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Publicado em 15 de outubro de 2021 às 21:06
Ao contrário da primeira quinzena de setembro, as mortes causadas pela Covid-19 apresentaram uma alta no Espírito Santo no mesmo período de outubro. Nos primeiros 15 dias deste mês, 180 óbitos foram registrados — um aumento de 25,8%, com 37 mortes a mais, em relação às 143 registradas no mesmo período de setembro. >
Em entrevista à reportagem de A Gazeta, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, afirma que análises mostram que o aumento aconteceu por conta de três características da pandemia no Estado neste mês:>
O secretário explica que, devido a esses três fatores o Estado passou a ter a interrupção da queda de mortes, com o aumento da média de óbitos por semana. Segundo ele, existe um fator sobre a Covid-19 que não é consenso: a sazonalidade.>
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"No ano passado tivemos uma nova onda neste período, associada ao aumento da testagem e à retomada. Mas foi somente de outubro para novembro que os óbitos e as internações cresceram e desenharam uma segunda onda", explicou.>
De acordo com Nésio Fernandes, aconteceu na primeira quinzena de setembro o que pode ser interpretada como uma nova média de comportamento, não uma nova onda da doença. "Não foi um comportamento contínuo. Com o avanço da vacinação, vamos ter a continuidade da queda. Em setembro, aconteceu o fenômeno da hegemonização da (variante) Delta no Estado", explicou.>
O secretário afirma que, das amostras colhidas em testes e enviadas ao laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para análise, quase 100% eram da variante Delta. Segundo especialistas, essa cepa é mais transmissível, tem maior carga viral e apresenta mais resistência ao sistema imunológico.>
À reportagem de A Gazeta, o secretário de Estado da Saúde explica que um dos cenários possíveis é reconhecer que a Covid-19 poderá ter dois momentos sazonais, ou seja, oscilações poderão acontecer em períodos específicos. >
"Um pode ser nesta época e outro em março e abril. Ainda é cedo para afirmar, mas precisamos reconhecer que é um comportamento que se repete na mesma época", destaca.>
Para identificar o padrão de comportamento endêmico da doença, o secretário afirma que será necessário aguardar a plena cobertura vacinal, mas ele lembra que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mantém o alerta epidemiológico emitido em agosto.>
"Esperamos nova continuidade da queda ao alcançar as metas do risco muito baixo em todo o Estado e ao avançar na vacinação das crianças no final deste ano e no início do próximo ano, quem sabe, já estaremos com vacinas autorizadas pela Anvisa para idades abaixo de 12 anos", acrescenta Nésio Fernandes.>
Outro índice que cresceu em outubro no Espírito Santo em relação ao mesmo período de setembro foi o número de casos confirmados do novo coronavírus. Na primeira quinzena do mês passado, foram registrados 10.856 casos confirmados da doença. >
Já nos 15 primeiros dias de outubro, o Estado registrou 11.317 casos confirmados da doença, um aumento de 4,24% em relação a setembro. Segundo Nésio Fernandes, a testagem à livre demanda melhora a observação dos casos.>
"Mudamos o critério de testagem e agora testamos à livre demanda. Isso melhora a observação dos casos. São mais vacinas, mais testes e mais exposição. Por isso, o aumento dos casos. As vacinas seguram os óbitos, por isso devemos apostar nelas", conclui o secretário de Estado da Saúde.>
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