Publicado em 4 de setembro de 2023 às 17:53
O avanço do mar tem preocupado moradores e comerciantes da Praia de Guaxindiba, em Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo. Eles cobram do poder público uma obra definitiva, já que a erosão cada vez mais tem afastado os turistas da região e destruído pousadas e comércios locais, causando prejuízos financeiros. >
"A cada dia que passa o mar vai avançando e a gente não tem ninguém do poder público para poder ajudar, para poder fazer algo para conter essa erosão. Fica sempre a cargo de proprietários... Chega em um ponto que você não aguenta mais", desabafou a empresária Rosângela Barreira em entrevista à reportagem da TV Gazeta Norte. >
Por conta do avanço do mar, dona Rosângela teve que fechar o estabelecimento, que funcionava no local há mais de 20 anos. Ela também dispensou dez funcionários. >
Foi também devido à erosão que Mário Dias, dono de uma pousada que fica próxima ao mar, teve um gasto de mais de R$ 1 milhão para tentar proteger o local. >
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"Fizemos 120 metros, mais ou menos, de contenção de pedra e durou uns cinco anos. Ano passado tivemos que refazer... A gente tá deixando de investir no imóvel, nas melhorias, para jogar pedra na praia. Já tive que vender patrimônio particular para jogar pedra na praia", contou. >
Atualmente, o avanço do mar já pode ser visto em uma área de dois mil metros na região de Guaxindiba. À TV Gazeta Norte, a professora de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Jacqueline Albino explicou por quais motivos o fenômeno acontece no local. >
Jacqueline Albino
Professora de Oceanografia da UfesOutra preocupação dos comerciantes é o afastamento dos turistas, o que gera prejuízos financeiros. "Isso aqui prejudica a imagem da cidade e, consequentemente, o turismo. Com essa falta de investimento na orla, o turista não vem e a nossa renda cai", disse o presidente da Associação Turística Ronan Malacarne à reportagem da TV Gazeta Norte. >
Além de casas, pousadas e quiosques, também existe o risco de que a erosão atinja uma escola que fica a cerca de 20 metros de onde o mar já chegou. Por isso, o trecho tem recebido uma obra emergencial. >
"São muitos estudos envolvidos. Tentamos fazer essa licitação, mas não encontramos empresas que tivessem interesse em participar da licitação. Foi orçado novamente... Desde 2022 estamos batalhando com o problema", explicou o secretário de Obras do município, Thiago Missagia.>
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