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Jovem supera quadro grave de Covid e paralisia: “Da UTI para o milagre”

Jovem supera quadro grave de Covid e paralisia: “Da UTI para o milagre”

Tainá Xavier, hoje com 14 anos, celebrou a cura após 21 dias de internação. A mãe se emociona ao relembrar: “Eu vi minha filha indo embora, morrendo”

Publicado em 26 de março de 2021 às 17:16- Atualizado há 3 anos

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Tainá em dois momentos: primeira foto em estado delicado e totalmente imóvel; e na segunda já começando a dar seus primeiros passos ainda no hospital. Crédito: Arquivo Pessoal
Tainá em dois momentos: primeira foto em estado delicado e totalmente imóvel; e na segunda já começando a dar seus primeiros passos ainda no hospital. ( Arquivo Pessoal)

Era julho de 2020 quando os moradores da Rua São João, na Vila Rubim, saíram ao portão para rezar e comemorar o que chamaram de milagre. A celebração na via com nome de santo marcava o regresso de Tainá Xavier, a vizinha de então 13 anos que voltava para casa após 21 dias internada, 15 deles na UTI em estado grave. Até receber emocionada a homenagem regada a fogos, ave-maria, palmas e buzinaço no bairro de Vitória, a jovem estudante travou uma árdua batalha pela vida contra a Covid-19.

Nas três semanas no hospital, a sequência de notícias não era nada animadora: infecção alastrada, parada cardíaca, convulsão, falta de ar fortíssima, intensa dor nos pulmões ao respirar, ardência e secreção inflamatória nos olhos, perda dos movimentos de braços e pernas em decorrência do comprometimento das funções neurológicas. Como Tainá, coroinha da Catedral Metropolitana e devota de Nossa Senhora da Penha, conseguiu reverter um quadro de imobilidade dos membros e alto risco de morte, a mãe, Vanusa Xavier, 45, não tem dúvidas: “Foi por meio de uma graça operada por Jesus com a intercessão da padroeira.”

“Eu vi minha filha indo embora, morrendo. Nos meus braços, ela chegou a se despedir de mim e até me pediu desculpas por qualquer coisa que tivesse feito. Logo ela, tão obediente! Então, virou os olhos e apagou. Os dedos estavam roxos. Percebi que tinha de fazer a entrega. Conversei com Jesus. Se eu merecesse, que Deus a devolvesse para mim, mas, se ela tivesse cumprindo a missão aqui na terra, que o Senhor me desse o conforto, pois eu não saberia como viver mais. Estávamos no hospital. Os médicos conseguiram reanimá-la. Foi o primeiro milagre”, lembra Vanusa, aos prantos.

Era a terceira vez que a mãe vivia o drama da Covid-19 de forma tão próxima e ameaçadora. Em maio, o marido foi contaminado e, há um ano, no início da pandemia, ela mesma viu seu organismo ser atacado pela doença. Sua cura tornou-se um longo processo. “Foram tempos de isolamento, de incertezas, de tristeza, mas também de novenas a distância com os irmãos da Igreja e de muita reza”, contou à época, em entrevista para A Gazeta.

Tainá prestou homenagens a Nossa Senhora da Penha após ter sido curada da Covid-19.
Tainá prestou homenagens a Nossa Senhora da Penha após ter sido curada da Covid-19. (Arquivo Pessoal)

FALTA DE AR E DOR

Nos 20 dias que antecederam à parada cardiorrespiratória de Tainá no hospital, a jovem já havia sido diagnosticada com o novo coronavírus e logo apresentou como primeiro sintoma a falta de ar. As idas e vindas para o atendimento médico eram frequentes, mas sem internação. No 21º, a situação se agravou. Vieram a crise, a entrada diretamente na UTI e a batalha mais dura pela sobrevivência.

“Os pulmões estavam severamente danificados. Minha filha não conseguia respirar por conta própria, só com o auxílio no balão de oxigênio. Pelo WhatsApp, eu informava as pessoas nos grupos católicos de que participo sobre o estado de saúde dela e pedia orações. Rezava a todo momento. Tainá, aliás, era o resultado de um milagre desde que foi concebida. Eu não conseguia engravidar. Havia sofrido um aborto antes da gestação dela. É minha única filha. Ela tem uma ligação com Nossa Senhora da Penha desde quando estava minha barriga. Eu consagrei minha filha à Virgem”, ressalta Vanusa.

Duas semanas se passaram e a adolescente finalmente deixou a unidade de terapia intensiva. Mas o desafio ainda não havia chegado ao fim. A jovem continuava sem andar e tinha de respirar por um cateter. Parecia tudo muito insólito para a família da coroinha, que era goleira de futebol, praticava Educação Física na escola e, pela idade precoce, em princípio não seria alvo fácil do vírus.

Transferida para a enfermaria, Tainá ainda não se mexia. Era preciso fazer uma ressonância magnética para chegar ao diagnóstico e avaliar a situação. Foi então que “o outro milagre aconteceu”, segundo a própria estudante.

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Pedi para não ser sedada para o exame. Quando entrei no aparelho, senti uma dor muito forte e alguém tocando meus quadris e fazendo massagens nos meus pés, mas não tinha ninguém na sala. Era um sentimento bom, leve e alegre. De volta à enfermaria, senti meus dedos se mexerem. Fiquei sentada. Fiquei em pé, comecei a andar, e todos os que estavam na sala choraram. Agradeço à Nossa Senhora da Penha, que intercedeu por esse milagre. Agradeço a todos que oraram por mim. Quando eu crescer, quero ser médica cirurgiã cardíaca para também ajudar os outros

Tainá Xavier
Estudante
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Frequentadora assídua do Convento e da Festa da Penha, a família tem muito a celebrar as bênçãos alcançadas ao longo de 12 meses. Assim como no ano passado, para agradecer, a devoção à Nossa Senha será ainda mais fortalecida no mês de abril, assistindo à programação do Oitavário. “A fé nos move e nos sustenta. Sem ela, nada faz sentido”, conclui Vanusa.

CHEGADA DE TAINÁ EM CASA COM FESTA NA RUA

Fique por dentro de todas as informações da Festa da Penha 2021. Acompanhe a página especial do evento em A Gazeta: agazeta.com.br/festadapenha.

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