Publicado em 24 de setembro de 2020 às 14:09
O Espírito Santo está acompanhando o processo de produção da vacina contra o coronavírus. A informação foi dada nesta quarta-feira (23) pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante um debate sobre educação e pandemia promovido pelo Laboratório de Gestão da Educação Básica do Espírito Santo (Lagebes). >
"Nós estamos falando de uma pandemia que virou endêmica e não haverá vacinas para as crianças, por exemplo. Eu estou negociando vacina com a indústria. Eu já assinei termo de confidencialidade e tenho acesso a segredos das pesquisas da vacina no mundo. Eu estou na linha de frente desse processo e digo pra vocês: não haverá vacinas para as crianças", informou o secretário durante encontro virtual realizado em parceria com a Frente Popular em Defesa do Direito à Educação.>
O debate também contou com a participação de Alessandra Santos de Sousa, coordenadora administrativa do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom/sindical), e Jesem Douglas Yamall Orellana, epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).>
Ao transmissão ao vivo foi mediada pela coordenadora do Lagebes, Gilda Cardoso. Ao longo de pouco mais de três horas de diálogos, os convidados abordaram questões relacionadas à realidade da pandemia no Brasil, analisaram a repercussão da volta às aulas no Amazonas e discutiram os dados da pandemia no Espírito Santo.>
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Um dos principais questionamentos estava relacionado às medidas de biossegurança e às ações que devem ser adotadas pelo governo do Estado para garantir que os alunos e profissionais que atuam na educação do Estado não sejam expostos ao risco de contágio do vírus ao retornarem às atividades presenciais.>
Em uma de suas falas, Nésio destacou que se houver condições sanitárias, as aulas poderão ser retomadas no Estado a partir do mês de outubro. Ainda não há data definida para o retorna da educação infantil e do ensino médio. Já no ensino superior, os trabalhos foram autorizados desde o dia 14 deste mês.>
O secretário foi enfático ao afirmar que não é possível atribuir a volta presencial à disponibilização da vacina. Segundo ele, as crianças não fazem parte da fase 3 de boa parte das vacinas que estão sendo testadas em humanos no mundo. De acordo com o secretário, estudos recentes incluíram jovens de 16 a 18 anos.>
Nésfio Fernandes
Secretário de Estado da SaúdeAinda na transmissão, o titular a pasta da Saúde destacou que a indústria mundial não tem capacidade produtiva para atender a população estimada em sete bilhões de pessoas. Na avaliação dele, levando essa tese em consideração, seria necessário aguardar cerca de dois a três até que as crianças sejam imunizadas.>
Temos de fato a possibilidade de, com a vacinação extensiva e ampla da população adulta, em especial, quem tem mais de 45 anos e comorbidades, a ter essa população imunizada. Isso vai reduzir a capacidade de contágio e força de contaminação da doença que repercute na probabilidade de crianças e jovens também serem infectados, alerta.>
A reportagem entrou em contato com o secretário e com a Sesa na manhã desta quinta-feira (24) e questionou o significado do acordo de confidencialidade, se havia previsão de entrega da vacina ou se algum valor foi investido pelo governo estadual.>
"Estamos em contato com a indústria e com representantes. Participamos do debate junto com os Estados produtores e representantes", limitou-se a responder o secretário, por mensagem de texto.>
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