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Família de Kauã comemora condenação de Georgeval: "É pouco pelo que ele fez"

Família de Kauã comemora condenação de Georgeval: "É pouco pelo que ele fez"

Georgeval Alves foi sentenciado a 146 anos e 4 meses de prisão nesta quarta-feira (19), segundo dia de júri popular; após o anúncio, parentes de um dos meninos se reuniram para um momento de oração no Fórum de Linhares

Maria Fernanda Conti

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Júlia Afonso

Repórter / [email protected]

Publicado em 19 de abril de 2023 às 21:56

Pai de Kauã Sales Butkovsky
Rainy Butkovsky, pai de Kauã, fala após condenação de Georgeval Crédito: Carlos Alberto Silva

Amigos e familiares do pequeno Kauã, de seis anos, morto com o irmão Joaquim, de três, comemoraram a condenação de Georgeval Alves em frente ao Fórum de Linhares, na região Norte do Espírito Santo. Ele foi sentenciado a 146 anos e 4 meses de prisão na noite desta quarta-feira (19), no segundo dia de júri popular.

Em conversa com a imprensa, o pai do menino, Rainy Butkovsky, destacou que apesar da demora do julgamento, adiada mais de uma vez – o advogado de Georgeval, inclusive, abandonou o plenário há duas semanas – , a justiça finalmente foi feita. 

"Demorou cinco anos, mas, enfim, chegou. 146 anos, creio que seja uma das maiores penas que já teve no nosso Estado. É pouco pelo que ele fez. Tudo vai ser pouco, mas pelo menos a justiça da Terra foi feita. A gente só tem a agradecer a Deus por esse momento de saber que minha mãe vai poder colocar a cabeça no travesseiro mais tranquila", afirmou Rainy. 

"Bem desgastante. A gente está aqui há dois dias vendo cenas do meu filho, fotos que machucam nosso coração. É uma perda que não tem consolo, não tem conforto que vai amenizar o que estamos sentindo. Mas a gente, hoje, pode colocar a cabeça no travesseiro"

Rainy Butkovsky

Pai de Kauã

Após o final do júri, a família se juntou a outras pessoas que acompanhavam a movimentação no Fórum para um momento de oração (veja abaixo):

"A oração esta noite será para o Kauã, como tem sido nesses cinco anos. A condenação veio, mas o fator de não ter meu filho durante esse tempo não tem como, vou continuar sofrendo", destacou o pai do menino.

Familiares do menino Kauã, morto pelo pastor Georgeval Alves, em Linhares, comemoram condenação
Familiares do menino Kauã, morto por Georgeval Alves, em Linhares, comemoram condenação Crédito: Carlos Alberto Silva

Entenda a pena

Os jurados de Linhares decidiram condenar Georgeval Alves Gonçalves pelos crimes de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e tortura contra os meninos Kauã Sales Butkovsky, seis anos, e Joaquim Alves Sales, três anos. Ele recebeu a pena de 146 anos e 4 meses de prisão na noite desta quarta-feira (19), segundo dia de júri popular.

O conselho de sentença, formado por seis mulheres e um homem, decidiu que ele praticou os crimes contra o filho e o enteado na casa da família na madrugada do dia 21 de abril de 2018. Georgeval está preso desde então no Complexo de Viana e seguirá detido para cumprir a pena.

O juiz recebeu as informações dos jurados, que votaram sim ou não em relação às perguntas formuladas pela Justiça. Com essas informações, o juiz fez a dosimetria da pena, ou seja calculou o tempo de pena que seria aplicado a cada acusação, assim como cada agravante. Veja abaixo:

  • Homicídio qualificado: foi fixada pena-base em 25 anos. Foram considerados agravantes de motivo torpe, crime cometido para ocultação de outro crime, meio cruel e contra descendente. Além disso, como foi cometido contra menor de 14 anos, a pena para o crime de homicídio ficou em 40 anos para cada uma das crianças.
  • Estupro: foi fixada pena base em 12 anos. Com o agravante de uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e como foi praticado contra menores de 14 anos, a pena ficou em 22 anos para cada criança.
  • Tortura: 10 anos e 8 meses para cada criança.

No total, a pena somada foi de 146 anos e 4 meses, que deve ser cumprida, inicialmente, em regime fechado. Georgeval ainda pode recorrer para anular o júri ou para reduzir a pena.

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