Publicado em 30 de dezembro de 2020 às 07:58
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), sancionou, nesta terça-feira (29), uma lei complementar que autoriza o Estado a comprar vacinas contra a Covid-19 sem o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). >
O material, porém, precisa de registro em pelo menos uma dessas quatro autoridades sanitárias estrangeiras: Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos; European Medicines Agency (EMA), da União Europeia; a Pharmaceuticals and Medical Devices Agency (PMDA), do Japão; e a National Medical Products Administration (NMPA), da China. O imunizante também deve estar autorizado à distribuição em seus respectivos países.>
Além da vacina, a flexibilização da compra sem o aval da Anvisa (mas com registro nessas agências estrangeiras) vale também para remédios, equipamentos e qualquer outro insumo importante no combate à pandemia.>
A Lei Complementar nº 960 é de autoria do presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Erick Musso, e foi aprovada na Casa no dia 14 de dezembro. >
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Na justificativa do projeto, o presidente da Assembleia citou que é "público e notório que as dificuldades na organização de um plano nacional de vacinação pelo governo federal têm preocupado governadores de estado" e lembrou que essas agências sanitárias estrangeiras são de "competência mundialmente reconhecida".>
Segundo o autor do projeto, com a lei, o governo do Estado terá amparo legal para a aquisição de imunizantes para "atender à demanda da população capixaba imediatamente, sem a necessidade de aguardar eventual atraso burocrático da Anvisa em validar a vacina".>
Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, defendeu a lei aprovada e criticou a demora do Governo Federal em comprar as vacinas.>
"Nós temos tido no Brasil uma politização infelizmente do registro da Anvisa que faz parte desse contexto de guerra contra as vacinas. Essa é a realidade, uma guerra que duvida do vírus e do risco da pandemia no mundo e no país. (...) A questão do registro na Anvisa é uma questão muito cotidiana e já pacificada: juízes de primeira instância determinam que a gente compre e incorpore medicamentos que não tenham registro na Anvisa, mas que possam causar benefícios para pacientes", afirmou. >
Mesmo ainda sem uma vacina liberada no Brasil e sem uma compra paralela definida, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) já definiu o Plano Operacional da Estratégia de Vacinação contra a Covid-19 no Espírito Santo, aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite, e publicado em resolução. >
No planejamento, são estabelecidas ações para o período anterior à imunização, para a campanha de vacinação propriamente e também para depois que a população for imunizada. As vacinas podem chegar aos municípios em até três dias, assim que as doses estiverem disponíveis no Estado para distribuição.>
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