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Publicado em 8 de novembro de 2024 às 10:41
A cidade de Cariacica, na Grande Vitória, é o município capixaba com o maior número de favelas ou comunidades urbanas, totalizando 79. Esse é o cenário mostrado em dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que define esses locais com diversos critérios, como a insegurança jurídica da posse, precariedade de serviços públicos, edificações e infraestrutura feitos pela própria comunidade e localização em área restrita à ocupação. Veja a definição completa abaixo na reportagem.
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Em seguida no ranking, aparecem as demais cidades da Grande Vitória: Serra, com 68 favelas e comunidades; Vila Velha, com 61 e Vitória, com 43. >
Cachoeiro de Itapemirim, com 38 favelas ou comunidades, aparece em quinto lugar na lista e lidera entre os municípios do interior. Na sequência, São Mateus (28), Colatina (27), Guarapari (23), Linhares (17), Barra de São Francisco (13) e Viana (12) completam o top 10. >
Entre os estados do Sudeste, o Espírito Santo tem o menor número de favelas e de moradores de favelas. No entanto, por ter população muito menor do que a de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, a proporção da população residente em favelas é a maior da região: 15,6% dos capixabas moram em favelas, contra 13,3% dos cariocas, 8,2% dos paulistas e 3,6% dos mineiros.>
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Segundo os mesmos dados, a cada 100 mil habitantes, o Espírito Santo tem 15.609 moradores de favelas, enquanto o Rio de Janeiro tem 13.345, São Paulo tem 8.173 e Minas Gerais tem 3.603.>
Entre as favelas e comunidades mapeadas pelo Censo 2022, a maior do Estado em população é Barramares, em Vila Velha, com 9,2 mil moradores. Novo Horizonte e Vila Nova de Colares, na Serra, aparecem em seguida, com 8,8 mil moradores cada. >
A lista continua com Ulisses Guimarães B, com 6,6 mil, e Morada da Barra, com 6,2 mil, ambas em Vila Velha. Em sexto fica Vale do Sol, em Viana, com 5,1 mil moradores. Em sétimo e oitavo, Bairro das Laranjeiras e Central Carapina têm 5 mil moradores de favelas ou comunidades.>
Aparecida, em Cariacica, com 4,9 mil e Primeiro de Maio, em Vila Velha, com 4,6 mil, completam o top 10.>
Os indígenas são 1.677 dos moradores de favelas e comunidades urbanas, o que representa 11,6% dos residentes nesses locais no Espírito Santo. O índice ficou acima da média nacional, que é de 10%.>
O cruzamento de dados com os da população geral divulgada anteriormente pelo IBGE mostra que as pessoas que se declaram brancas são mais de um terço da população total (38,6%), e menos de um quarto da população das favelas (23,9%). Já os pretos e pardos são 61% da população total e quase 76% da população das favelas.>
O Censo 2022 marcou o retorno do uso dos termos “favela” e “comunidade urbana” pelo IBGE após 50 anos. Entre 1950 e 1970, o instituto usou “favela”. A partir de 1970, adotou "aglomerados urbanos excepcionais", "setores especiais de aglomerado urbano" e "aglomerados subnormais". >
O anúncio da mudança, em janeiro de 2024, explicou que havia uma demanda dos moradores desses locais por reconhecimento. O termo “comunidades urbanas” mira contemplar os locais onde a palavra “favela” não é a mais usada, mas sim outras, como ocupações, comunidades, quebradas, grotas, baixadas, alagados, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, loteamentos informais, vilas de malocas, entre outros.>
Os critérios do IBGE para caracterizar favelas ou comunidades urbanas incluem:>
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