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Publicado em 22 de agosto de 2025 às 16:34
Você tem medo de altura? Essa foi a pergunta feita para a repórter Carol Leal, desafiada a voar a bordo do único avião acrobático do Espírito Santo e contar como foi a experiência. De carona com um piloto que encanta (e intriga) moradores com acrobacias aéreas em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, foi possível ver céu e chão de ângulos até então inimagináveis.>
Raf Reim, empresário e comandante do Extra 300, contou que a aeronave é uma raridade no país. "No Espírito Santo esse avião é o único, e no Brasil também não existem muitos. É muito específico e tem que ter treinamento adequado, então são poucos os pilotos habilitados para voar", disse.>
Depois de um café da manhã reforçado, um comprimido para evitar náuseas (recomendação do piloto) e as expectativas nas alturas, era hora de decolar. Lá do alto, foi possível ver a Capital Secreta do Mundo por uma nova perspectiva. Entretanto, a vista privilegiada não era o objetivo final; a adrenalina, sim!>
Com o aval e entusiasmo da passageira, a aeronave Extra EA 300 girou pelo céu e encantou tanto quem estava lá embaixo, quanto quem sentia na pele (e nas alturas) a sensação única.>
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Uma acrobacia só foi pouco… já na parte final do voo, foram realizadas cinco manobras tradicionais em apresentações acrobáticas. >
A sensação de voar | por Carol Leal
Até entrar no Extra 300, nunca em minha vida havia ouvido falar em meio oito cubano. Escutei essa expressão curiosa a 2 mil pés e a 180 nós — ou seja, a cerca de 600 metros de altura, a uma velocidade próxima dos 300 quilômetros por hora. Essa manobra foi uma das executadas por Raf em nosso voo. Ela proporciona uma visão única do céu. A experiência é similar a uma montanha-russa, porém com mais liberdade e viciante.
Os loopings também têm um lugar especial: com os pés apontados para as nuvens e a cabeça na direção do chão, às vezes dava para sentir um arrepio, mas toda a euforia valia a pena. Quem está no solo também deve ficar encantado com o traçado que o avião faz e deixa no céu em um formato que lembra um 8 ou o símbolo do infinito.
Depois de tantas "piruetas" e um voo rasante para fechar com chave de ouro, voltamos ao chão com o coração ainda batendo descompassado e nota dez para minha coragem. Sem dúvidas, uma experiência radical!
Além das acrobacias, a fumaça que sai do avião ajuda na visualização da aeronave e na percepção da complexidade das manobras por parte do público. Segundo o Esquadrão de Demonstração Área da FAB, o sistema de geração de fumaça utiliza óleo ecologicamente correto. O produto é usado “escreve” nos céus com fumaça branca, não agride a camada de ozônio e não gera poluição. >
A fumaça é muito importante para a Esquadrilha, pois o traçado deixado serve de referência para os pilotos, como a identificação da posição dos aviões durante o voo.>
Raf Reim
Piloto de acrobacias aéreas"Existe um sistema de fumaça com uma bomba que injeta óleo no escapamento do avião. O tipo é o mesmo utilizado na pulverização de plantações de banana e não é tóxico. Em contato com o escapamento quente, se transforma em fumaça", explica Raf.>
Sabia que ela pode ser colorida? Não é habitual, mas em ocasiões cívicas, a fumaça branca dá lugar ao verde, azul e amarelo, presentes na bandeira do Brasil. Nas apresentações do Dia da Independência (7 de setembro) as cores pintam os céus. Para ocorrer, é adicionado um corante especial ao óleo injetado no motor da aeronave, criando o belo efeito visual.>
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