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Menina de 2 anos morreu picada por escorpião em 2018 no ES

Menina de 2 anos morreu picada por escorpião em 2018 no ES

Assim como o Davi, de 1 ano, que faleceu no domingo (13), Sofia, de 2 anos, morreu em 2018 após ser picada por um escorpião também em Pedro Canário

Publicado em 16 de setembro de 2020 às 10:20

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Sophia Madeiros da Silva, de 2 anos, morreu após ser picada por um escorpião em 2018
Sophia Madeiros da Silva, de 2 anos, morreu após ser picada por um escorpião em 2018. (TV Gazeta/Reprodução)

A morte do pequeno Davi Matos Rebonato, de apenas 1 ano, que foi picado por um escorpião no último domingo (13), no município de Pedro Canário, na Região Norte do Espírito Santo, acende um alerta para os capixabas. Há dois anos, outra criança perdeu a vida na mesma cidade após ser picada pelo mesmo tipo de aracnídeo.

O caso que resultou na morte da pequena Sophia Madeiros da Silva, de 2 anos, em 2018, é parecido com os momentos sofridos pela família do Davi na busca por um atendimento rápido. Em entrevista para a TV Gazeta, Rayane Madeiros, mãe da Sophia, relembrou a dor que viveu. 

Sophia foi picada enquanto dormia na cama junto com a mãe que, na época, estava grávida. Inicialmente, a criança foi levada para o hospital de Pedro Canário, onde recebeu os primeiros atendimentos. “Em todo tempo a minha filha estava lá, vomitando sangue, a gente começou a ficar alterado, porque a gente viu que ela não estava tendo melhora nenhuma”, contou Rayane.

Segundo ela, a menina foi encaminhada para um hospital de São Mateus, o mesmo procedimento realizado no caso do Davi. “Quando chegou na emergência, a médica perguntou qual foi a medicação que foi feita e eu disse que aplicaram soro antiescorpiônico e a medicação. Mas ela perguntou cadê o papel? Eu não tinha papel nenhum, eles não me deram papel nenhum”, lembrou.

Rayane destacou que a equipe médica do hospital de São Mateus fez contato com o hospital de Pedro Canário para saber sobre o atendimento inicial da criança e só após isso foi realizado o procedimento necessário.

Assim como o Davi, a Sophia também não resistiu e acabou morrendo. “No dia que a minha filha faleceu, foi o pior dia da nossa vida”, lamentou.

A reportagem de A Gazeta procurou a Prefeitura de Pedro Canário para comentar o caso da menina, mas não teve retorno.

CASO DAVI

Davi Rebonato
Davi Rebonato, de 1 ano, morreu após ser picado por um escorpião. (Arquivo pessoal)

No caso do Davi Matos Rebonato, de apenas 1 ano, a Prefeitura de Pedro Canário informou em nota que “a criança deu entrada no Hospital Menino Jesus, no dia 13/09 com quadro de vômito, sudorese e edema no local da picada, onde foi atendida pelo médico plantonista, que alegou que o hospital não possuía o Soro Antiescorpiônico, encaminhando o paciente para o Hospital Roberto Silvares”.

A nota confirma que o soro antiescorpiônico estava em falta na unidade, mas que “na falta de soro antiescorpiônico deve ser utilizado o antiaracnídico, conforme nota informativa 01/2012”. A prefeitura ressaltou ainda que “na sexta-feira, dia 11/09 foram entregues 06 (seis) ampolas do soro antiaracnídico no referido hospital”, mas não explicou se o soro foi utilizado na criança.

A Prefeitura de Pedro Canário destacou ainda que já solicitou o relatório completo do atendimento no Hospital Menino Jesus e que está acompanhando o caso.

Também sobre o caso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), afirmou que o paciente recebeu todos os cuidados na emergência da pediatria do Hospital Roberto Silvares, sendo aplicado o soro antiescorpiônico e realizado os exames e medicações necessários para o quadro clínico.

A entidade esclareceu ainda que devido à necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), o paciente foi transferido para outro hospital, que fica a cerca de um quilômetro do Roberto Silvares.

CASOS NO ES

A reportagem de A Gazeta obteve dados com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) que mostram que, no primeiro semestre deste ano, 1.760 casos de picadas pelo aracnídeo foram registrados em todo ES. Uma média de um ataque a cada 2,4 horas.

A situação preocupa e pode ser agravada. Neste período do ano, em que as temperaturas tendem a voltar a subir, estes aracnídeos podem ser mais facilmente encontrados, de acordo com o biólogo Marco Bravo, professor e mestre em Gestão Ambiental.

De acordo com informações da Sesa, os casos de ataques por escorpião concentram-se mais nas regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo (tratadas pela Sesa como regionais norte e central de saúde). A entidade explica que isso pode ser explicado pelas condições climáticas nas regiões, principalmente as temperaturas mais elevadas.

Somadas, as duas regiões são responsáveis pelo registro de 1.538 casos no primeiro semestre de 2020. O que corresponde a 87,38% das ocorrências com escorpiões em todo Espírito Santo.

ALERTA

O biólogo Marco Bravo fez um alerta sobre o aumento dos casos envolvendo picadas por aracnídeos no Espírito Santo, principalmente neste período do ano, entre os meses de agosto e setembro.

Em entrevista para a CBN, Bravo afirmou que alguns cuidados devem ser tomados, em especial entre os meses de agosto e setembro, para prevenir o contato com escorpiões.

"Deve-se ter muito cuidado agora com tênis, que fica do lado de fora de casa, já que ninguém está entrando com sapato por causa do coronavírus. É bom de manhã, se for sair, dar uma batidinha no tênis, dar uma olhada. Eles gostam de ficar em lugar escuro, já que têm hábitos noturnos, com fobia à luz, e à noite é mais fácil para eles conseguirem alimento", afirmou.

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Com informações de Erika Carvalho, da TV Gazeta

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