Publicado em 17 de agosto de 2020 às 06:54
A equipe médica do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, no Recife (PE), concluiu o procedimento de interrupção da gravidez da menina de 10 anos que foi estuprada em São Mateus, interior do Espírito Santo. Segundo o médico Olimpio Barbosa de Morais Filho, responsável pelo procedimento, a criança deve retornar ao Espírito Santo na quarta-feira (19).>
O procedimento, determinado pela Justiça capixaba, consistiu, em um primeiro momento, na injeção de medicamento para levar o feto a óbito. Ainda na noite deste domingo (16) e na madrugada desta segunda-feira teve início a segunda etapa, que foi a indução da expulsão do feto, também feita por medicamento. Essa etapa, com a limpeza total do útero, foi concluída no meio da manhã desta segunda.>
De acordo com documento obtido por A Gazeta, a criança estava grávida de aproximadamente 22 semanas após ter sido estuprada. O tio, de 33 anos, que é o principal suspeito, está foragido. >
A menina chegou a ser internada no Hospital das Clínicas, em Vitória, mas uma equipe médica se recusou a fazer o aborto autorizado pela Justiça, alegando que "a idade gestacional não está amparada na legislação vigente." >
>
Por isso, ela foi levada ao Recife, que tem protocolo médico mais amplo para interrupção de gravidez. O juiz Antonio Moreira Fernandes, que atendeu a pedido do Ministério Público Estadual e ordenou a interrupção da gravidez, disse que é legítimo e legal o aborto acima de 20-22 semanas nos casos de gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal".>
Na decisão, o juiz concluiu que a vontade da criança é soberana ainda que se trate de incapaz, tendo a mesma declarado que não deseja dar seguimento à gravidez fruto de ato de extrema violência que sofreu".>
Um dos profissionais que atendeu a criança relatou, na decisão judicial, que ela apertava contra o peito um urso de pelúcia e só de tocar no assunto da gestação entrava em profundo sofrimento, gritava, chorava e negava a todo instante, apenas reafirmando não querer". Além da criança, familiares também foram favoráveis à interrupção da gravidez.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta