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Blogueiras capixabas mostram como denunciar violência contra a mulher

Blogueiras capixabas mostram como denunciar violência contra a mulher

Influenciadoras digitais se uniram para espalhar pelas redes os canais que podem ser usados pelas vítimas para denunciar agressões durante a pandemia

Publicado em 19 de maio de 2020 às 15:42

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Influenciadoras digitais capixabas se uniram para realizar uma campanha contra a violência doméstica. A ideia é divulgar nas redes sociais telefones e sites para que mulheres vítimas de agressão possam pedir ajuda, mesmo estando em casa, junto com o agressor durante este período de isolamento, provocado pela pandemia do coronavírus

O vídeo foi feito propositalmente sem som para que possa ser visto sem chamar atenção de quem estiver ao redor, inclusive os agressores. Nele as blogueiras do Espírito Santo, com muitos seguidores na internet, exibem números das redes de apoio à mulher, para chamar a polícia, pedir medida protetiva, fazer denúncia telefônica e ter suporte social e psicológico.

"Houve uma diminuição no registro de ocorrência aqui no Estado durante a pandemia, o que não reflete uma diminuição da violência contra a mulher.  Nossa preocupação é para que não ocorra nesse período de pandemia subnotificações, com as mulheres sendo vítimas dentro dos seus lares, sem conseguir denunciar a ninguém",  explica a delegada Cláudia Dematté, chefe da Divisão da Mulher, convidada a participar da campanha.

Data: 19/12/2019 - ES - Vitória - Mulher que conseguiu romper com o ciclo da violência sofrida pelo marido - Editoria: Cidades - Foto: Ricardo Medeiros - GZ
Mulher que conseguiu romper ciclo da violência praticado pelo marido. (Ricardo Medeiros)

Outra participante é a blogger e servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES)  Mônica Pretti Haynes, que descreve como o isolamento social piorou a situação das vítimas. "A restrição derivada da pandemia da Covid-19  dificultou a circulação da mulher agredida para denunciar, além da falta de dinheiro e o fato dela estar sendo vigiada dentro de casa e o dia inteiro pelo seu agressor", observou Mônica, dona do perfil nas redes sociais @asmaepira.

A capacidade da internet em alcançar diversos lares, que já era um recurso usado pelas influenciadoras para falar com seus seguidos, ganhou um novo sentido, como conta Mônica. "Meu papel de influenciadora é divulgar esse serviço de proteção à mulher e fazer com que outras pessoas possam repassar essas informações. Ser influenciador é mais que uma vitrine de produtos,  é representar mais que marca ou serviço, é representar a sociedade e ser empático", descreveu.  

Aspas de citação

Fazer esse vídeo é apoiar a mulher que está sofrendo violência, mostrar que ela não está sozinha, já que a internet pode me levar para dentro da casa de uma mulher agredida

Mônica Pretti
Influenciadora digital
Aspas de citação

A nutricionista Maria Borgo, que também atuou no vídeo, conta que tudo na campanha foi pensado de forma a ajudar o próximo.  "Ficarei feliz se conseguirmos atingir uma só mulher que precisa e ajudá-la. Isso já faz toda diferença para mim. Em um movimento como este, a gente se liberta totalmente do nosso eu, são mulheres que estão tentando fazer o bem para outras mulheres, isso tem um sentido único", disse a administradora do instagram @mariaborgo. 

Magali Magalhães,  designer de moda, disse que a campanha joga luz em um tema que muita gente ignora por não fazer parte da sua realidade. "A internet é um meio visto por todos, ninguém larga o celular. A campanha viralizou neste momento de pandemia, mas a violência contra mulher não pode ser tolerada em nenhum momento", destaca a dona do perfil @magadesigner. 

 A ideia do vídeo é também mostrar as vítimas que elas não estão sozinhas e que podem ser ouvidas, em especial no momento de isolamento, como afirma uma das idealizadoras da campanha, a influenciadora digital Ludmila Tavares, dona da conta @ludmilatavares_.

"As mulheres estão com seus agressores sofrendo não  apenas violência física ou financeira, mas também sem ter com quem contar. Mas elas podem, sim, contar conosco,  com uma rede de apoio e com nosso incentivo de coragem para denunciar", reforçou a influencer, que também é Policial Rodoviária Federal.

A luta por respeito e igualdade é intensa e necessária, destacam as influenciadoras. "Temos que mudar a forma como a educação é passada, quebrando a ideia do patriarcado. Precisamos ter direitos iguais e ser bem tratadas. Precisamos de respeito", completou Ludmila.  

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