> >
Muriqui-do-norte é resgatada no Caparaó

Muriqui-do-norte é resgatada no Caparaó

Jovem primata Nena, como foi batizada, foi resgatada em Dores do Rio Preto por equipe de projeto que  preserva a espécie

Publicado em 20 de novembro de 2020 às 20:49

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Nena já na reserva do projeto Muriqui's House . (Theo Ferreira)

Uma jovem fêmea da espécie muriqui-do-norte, maior primata das Américas, foi capturada em Dores do Rio Preto, na Região do Caparaó, por uma equipe de especialistas do Projeto Muriquis do Caparaó. Nena, como foi batizada, agora está em um parque com outros macacos da mesma espécie resgatados em ambientes de risco.

Nena foi encontrada na última quarta-feira (11) por acaso e capturada por uma equipe formada de biólogos, veterinários, escalador e atirador de dardos. O grupo foi a campo atrás de outra muriqui, chamada Bonita, que vive há pelo menos 12 anos em uma área de mata pequena e isolada, no município de Dores do Rio Preto.

A bióloga e coordenadora do Projeto Muriquis do Caparaó, Aryanne Clyvia ressalta o papel importante dos moradores da região, que acionaram o grupo ao ver a macaca. “A interação da comunidade com o projeto foi muito importante, acompanhando, monitorando a muriqui. Pensaram que era a Bonita, mas acabamos descobrindo que se tratava de outra fêmea”, contou a bióloga.

Veterinários durante o processo de coleta de dados da Muriqui Nena
Veterinários durante o processo de coleta de dados da Muriqui Nena. (Christian de Paula)

Nena, nome dado por conta da senhora que avistou a primata, tem aproximadamente 6 anos. A coordenadora do projeto conta que nesta idade as fêmeas costumam sair do grupo que nasceram e migrar para outro bando. Nesse percurso, segundo Aryanne Clyvia, elas acabam indo para áreas fragmentadas de mata, ficando em perigo, perto de pessoas, cães, rodovias e rede elétrica.

Após a captura, a três quilômetros do Parque Nacional do Caparaó, Nena foi levada para a “Muriqui’s house” – um projeto coordenado pelo Muriqui Instituto de Biodiversidade, que mantém quatro indivíduos adultos de muriqui-do-norte em uma área de floresta, em Lima Duarte, Minas Gerais. O objetivo é manter e recuperar animais que se encontravam isolados e em risco.

Foto da Nena no dia da captura
Foto da Nena no dia da captura. ( Christian de Paula)

RISCO DE EXTINÇÃO

Os primatas da espécie de Nena e Bonita são nativos da Mata Atlântica e é uma das espécies mais ameaçadas do mundo. Segundo a bióloga, existem menos de 900 muriquis sobrevivendo em poucos fragmentos de mata pequenos e isolados.

O projeto ‘Muriquis do Caparaó’ teve início em 2014 e tem como objetivo a pesquisa e a conservação dos muriquis-do-norte e do seu habitat no Parque Nacional do Caparaó. Todas as atividades são realizadas em parceria com a ONG Rede Eco-Diversa Para Conservação da Biodiversidade, que busca editais de financiamentos para obter verbas para realizar as atividades.

Equipe Projeto Muriquis do Caparaó
Equipe de captura teve apoio da população, Parque Nacional do Caparaó e do Muriqui Instituto de Biodiversidade . (Christian de Paula)

Caso algum muriqui seja visualizado pela população, a orientação é entrar em contato com a equipe do projeto pelas redes sociais (instagram: @savethemuriqui), facebook: Projeto Muriquis do Caparaó ou pelo Whatsapp (32) 98428-5155.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais