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Oropouche, maruim, pólvora: que mosquito é esse, onde vive e como combatê-lo

Oropouche, maruim, pólvora: que mosquito é esse, onde vive e como combatê-lo

Responsável pela Febre do Oropouche, diagnosticada esta semana no Espírito Santo, inseto tem preferência por ambientes úmidos e com materiais orgânicos, como mangues

Publicado em 26 de abril de 2024 às 18:21

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O mosquito-pólvora é o rtansmissor da febre do oropouche, que tem sintomas parecidos aos da dengue
O mosquito-pólvora, também chamado de maruim, é o transmissor da febre do oropouche. (Divulgação)

A detecção da Febre do Oropouche no Espírito Santo chamou a atenção para o Culicoides paraensis, transmissor da doença que popularmente é conhecido como "maruim" ou "mosquito-pólvora". Desconhecido para algumas pessoas, o mosquito possui características importantes de serem conhecidas, com o objetivo de que as pessoas possam identificá-lo e combatê-lo. O site A Gazeta foi atrás de especialistas para responder sobre os principais questionamentos ao redor do inseto. 

Uma das maiores dúvidas é sobre a ocorrência do mosquito e, consequentemente, da oropouche. Afinal, antes de surgir em terras capixabas, não era comum ouvir acerca do vírus. Para o infectologista Lauro Pinto, o aumento dessas doenças 'incomuns' pode ter uma explicação. 

"Nós vamos ver algumas doenças infecciosas, que antes não aconteciam, passarem a ocorrer com maior intensidade, em expansão para fora de seus nichos habituais. Tanto pelo fato de estarmos vivendo temperaturas anormais quanto pelas migrações e pelos deslocamentos típicos do país, que facilitam a chegada dessas doenças", explica.

Sobre o comportamento do mosquito – por exemplo, o que come, onde vive e como se reproduz –, o biólogo Daniel Gosser Motta também deu algumas respostas. Confira abaixo.

Oropouche, maruim, pólvora: que mosquito é esse, onde vive e como combatê-lo

Quais as características do maruim?

  • Trata-se de um inseto de cor cinza ou castanho-claro, com asas curtas e largas. Pica sem horário específico e, em geral, habita áreas mais baixas, úmidas e com presença de matéria orgânica.

Onde é mais fácil encontrá-lo?

  • São mosquitos comuns de serem encontrados no cotidiano de quem mora próximo a lugares como manguezais, rios, cachoeiras e brejos, pois necessitam da umidade, sombra e matéria orgânica para criar um habitat perfeito se reproduzir.

Costumam se reproduzir em água parada também, assim como o Aedes aegypti, causador da dengue? 

  • Normalmente, também preferem água parada com muita matéria orgânica, já que pode servir como alimento para as larvas. Além disso, se reproduzem em diversos tipos de ambiente: frutas podres, estrume com água, buracos em árvores e áreas de bananais, pois as folhas, quando estão caídas, viram depósito de água, tornando-se criadouros deles.

Como combater?

  • Algumas das ações que a população deve ter para evitar o mosquito são: manter árvores e arbustos podados, para aumentar a insolação no solo e retirar o excesso de matéria orgânica (folhas, frutos, madeira apodrecida, lama, etc.). Também é necessário manter terrenos baldios livre de matos; dependendo da situação, plantar grama para manter os maruins sob controle; além de sempre limpar abrigos de animais (aves, suínos, bovinos e outros).

  • Com relação às medidas de proteção individual, o uso de repelentes e roupas compridas pode ajudar a diminuir as picadas. Já o uso de telas em portas e janelas, como barreiras físicas, não surtem muito efeito devido à necessidade dessas telas terem uma gramatura muito pequena. Esse fato acaba por reduzir a circulação de ar dentro dos imóveis.

Do que se alimentam?

  • Esses mosquitos se alimentam de seiva vegetal, líquido que circula dentro dos caules das plantas, porém as fêmeas precisam do sangue de animais para produzir os ovos.

Deixam algum tipo de 'marca' em quem é picado?

  • Devido à probóscide (aparelho sugador) ser menor do que das outras espécies de mosquito, eles precisam rasgar a pele para ter acessos aos vasos sanguíneos, deixando o ponto vermelho de sangue.

  • Ou seja, ao identificar esses sinais, é preciso ficar atento aos sintomas da Febre Oropouche (dor de cabeça, dor muscular, dor articular, tontura, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos).

Entre as características da infecção, destaca-se o elevado potencial de transmissão e disseminação, com capacidade de causar surtos e epidemias em áreas urbanas. Não há vacina e tratamento específico disponíveis.

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