Repórter-fotográfico / r4medeiros@gmail.com
Estagiário / caua.alves@redegazeta.com.br
Publicado em 10 de maio de 2025 às 08:16
Dentro do Parque Natural Municipal do Vale do Mulembá, no bairro Joana D’arc, em Vitória, acontece um trabalho essencial para a produção das tradicionais panelas de Goiabeiras: a retirada do barro. Uma atividade dura, marcada pela solidão de quem enfrenta o peso da terra e do tempo.
Ronaldo Alves Corrêa é um dos tiradores do barro utilizado na confecção das famosas panelas capixabas. Seu trabalho é minucioso. Primeiramente, é necessário identificar uma área com pouca umidade, remover camadas de terra preta e, então, encontrar o “barro bom”, como ele mesmo define. Conheça sua história no vídeo acima.
Ronaldo Alves Corrêa
BarroeiroApós a extração, o material é moldado em bolas de, aproximadamente, 15 a 20 quilos e transportadas em carrinhos de mão até um caminhão, que leva o barro até o galpão das paneleiras em Goiabeiras.
Quem realiza esse transporte é seu filho, Rodolfo Corrêa, ex-goleiro de futebol. Hoje, ele auxilia o pai no processo e, aos poucos, também se envolve diretamente na extração do barro.
Rodolfo Corrêa
BarroeiroExtração de barro no Vale Mulembá
A tradição familiar do ofício atravessa gerações. Ronaldo aprendeu a retirar barro aos dez anos com as tias. Hoje, sua irmã, Berenice Corrêa, é presidente da Associação das Paneleiras de Goiabeiras. O pai, seu Eudóxio Corrêa, também atuava na retirada de barro no Vale do Mulembá e faleceu enquanto descansava após um dia de trabalho. A parceria entre pai e filho hoje é também uma forma de honrar sua memória.
A trajetória de Ronaldo Alves Corrêa reflete a importância dos saberes tradicionais e da transmissão de conhecimento entre gerações, mantendo viva a produção artesanal das panelas de barro — um verdadeiro símbolo da identidade capixaba.
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