local.>
A reportagem de A Gazeta procurou a Codesa desde o início da semana, questionando sobre o estado atual de abandono da plataforma e a previsão de manutenção, mas não obteve nenhuma resposta.>
A Prefeitura de Vitória também foi demandada, já que a entrada da plataforma fica na calçada, sem nenhum tipo de interdição ou sinalização, representando perigo para os pedestres que ali buscam abrigo ou param para apreciar a vista. >
A PMV, em nota, por meio da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (CDTIV) de Vitória informou apenas que "o empreendimento não foi construído pela Prefeitura de Vitória e que, portanto, não pertence à municipalidade". >
A Gazeta também procurou a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPES), que respondeu por nota afirmando que "realiza a fiscalização no mar aberto e em hidrovias interiores a fim de garantir a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana no mar e a prevenção da poluição hídrica causada por embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio". >
Também mencionou que "de acordo com a NORMAM-11, da Diretoria de Portos e Costas, cabe à CPES, quando comunicada formalmente pelo responsável pela manutenção de estruturas lindeiras, conceder o parecer para casos de reforma e/ou manutenção de obras realizadas que acarretem em mudanças de traçados/projetos que possam provocar novas interferências com o tráfego aquaviário ou à segurança da navegação". >
No entanto, novamente procurada para esclarecer quem é o responsável pela manutenção da plataforma e se algum comunicado foi emitido sobre o estado de conservação do local, a Capitania apenas manteve a mesma nota enviada, sem esclarecer a questão. >
Também acionadas mais uma vez, a PMV e a Codesa não deram retorno sobre quem pode ser cobrado por providências na estrutura, sabendo-se que o deck também apresenta acesso em via pública, por meio da calçada. A prefeitura também não se manifestou sobre possível infração de regra de postura municipal por parte de quem responde pelo abandono, nem se já realizou alguma fiscalização no local.>
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