Publicado em 26 de novembro de 2020 às 11:55
Desbravar o Espírito Santo sempre foi um desejo na vida da aposentada Rogéria Siqueira Quintão, de 56 anos, mas a dedicação ao trabalho e à família ao longo de boa parte das últimas décadas a impedia de realizar essa meta. Com a aposentadoria, a vontade voltou à tona. E com a ajuda de três amigos, Rosane, Leonardo e a inseparável bicicleta, eles resolverem realizar o contorno geográfico do Estado sobre duas rodas. >
Após se recuperar de um acidente sofrido no início do ano, em Piúma, quando fraturou a fíbula após ser atingida por um carro no acostamento, Rogéria e os amigos partiram da casa dela, no bairro Chácara Parreiral, na Serra, em direção à Região Norte do ES, iniciando uma jornada que se prolongaria por 23 dias, totalizando mais de 1,5 mil quilômetros rodados.>
"Somos cicloturistas e, há uns quatro anos, depois que me aposentei, comecei a pedalar. Eu tinha essa vontade em conhecer o Espírito Santo todo, e esse desejo era compartilhado por eles também. Durante essa pandemia planejamos como a gente iria fazer e no dia 5 de outubro decidimos partir. Não era só fazer o contorno, nossa ideia era também desbravar e conhecer as belezas que nosso Estado possui", disse Rogéria.>
O objetivo era ser o mais fiel possível ao mapa geográfico do Estado, mas como é de se imaginar, um desafio desse porte também conta com o inesperado. Por conta de motivos pessoais, o parceiro do trio teve de retornar para casa, ficando apenas a dupla de amigas no pedal.>
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"Infelizmente o Leonardo teve de voltar quando já estávamos em Barra de São Francisco. O inesperado faz parte e então seguimos nós duas. Quando adentramos na região Noroeste, não conseguimos margear o Estado tão precisamente porque era um trecho mais complicado. Teríamos de avançar muito para dentro de Minas Gerais e esse não era nosso objetivo, então tivemos que encurtar um pouco o trajeto, mas ainda assim tentamos nos aproximar do desenho do mapa capixaba", ressaltou. >
Entre um quilômetro e outro, pausas para conhecer pontos turísticos, provar as delícias das cidades e reencontrar velhos amigos. Por segurança e praticidade, Rogéria e Rosane optaram em ficar em pousadas ao invés de acampar em barraca, mas também houve tempo em que a amizade as acolheu.>
"A gente pedalava, mas também parava para comer umas coisinhas gostosas. Não tínhamos pressa ou meta de quilômetro estipulados, íamos de acordo com o que dava para fazer, até porque não usamos GPS para navegação. Era meio que na 'cara e coragem' e no boca a boca com as pessoas. Não chegamos a nos perder, mas passamos por alguns perrengues, especialmente à noite, mas felizmente deu tudo certo. Deu para tomar banho de cachoeira, bater um papo com amigos da bike de outras cidades e seguir nosso destino normalmente. Nem pneu furado nos atrapalhou", disse a aposentada.>
Com o objetivo concluído com "95% de precisão", Rogéria já planeja as próximas aventuras. Além do Espírito Santo, ela também é apaixonada pelos estados vizinhos da Bahia e Minas Gerais, porém ela já sabe bem o que tem em mente: Aparecida do Norte. Religiosa, Rogéria aguarda a virada do ano para ir ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no interior paulista, sobre duas rodas.>
"Eu já fiz esse percurso, mas fui pelo asfalto. Agora quero fazer pela estrada de chão. Tenho muita fé que conseguirei completar também esse objetivo. Só vou esperar passar o período de festas de fim de ano para em 2021 colocar o pé, ou melhor, o pneu, no chão. Nesta época do ano o fluxo nas estradas aumenta muito e fica perigoso para quem é ciclista. Na hora certa vamos iniciar esse pedal com a bênção de Deus", finalizou Rogéria, que leva o "capixabismo" até nas cores da roupa que usa ao pedalar.>
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