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“Sei que Nossa Senhora estava comigo o tempo todo”, diz devota da Virgem da Penha curada da Covid-19

“Sei que Nossa Senhora estava comigo o tempo todo”, diz devota da Virgem da Penha curada da Covid-19

Vanusa Xavier relata cura da doença após novenas, orações e ajuda dos irmãos de fé: “Apeguei-me totalmente à oração e à minha família. Só oração para tudo isso”

Publicado em 10 de abril de 2020 às 14:53

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Vanusa  Xavier sempre foi devota a Nossa Senhora da Penha
Vanusa Xavier sempre foi devota a Nossa Senhora da Penha. (Arquivo Pessoal)

Devota de Nossa Senhora da Penha, Vanusa Xavier sempre respirou os ares da fé, com fôlego de sobra para congregar em duas paróquias e praticar uma série de trabalhos voluntários. Mas de repente seu corpo físico deu sinais de que algo não estava bem. O ar começou a faltar, já não ia para os pulmões com tanta facilidade.

Logo em seguida, no fim de março, vieram o nó na garganta e o diagnóstico preocupante. As suspeitas se confirmaram: era a manifestação da Covid-19, a doença pandêmica do novo coronavírus.

(Arquivo Pessoal)

Foram dias de isolamento, de incertezas, de tristeza, mas também de novenas a distância com os irmãos da Igreja e de muita reza. Até que a cura chegou, com a ajuda, faz questão de ressaltar, da Padroeira do Espírito Santo. Se as homenagens à santa na Festa da Penha já eram regadas a fervor e caminhadas ao Convento, neste ano o engajamento, mesmo que virtual, vai ter um significado ainda maior. Hipertensa, com quadro de arritmia, de problemas na tireoide e de alto colesterol, agravantes para seu quadro, Vanusa sabe que o momento agora é só de agradecimento pelo que testemunha ter sido uma bênção dos céus.

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Meu aniversário [de 45 anos] vai ser no dia dela [da Virgem da Penha], em 20 de abril. Meus irmãos católicos fizeram duas novenas pedindo a intercessão dela junto a Jesus para minha cura. É o primeiro lugar [Convento da Penha] que preciso ir quando tudo passar. Deus ouviu, e estou curada. Ainda me recuperando, mas curada.

Vanusa Xavier
Entrevista por texto em um aplicativo de conversa na internet – a voz ainda está fraca, e foi preciso poupá-la do esforço da fala.
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Vanusa Xavier
Vanusa Xavier. (Arquivo Pessoal)

Moradora da região da Vila Rubim, no limite com o Bairro do Quadro, em Vitória, a fiel trabalha fazendo salgadinhos e teve de parar tudo de uma hora para outra, com o surgimento dos sintomas. “Comecei com febre, não sentindo nem o paladar nem o olfato. Muita tosse e coriza. Logo começaram a falta de ar e as dores no corpo e na cabeça. Tudo muito forte. Também sou motorista, ando muito. Tive contato [antes de os sinais aparecerem] com pessoas que tinham acabado de chegar da Itália e de outros países”, detalhou Vanusa, que pertence às paróquias de Santo Antônio e da Catedral Metropolitana, é integrante da Família Pavoniana do Brasil e presta serviços como voluntária visitando casas e hospitais .

Na hora do diagnóstico, o pensamento estava voltado para a família, a filha, Tainá, de 13 anos, e o marido, Paulo, 57. “Pensei neles, porque é algo que os médicos não têm resposta para nos dar. Com o vírus, dentro desses 14 dias, ou você morre ou sobrevive. Apeguei-me totalmente à oração e à minha família. Só oração para tudo isso. Só Deus. Sei que Nossa Senhora estava comigo o tempo todo. Tudo pela fé. Passei todo o isolamento em oração, de 26 de março a 6 de abril”, afirmou.

Vanusa Xavier com a filha Tainá, de 13 anos, no Convento da Penha
Vanusa Xavier com a filha Tainá, de 13 anos, no Convento da Penha. (Arquivo Pessoal)

Os dias antes da confirmação da Covid-19 e os que se sucederam à identificação da doença não foram nada fáceis, com a apreensão e o distanciamento forçado da família dentro da própria casa. “Fui a prontos-socorros várias vezes, mas nada passava. Com esses sintomas, os profissionais já me atendiam como suspeita. Foi onde procurei o Hospital Dr. Jayme Santos Neves (Serra), onde os exames foram feitos. Fiquei metade de uma noite e fui liberada para fazer o isolamento total em casa e acompanhada pela Secretaria da Saúde. Voltava ao hospital para monitorar os pulmões. Meu esposo e minha família também tiveram que ficar sem sair de casa”, lembrou a microempreendedora.

Os amigos foram fundamentais nessa hora, ajudando espiritual e presencialmente o quanto podiam, já que pai, mãe e filha estavam em confinamento. “Meus amigos faziam compras e colocavam lá fora de casa. Depois, meu esposo pegava e lavava tudo com água sanitária e detergente. Fiquei dentro de um quarto totalmente separada deles. Eles (esposo e filha) usavam os banheiros de baixo e eu, o de cima. Meu marido, que é caminhoneiro, mas roda só na Grande Vitória, antecipou as férias para cuidar de mim e de nossa filha. Continuo dentro de casa com máscaras, ainda por alguns dias e longe deles. Mas já está tudo bem. Meu esposo deixava os alimentos fora do quarto e eu pegava, emocionada. Foi difícil”, recordou-se.

Vanusa Xavier e a filha Tainá prestando homenagens a Nossa Senhora da Alegrias
Vanusa Xavier e a filha Tainá prestando homenagens a Nossa Senhora da Alegrias. (Arquivo Pessoal)

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Mas agora todo esse relato virou testemunho de fé. Aos poucos, Vanusa se recupera. Embora avalia que ainda não esteja 100%, o pior já passou e agora é recuperar dentro do possível a rotina. Nessa história, a Virgem da Penha teve papel fundamental, reitera. E esta entrevista foi dada em homenagem à santa como retribuição “por ter sido agraciada”: “É para Nossa Senhora da Penha. É um agradecimento a Deus e a ela”.

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