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'Jamais usaria cloroquina', diz médica capixaba curada da Covid-19

"Jamais usaria cloroquina", diz médica capixaba curada da Covid-19

Referência no tratamento da doença, a médica afirmou que não considera o uso do medicamento, justificando os efeitos colaterais e o fato de não ter “nenhuma ação curativa sobre o coronavírus”

Publicado em 26 de maio de 2020 às 10:34

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Pneumologista Margareth Dalcolmo
Pneumologista Margareth Dalcolmo. (Divulgação)

Recentemente curada do novo coronavírus, a médica capixaba da Fiocruz e referência no tratamento da doença no Brasil, Margareth Dalcolmo, afirmou que não usou e jamais usaria a cloroquina no combate à doença. As declarações da especialista foram dadas em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, nesta terça-feira (26).

Jamais usaria cloroquina, diz médica capixaba curada da Covid-19

A médica, que testou negativo para a doença no último domingo (24), afirmou que não considera o uso do medicamento, justificando os efeitos colaterais e o fato de não haver “nenhuma ação curativa sobre o coronavírus”.

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Jamais usaria cloroquina. Nem em mim, como jamais usei em nenhum paciente.  Pelo contrário, desde o início desta epidemia eu trato pacientes, eu jamais usei esse medicamento ou autorizei que fosse prescrito em pacientes meus, por saber que essa medicação, infelizmente, tomou um rumo diferente daquilo que a ciência recomenda. É uma medicação que tem efeitos colaterais, que não tem nenhuma ação curativa sobre o coronavírus. De modo que eu nunca prescrevi, não utilizei e jamais autorizaria que qualquer colega utilizasse em mim, em nenhuma circunstância, ainda que tivesse ficado grave

Margareth Dalcolmo
Médica pneumologista e referência no tratamento contra a Covid-19
Aspas de citação

Margareth também destacou o fato de não haver nenhum tratamento farmacológico determinado para o coronavírus e aproveitou para fazer um alerta à população de não utilizar medicamento que não tem eficácia contra a doença.

“O que não há, e é preciso deixar claro, é nenhum tratamento, com nenhum fármaco, determinado para isso. Então, eu fico, particularmente, muito triste quando vejo as pessoas recebendo, em vários locais, esses saquinhos com medicamentos que não têm nenhum valor. Remédio de verme, tomando Ivermectina, Anitta, misturado com zinco. Isso tem zero valor, zero. E eu quero deixar a opinião pública muito claramente informada sobre isso. Não faça uso de medicações que não têm serventia para a doença”, destacou.

CONTÁGIO

A médica, que estava trabalhando normalmente em hospitais, no consultório e na própria Fiocruz, disse que não contraiu a doença no trabalho, mas em casa.

“Eu estava trabalhando normalmente, indo aos hospitais, às emergências, ao meu consultório, à Fiocruz, onde trabalho. Eu não estava fazendo isolamento em casa, eu estava trabalhando normalmente. Mas tenho certeza que não me contaminei no trabalho. Me contaminei domesticamente. A pessoa que trabalha comigo ficou doente também. Mas nós nos cuidamos, cada uma na sua casa, naturalmente, e já estamos ambas recuperadas”, explicou.

TRATAMENTO

A especialista contou que não teve um agravamento da doença e fez todo o tratamento em casa, monitorando os sintomas e administrando anticoagulantes como medicação.

“Não tive uma forma grave, não precisei ficar internada em terapia intensiva nem ficar em hospital. Fiquei em casa. Fui ao hospital apenas para exames e determinação do grau da extensão do comprometimento pulmonar e pude me tratar em casa. Mas a doença é diferente na gente. Nós, médicos, conhecemos muito todos os sintomas, então, eu pude fazer meu próprio diagnóstico antes mesmo da confirmação laboratorial”, disse.

SINTOMAS E RETORNO AO TRABALHO

A médica capixaba teve a cura do coronavírus confirmada no último domingo (24), quando testou negativo para doença. Segundo ela, alguns sintomas ainda permanecem, como perda do paladar, do olfato e dormência na ponta dos dedos. Mas afirma já estar melhor e espera retornar ao trabalho em breve.

“Nós temos que conviver com a insegurança que a própria doença nos traz. Porque nós conhecemos cada momento dela. Como é uma doença longa, dura duas semanas e, eventualmente mais, nos pacientes mais graves. Mas já me sinto melhor e vou voltar ao trabalho, que é o que gosto de fazer”, concluiu.

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