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Criança tropeça e se corta ao cair com prato de vidro em escola na Serra

Criança tropeça e se corta ao cair com prato de vidro em escola na Serra

Família pede o fim do uso de objetos de vidros em escolas de educação infantil; Prefeitura informar que segue norma da Anvisa

Mikaella Mozer

Repórter / mmferreira@redegazeta.com.br

Publicado em 30 de julho de 2025 às 20:01

A menina andava com o prato na mão no refeitório e acabou caindo, porém os cacos de vidro cortaram três dedos da pequena. Foram necessários três pontos devido a profundidade do machucado na sexta-feira (25).

A manhã de aulas e brincadeiras se transformou em desespero para uma criança de cinco anos na manhã de sexta-feira (25) em um Centro Municipal Educacional Infantil na Serra. Ao pegar o prato no refeitório, a menina tropeçou, caiu e os estilhaços de vidro cortaram três dedos. Os médicos contaram à família que o corte quase chegou ao tendão. O padrasto da pequena explicou que receberam ajuda da Secretaria Municipal de Educação (Sedu), mas reclama de objetos de vidro estarem sendo entregues a crianças.

Agora, a menina precisa passar dez dias fora da escola a pedido dos médicos. O padrasto disse que a menina está inquieta, reclama de dor, não consegue brincar e provavelmente vai precisar de fisioterapia nas mãos. Os envolvidos não serão identificados em preservação a identidade da criança, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

“A gente não deixa ela com prato de vidro em casa, para gente levar ela para escola e eles colocarem. É uma situação que a gente fica com sentimento de impotência. O que a gente precisa realmente é que eles resolvam a situação, substituindo esses pratos de vidro por outro material”, frisou o parente.

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Criança tropeça e se corta ao cair com prato de vidro em escola na Serra

A explicação dada pela Secretaria Municipal de Educação para o uso dos pratos é uma normativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Mais assim são crianças. A higiene é mais importante do que a segurança da criança? Pode usar acrílico, pode usar inox. As escolas públicas, por ser um volume muito grande de pratos, provavelmente é mais barato usar o vidro, mas é perigoso para crianças. Outros pais comentaram comigo que aconteceu também com o filho deles”, frisou o padrasto.

Desespero

O medo não se instaurou somente na pequena, mas também no padrasto e mãe dela. Os dois estavam trabalhando quando receberam a ligação sobre o acidente. Como o homem, que é autônomo, estava mais próximo do Hospital Materno Infantil, para onde a criança foi levada inicialmente, ele seguiu até o centro médico. No local viu a mão dela enrolada em um pano ensanguentado. 

Por ser um corte profundo e sem saber se tinha atingido o tendão acabou sendo necessário a transferência para o Hospital Infantil. No local fizeram a sutura.

Criança de cinco anos levou seis pontos após se machucar com prato de vidro em CMEI na Serra.
Criança de cinco anos levou seis pontos após se machucar com prato de vidro em CMEI na Serra Crédito: Arquivo pessoal

“É complicado para ela. Principalmente na hora de dormir devido aos pontos. Um deles até estourou logo no primeiro dia. A gente não sabe se foi ela dormindo. E foi na esquerda e ela é canhota, a mão que ela usa para tudo. No local nos deram ajuda, três funcionários da Sedu foram até lá e as professoras mantiveram contato direto comigo. A minha esposa mandou mensagem para a creche. Até hoje a mensagem não foi respondida, porque a creche não respondeu”, desabafou o padrasto.

Relato de casos parecidos

O autônomo fez um post na rede social relatando o acontecido. Nos comentários, ele viu outros pais contando terem vivido a mesma situação. Por isso, o padrasto da menina enfatiza a necessidade de rever o uso do vidro em escolas de fundamental I.

O pedido parte de quem leva a menina de cinco anos todos os dias na escola e receia ver a situação se repetir. O medo é de ver novamente a menina aos prantos com medo até de tirar o pano provisório colocado para estancar o sangue.

“Um pai falando que aconteceu há 2 meses com o filho dele na mesma creche e a diretora falou o seguinte: ‘que não vale a pena, é recorrer por causa de uma criança só', eles não trocariam os vidros que estão lá", comento o responsável.

Troca de escola

Os próximos dias são de total atenção à menina. Sem ter como brincar e sem poder voltar à escola, os responsáveis buscam formas de entretenimento. Mas mesmo quando puder voltar a conviver com os coleguinhas, não será na mesma unidade educacional. Por receio de que algo parecido aconteça de novo, foi solicitado a transferência.

“A Sedu deu apoio e foram três funcionárias no hospital. No dia que a gente estava no hospital falaram: "Ah, onde vocês querem? A gente consegue". Agora a gente não sabe se foi só algo que eles falaram no momento, e se vão manter. No médico nos orientaram a fazer um boletim de ocorrência e fizemos", contou o homem.

Prefeitura se pronuncia 

Em nota, a Prefeitura da Serra informou que a criança envolvida no incidente foi prontamente socorrida pela equipe escolar. A administração central reforça ainda ter compromisso com a segurança e o bem-estar dos estudantes e segue acompanhando o caso.

"O pai foi acionado imediatamente e acompanhou a filha durante o encaminhamento ao Hospital Materno Infantil. Após os primeiros atendimentos, ela foi transferida para o Hospital Estadual Infantil, em Vitória, onde passou por procedimento cirúrgico e recebeu alta no mesmo dia. Uma equipe da Secretaria de Educação da Serra acompanhou todo o atendimento e continua prestando assistência à família. O uso de utensílios de vidro nas escolas segue critérios técnicos de segurança alimentar, conforme orientações da Anvisa e do Inca. Os materiais utilizados são de vidro temperado, que apresenta maior resistência a impactos", finalizou.

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