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Justiça manda soltar policial gaúcho preso por injúria racial em Vila Velha

Justiça manda soltar policial gaúcho preso por injúria racial em Vila Velha

A confusão aconteceu durante a votação, na noite de quinta-feira (16), no bairro Praia de Itaparica, depois que Carlos Augusto disse que o pleito era uma fraude e teria chamado o adversário dele na eleição de "macaco"

Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 15:47

Uma confusão durante uma eleição para síndico em um condomínio no bairro Praia de Itaparica, em Vila Velha, acabou com um homem de 60 anos detido na noite de quinta-feira (16). De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o preso é Carlos Augusto Mennet Marchiori, de 60 anos, que é policial civil aposentado do Rio Grande do Sul.

A Justiça do Espírito Santo concedeu liberdade, sem a necessidade do pagamento de fiança, para o policial civil aposentado Carlos Augusto Mennet Marchiori, de 60 anos, preso por injúria racial. O homem é de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e disputava a eleição para o síndico do condomínio em que mora em Vila Velha.

A confusão aconteceu durante a votação, na noite de quinta-feira (16), no bairro Praia de Itaparica, depois que Carlos Augusto disse que o pleito era uma fraude e teria chamado o adversário dele na eleição de "macaco" e "caranguejo preto". O policial aposentado passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (17), quando teve a liberdade concedida pela juíza Raquel de Almeida Valinho.

Durante a audiência de custódia, o Ministério Público do Espírito Santo recomendou a concessão de liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares com fiança, uma vez que o aposentado não tem "passagens criminais anteriores". A Defesa pediu a liberdade provisória, com ou sem aplicação de medidas cautelares, destacando que Carlos Augusto é "primário, é policial civil aposentado, além de ser engenheiro e labora nessa área, bem como é pessoa idosa e possui residência fixa".

Policial civil do Rio Grande do Sul foi preso após confusão em Vila Velha
Policial civil do Rio Grande do Sul foi preso após confusão em Vila Velha Crédito: Fabrício Christ

Na decisão, a juíza afirmou que a liberdade de Carlos Augusto Mennet Marchiori, de 60 anos, "não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita". Raquel de Almeida Valinho concedeu a liberdade ao policial aposentado, mas estabeleceu algumas medidas cautelares.

As medidas que o policial aposentado deve cumprir:

  • Proibição de sair da Grande Vitória sem prévia autorização do juiz
  • Deve comparecer a todos os atos do processo, devendo manter endereço atualizado
  • Proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados
  • Deve comparecer em até 5 dias úteis a contar desta data ao juízo, com cópia de documentos como comprovante de residência, RG e CPF
  • Proibição de manter qualquer tipo de contato com a vítima, bem como de se aproximar dela, devendo manter uma distância mínima de 500 metros
  • Deve comparecer a Central Integrada de Alternativas Penais do Espírito Santo em até no máximo 3 dias úteis subsequente à sua liberação

De acordo com a juíza Raquel de Almeida Valinho, caso o policial civil aposentado descumpra qualquer condição imposta na decisão, poderá ter a prisão preventiva decretada.

O que disse o policial civil aposentado

Carlos Augusto relatou aos policiais após a confusão que teria sido ofendido, mas outras pessoas o acusam de ter proferido xingamentos racistas contra o adversário no pleito. No local, testemunhas contaram o que aconteceu, confirmando que houve uma confusão envolvendo o policial e outra pessoa. O policial aposentado relatou ter sido chamado de "gaúcho chinelão" e ouviu que deveria "voltar para sua terra", em referência ao Rio Grande do Sul.

A reportagem de A Gazeta procura a defesa de Carlos Augusto Mennet Marchiori. O espaço está aberto para manifestações.

O que diz a Polícia Civil do Rio Grande do Sul

A reportagem de A Gazeta procurou a Polícia Civil do Rio Grande do Sul para ter mais informações sobre uma possível apuração interna do caso. Por meio da assessoria de comunicação, a corporação informou que, como o crime aconteceu em Vila Velha, a Polícia Civil do Espírito Santo será responsável pela apuração. "Sobre informações da vida funcional do policial não temos autorização para passar", informou a Polícia Civil do Rio Grande do Sul.

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