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Publicado em 8 de junho de 2021 às 21:57
O secretário da Fazenda de Cachoeiro de Itapemirim, Márcio Guedes, respondeu nesta terça-feira (08) por mais de seis horas aos questionamentos dos vereadores sobre os motivos do reajuste dos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2021 nos imóveis em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. No mês passado, os moradores ficaram indignados ao perceber que os aumentos chegaram a até 800% em relação ao ano anterior. >
A sabatina aconteceu durante a tarde na sessão ordinária da Câmara municipal e se estendeu até a noite. Guedes explicou que a diferença aconteceu após uma determinação do Tribunal de Contas do Espírito Santo, por três fatores: a implantação da taxa de lixo, o recadastro imobiliário e a atualização da planta genérica dos imóveis.>
Sobre a taxa de lixo, Guedes explicou que o imposto pelos serviços de limpeza urbana e tratamento de resíduos sólidos foi uma exigência federal do novo marco legal do saneamento básico. A lei municipal que institui a cobrança foi aprovada pelo legislativo no final de 2020 e sancionada pelo prefeito Victor Coelho.>
Contudo, o ponto de maior discussão foi o recadastramento imobiliário. Uma empresa contratada para o serviço, afirmou Guedes, fez o levantamento de dados de todos os imóveis do município, com imagens áreas e funcionários nas ruas, no fim de 2020. >
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Segundo o município, esse trabalho não era feito há quase duas décadas. “A empresa tem um protocolo de atendimento para o contribuinte. A base de dados é comparada pelo cadastrador, como um 'check list'. Quando o funcionário entrou na casa do contribuinte ele anotou as mudanças. Quando o dono não deixou entrar ou não o encontrou ele em casa, fez anotações e apontamentos externos do que encontrou. Ele não pode mudar parâmetro do cadastro e inventar dados”, afirmou o secretário rebatendo vereadores que alegaram que o serviço não havia sido feito. >
Guedes ainda alegou que o não cumprimento das determinações implicaria em crime de responsabilidade fiscal pela prefeitura, como a paralisação de recebimento de convênios. “Não teve aumento de alíquota ou reajuste no IPTU, apenas a atualização do cadastro”, enfatizou o secretário por várias vezes durante as perguntas.>
O recadastramento, segundo o secretário, também atualizou a planta genérica de valores (uma base de dados que estabelece valores de terrenos e de construções do município, que possibilita obter o valor de mercado dos imóveis de acordo com a localização e área ocupada). Para este reajuste, um projeto de lei foi aprovado pela Casa de Leis e deve ser cobrado a partir de janeiro de 2020. O aumento acontecerá em percentuais no IPTU até 2024. >
Márcio Guedes disse que 103 mil imóveis passaram pela atualização do cadastro. Ele enfatizou que o trabalho pode conter erros e os contribuintes podem pedir a revisão do valor cobrado. “O recadastramento foi feito de forma correta, encaminhado à prefeitura e revisado por uma comissão fiscalizadora. Em um trabalho desse tamanho pode ter escapado algo. Pode ter erro e iremos rever a reclamação do contribuinte. Se houver erro, será corrigido”, disse.>
A orientação é que o morador envie mensagem para o número de Whatsapp do Cachoeiro Online (28 98803-9552) e agende um atendimento presencial na Secretaria Municipal da Fazenda. Guedes informou ainda que até a próxima semana um aplicativo também deve dar suporte ao contribuinte que queira pedir revisão da cobrança de maneira virtual. >
Vereadores da Câmara pedirão uma reunião no TCE para entender as determinações e tentar postergar o pagamento do imposto.
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