Repórter / [email protected]
Publicado em 6 de agosto de 2023 às 08:06
Com mais de 600 mil idosos, o Espírito Santo não conta ainda com dados específicos sobre a população diagnosticada com doenças como Alzheimer e Parkinson, que tendem a atingir, especialmente, pessoas acima dos 60 anos. A porta de entrada para o tratamento dos distúrbios de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porém, está na atenção primária, cuja responsabilidade é dos municípios. >
Atualmente, as Farmácias Cidadãs do Espírito Santo atendem 2.643 pacientes ativos com medicamentos para tratamento de Alzheimer e 1.709 pacientes ativos com medicamentos para tratamento de Parkinson, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). >
Os números dizem respeito somente aos pacientes que receberam medicamento nos últimos 6 meses, mas a quantidade real de pessoas diagnosticadas pode ser ainda maior. Inclusive porque os distúrbios não têm notificação obrigatória.>
A Sesa explicou, em nota, que os pacientes diagnosticados com Alzheimer e Parkinson no Estado recebem assistência na atenção primária e, quando necessário, são encaminhados, por meio da Central de Regulação Estadual, para especialistas. >
>
“O cidadão também pode buscar orientações no Centro de Referência de Atendimento ao Idoso (CRAI), em seu município de referência. Esse serviço oferece acompanhamento especializado em geriatria e gerontologia à pessoa idosa com agravos de saúde ou comprometimento de sua capacidade funcional ou funcionalidade global (autonomia e independência)”, aponta a Sesa.>
Em Vitória, para ter acesso ao CRAI, é preciso haver encaminhamento feito pelo médico na unidade básica de saúde do território onde a pessoa idosa reside, sendo precedido de avaliação clínico-funcional pela equipe da atenção básica responsável por seu acompanhamento. Isso porque o serviço funciona como retaguarda especializada para os casos de maior complexidade.>
Segundo informações da Secretaria de Saúde do município, o serviço é destinado a pessoas com idade a partir de 60 anos, moradoras da Capital, com agravos de saúde e comprometimento da capacidade funcional (autonomia e independência) por doenças incapacitantes comuns no envelhecimento, tais como Parkinson, demências, AVC, entre outras.>
“No CRAI, o tratamento é realizado por equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por: geriatras, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionista, fonoaudiólogo, terapeutas ocupacionais, auxiliares e técnicos de enfermagem. Após melhora ou estabilização do quadro clínico, a pessoa idosa recebe alta do serviço, retornando à Unidade Básica de Saúde de origem para continuidade do acompanhamento.”>
Os serviços do Centro de Referência de Atenção ao Idoso (CRAI) também estão disponíveis em Vila Velha, onde é oferecido acompanhamento ao idoso com comorbidade, como Alzheimer, Parkinson, sequela de AVC, diabetes e desnutrição funcional.>
Para os usuários idosos já diagnosticados, a Secretaria de Saúde de Vila Velha também oferece, através do Centro Municipal de Atenção Secundária (Cemas) e do CRAI, acompanhamento ambulatorial com geriatras e psicólogos, além de grupos terapêuticos, como a Oficina da Memória.>
O tratamento para Alzheimer e Parkinson é conduzido ainda por neurologista da rede estadual, ao qual os usuários são encaminhados pelos médicos da Unidade de Saúde, se houver necessidade.>
Em Cariacica, o paciente com Alzheimer e Parkinson recebe o primeiro atendimento por médicos do Programa Saúde da Família e, se necessário, é encaminhado para as especialidades médicas oferecidas pelo Estado, via regulação.>
Além disso, segundo a Secretaria de Saúde do município, Cariacica dispõe de 30 Unidades Básicas de Saúde, que realizam atendimentos à população de um modo geral. >
“Nas unidades são realizadas ações de promoção, prevenção, proteção e reabilitação através de consultas com médicos clínicos gerais, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, equipes psicossociais, educador físico, além da realização de visitas domiciliares a doentes acamados que necessitam de atenção especializada através das Equipes de Saúde da Família.”>
As unidades também realizam campanhas específicas de promoção e prevenção à saúde do idoso, como Dia da Pessoa Idosa, Dia Mundial da Osteoporose, Dia Mundial da Conscientização da Doença de Alzheimer, Alimentação e Nutrição, dentre outras.>
Na Serra, o teste VES-13 (protocolo de Identificação do Idoso Vulnerável) em pessoas com mais de 60 anos é realizado duas vezes por ano, para rastreamento das doenças, durante o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).>
“O próprio município também oferta atendimento com especialistas no Ambulatório Municipal de Especialidades (AMES), com geriatra e neurologista, além de fisioterapia para pacientes com Alzheimer e Parkinson”, informa a Prefeitura.>
Por meio de encaminhamento, os pacientes também podem receber atendimento gratuito no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), da Universidade Federal do Espírito Santo. >
Conforme explicou o neurologista do Hucam, Raphael Doyle Maia, o Hucam conta com um ambulatório de Parkinson e Alzheimer há cerca de 20 anos, e pacientes de todo o Estado são atendidos para diagnóstico e acompanhamento.>
“A porta de entrada é via regulação do Estado. Ele vai ao posto de saúde e é encaminhado se necessário. Temos uma equipe multidisciplinar com serviços de fisioterapia, enfermagem, fonoaudiologia e terapia e ocupacional, então são é só o atendimento médico. É um serviço de qualidade, oferecido de forma gratuita em um hospital-escola.”>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta