Publicado em 19 de abril de 2025 às 11:36
Na manhã deste sábado (19), o terço gigante foi instalado entre as palmeiras de 25 metros do Convento da Penha. A tradição já dura 27 anos e marca o início da Festa da Penha que, neste ano, tem como tema “Com Maria, peregrinos de esperança”. O terço, que conta com 20 metros de comprimento e pesa 50 quilos, está colorido pela primeira vez depois de sete anos, com cores inspiradas na logo do Jubileu 2025.>
FESTA DA PENHA 2025: Confira a programação completa de missas e romarias>
Antes de erguerem o terço, os fiéis tiveram um momento de benção no qual rezaram para que o amor sempre vença durante as adversidades. O terço é erguido por voluntários que trabalham na estrutura de ferro, na iluminação, na decoração, na montagem e no içamento da peça. >
Ao g1 es, o médico e voluntário Osmar Sales, de 69 anos, idealizador do terço desde a primeira vez em que ele foi feito, em 1998, contou que a ideia vem do Terço Missionário, onde cada mistério representa um continente do mapa-múndi para onde a oração está sendo direcionada.>
>
Ao todo são 59 contas com cores inspiradas na logo do Jubileu de 2025 sendo nos tons de azul, verde, amarelo e vermelho. Para completar os cinco mistérios, foi adicionada a cor rosa em referência à Nossa Senhora das Alegrias, cujo manto é azul e rosa.>
Terço da Penha é instalado em celebração ao começo da Festa da Penha 2025.
O médico ressaltou também a participação da esposa, a assistente social Maria Celia Brunelli, que assumiu a confecção e a parte artística, mobilizando voluntários para o corte das flores que enfeitam a peça, além da aplicação de parafina. Coube ao Osmar a parte mais estrutural.>
"Para mim, esse trabalho representa a fé expressa em forma de arte. Quanto mais artístico você coloca, mais expressa a sua devoção e estimula as pessoas a voltarem a ter olhar para a Virgem Maria através do terço. A contemplação é a melhor forma de estar diante dos mistérios. [...] Quando ele já está pendurado, penso: 'ficou mais bonito do que eu imaginava'. É uma satisfação!", celebrou Osmar. >
Assim como confeccionar o terço virou uma missão de vida para o Osmar, pendurar e garantir que ele fique seguro para devotos e turistas contemplarem também é o propósito do bombeiro aposentado Alcemir Gonçalves de Carvalho, de 67 anos. >
Alcemir é católico e devoto de Nossa Senhora da Penha. No primeiro ano em que o terço foi pendurado, ainda trabalhava na ativa e foi escalado para realizar a atividade. No segundo, sinalizou que gostaria de participar novamente. A partir do terceiro, avisou que faria sempre que possível.>
"Tenho imenso prazer e honra de poder participar desse evento. Desde o primeiro ano, quando fui escalado, até hoje", contou. Desde 2009, Alcemir está aposentado da atividade de bombeiro, mas segue firme fazendo a instalação do terço gigante.>
"É o momento que eu volto para fazer essa atividade. Eu me comprometi a vir aqui enquanto conseguir caminhar, se Nossa Senhora da Penha me der forças, eu estarei aqui presente. Atualmente, três dos bombeiros da ativa também acompanham, para certificar que o serviço está correto.">
E o trabalho é realmente um compromisso para Alcemir. Nos Sábados de Aleluia, não tem compromisso que o faça falhar nesse encontro no Convento da Penha.>
"Eu deixo de fazer qualquer coisa, tem 27 anos que eu não assumo nenhum compromisso nesta época do ano. Há dois anos, em 2023, minha mãe faleceu na Sexta-Feira Santa, ela morava no Rio de Janeiro. O sepultamento dela seria no Sábado de Aleluia. Eu não fui, pedi para adiarem para o domingo, porque eu tenho um compromisso com Nossa Senhora". Para ele, nada além de gratidão e fé explicam essa devoção.>
Osmar Nunes
Médico e voluntárioSegundo Alcemir, no começo, eles escalavam as palmeiras que existem no campinho do Convento da Penha para fixar e retirar o terço. Depois, houve uma preocupação de que isso poderia prejudicar as árvores. >
"O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) passou a não permitir mais a subida, então tivemos que bolar um novo esquema, com as roldanas. Conversamos, eu e o Osmar, e eu expliquei o que poderia ser feito. Foi assim que bolamos essa possibilidade com as roldanas e uma corda de espera", explicou. >
Atualmente, as roldanas ficam fixas nas palmeiras, não são retiradas com o terço. "As roldanas ficam fixadas lá em cima, não atrapalha a palmeira, tomamos os cuidados necessários, tem borrachas e quando a palmeira vai engrossando, a borracha vai cedendo. A cada cinco anos, os rolamentos e a borracha são trocados preventivamente", reforçou.>
Com informações do g1 es>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta