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Capixaba de 12 anos conquista 2° lugar em feira de ciência no Chile

Capixaba de 12 anos conquista 2º lugar em feira de ciência no Chile

Pedro Henrique Uliana, que apareceu em A Gazeta em setembro, representou o Brasil com projeto sobre areia monazítica

Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 09:55

Pedro Henrique Uliana
Estande do jovem cientista Pedro Henrique Uliana, 12, premiado com o 2º lugar na feira internacional Expo Ciencias Chile 2025. Crédito: Arquivo pessoal

Em setembro, A Gazeta contou a história do estudante Pedro Henrique Uliana de Oliveira, então com 11 anos, que transformou sua curiosidade pela geologia em um projeto premiado e em um museu virtual dedicado a pequenos geólogos. Poucos meses depois, o capixaba volta a se destacar, agora fora do país. Aos 12 anos, ele conquistou o segundo lugar na Expo Ciencias Chile 2025, uma das mais importantes feiras internacionais de ciência e tecnologia da América Latina.

Representando o Espírito Santo e o Brasil, o estudante apresentou o projeto “Desvendando o mistério da areia monazítica”, pesquisa que já havia garantido a ele o primeiro lugar na Mostratec 2024 e na Mostramazônia 2025, além da classificação para a Febrace 2026, na Universidade de São Paulo (USP).

Pedro conta que a feira chilena recebeu cerca de 170 trabalhos científicos de jovens da Argentina, do México, Brasil e outros países. Durante as avaliações, o estudante apresentou, em inglês, seu trabalho para um dos avaliadores e, em outro momento, foi surpreendido por uma segunda avaliação não identificada, ocasião em que conduziu a apresentação em espanhol, improvisando com o seu conhecido “portunhol”.

Eu não esperava ganhar uma premiação. Treino inglês desde pequeno, mas espanhol é mais improvisado. Mesmo assim, foi muito gratificante representar o Brasil e mostrar um pouco das nossas pesquisas

Pedro Henrique Uliana de Oliveira

Estudante

Troca cultural

A mãe, Pricilla Uliana, acompanhou Pedro durante o evento e destacou a riqueza da experiência. “Sempre falei que, independente do resultado, só de sair do Brasil para apresentar o trabalho já é uma vitória enorme. Ver meu filho conhecendo culturas diferentes e sendo reconhecido é maravilhoso. E voltar com uma certificação internacional é ainda mais gratificante”, afirmou.

Pedro também levou lembrancinhas do Espírito Santo para os participantes estrangeiros, incluindo mini panelinhas de barro com bombons e até a receita da moqueca capixaba. A troca chamou atenção e despertou curiosidade entre jovens e professores de outros países.

A pesquisa apresentada investiga as características e os mitos sobre a areia monazítica, encontrada no litoral capixaba — como na famosa Praia da Areia Preta, em Guarapari. O jovem já realizou experimentos, coletou dados e utilizou sementes de feijão para demonstrar que a radiação natural do mineral, ao contrário de boatos que circularam sobre propriedades curativas, não tem efeito real de cura.

Além das pesquisas, Pedro se dedica à popularização da ciência, especialmente nas escolas públicas. “Já falei para mais de 300 estudantes este ano. Quero que a ciência seja divertida e ninguém fique entediado”, explicou.

Ele faz parte do Instituto Leva Ciência, que apoia jovens pesquisadores e promove ações educativas em todo o país.

Próximos passos

A Expo Ciencias durou dois dias, com apresentações abertas ao público e aos avaliadores. Entre os brasileiros, também havia estudantes da Bahia, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Com o 2º lugar no Chile, o capixaba acumula mais um marco em sua trajetória.

Segundo Pricilla, as classificações internacionais concedidas pela feira ficam, por regra, para os participantes chilenos, como forma de incentivar que eles conheçam outras culturas. “Caso o Pedro queira participar de outras feiras internacionais, precisará garantir vaga por meio de uma nova classificação no Brasil”, explicou a mãe.

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