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Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 20:54
Em média, 4 em cada 10 estudantes do Espírito Santo têm bom desempenho em língua portuguesa, conforme dados do Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes) 2024 divulgados nesta terça-feira (11) pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu).>
Os resultados também mostram que 60% dos estudantes avaliados pelo Paebes no ensino médio não apresentam aprendizagem suficiente. No Estado, essa etapa é oferecida na rede pública pelo Estado.>
No 9º ano do ensino fundamental, o índice de estudantes com aprendizagem insuficiente é de 59% nas turmas da rede estadual. Na rede municipal, a porcentagem dos que sabem o básico ou abaixo do básico é maior e chega a 64%.>
A soma dos percentuais de estudantes alocados nos padrões abaixo do básico e básico representa aprendizagem insuficiente para a etapa. Enquanto o somatório dos padrões proficiente e avançado representa aprendizagem suficiente para a etapa.>
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O índice de estudantes que saem do ensino médio sabendo o suficiente de português para essa etapa é de 39% na rede estadual. No 9º ano do ensino fundamental, o índice é de 41% na rede estadual e de 36% nas escolas geridas pelos municípios.>
O Estado estabelece uma escala de 0 a 500 para medir a aprendizagem dividida em níveis: abaixo do básico, básico, proficiente e avançado. Esse valor é cruzado com o nível de conhecimento com a escala que vai ser determinada em relação às notas obtidas pelos estudantes. Quanto mais próximo de 500, por exemplo, mais avançado é o nível.>
Em algumas ocasiões o somatório das porcentagens fica abaixo ou acima de 100% em função dos arredondamentos. >
O Paebes 2024 mostrou que houve um aumento de 6 pontos percentuais nos padrões de aprendizagem adequados em português no ensino médio da rede estadual em relação a 2023. No 9º ano da rede estadual e da rede municipal, o aumento também foi de 6 pontos percentuais.>
Na avaliação do secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, o resultado do Paebes 2024 mostra que houve uma diminuição das desigualdades encontradas dentro da rede de educação pública do Estado em relação aos últimos anos.>
"Isso, infelizmente, ainda persiste, porém, em um percentual muito menor do que no início do governo. Isso demonstra que a gente tem procurado avançar na educação, mas olhando a distribuição desses resultados, porque é muito ruim quando a educação melhora só para alguns", afirma. >
O professor Wagner dos Santos, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), avalia que o crescimento em relação a 2023 é tímido.>
"Quando pegamos língua portuguesa, vemos que não houve grande avanço na escala. Você ainda tem um número considerável de estudantes na faixa de conhecimento classificada como básica. A gente teve um aumento do abaixo do básico para o básico, mas ainda não é um nível de conhecimento do padrão de aprendizagem que desejamos, que é ter um aumento para o nível proficiente e depois para o avançado. A nota adquirida atinge o segundo nível de conhecimento da dimensão básica", entende. >
Wagner dos Santos destaca que as redes municipais têm um desempenho de pelo menos 10 pontos a menos em relação à qualidade da aprendizagem das redes estaduais.>
"Para você ter uma ideia, em língua portuguesa, enquanto o Estado, as instituições da rede estadual obtiveram 261 pontos, a rede municipal obteve 252 pontos. E a gente, numa série histórica, observa que essa é uma tendência. Então, as políticas educacionais produzidas e realizadas na rede estadual, voltadas sobretudo para as avaliações de larga escala, têm surtido mais efeito quando se pensa o resultado dos estudantes, enquanto as redes municipais têm um resultado inferior nesse tipo de avaliação", analisa.>
O professor salienta que a rede estadual tem uma série de outras avaliações complementares à avaliação do Paebes, o que não ocorre com o município.>
"Na rede estadual, além do Paebes, que é realizado ao final de cada ano, você vai ter a avaliação diagnóstica, também um exame de larga escala realizado no início do ano letivo, o AMA, que é uma avaliação de monitoramento de aprendizagem, realizado trimestralmente, que também é uma avaliação de larga escala. Nesse modelo de exames de larga escala, o Enem mantém essa mesma estrutura, avaliação de fluência de leitura e escrita, que é feita no segundo ano do ensino digital, e todas essas avaliações", cita.>
Sobre isso, o secretário de Educação diz que as rotinas das redes municipal e estadual são diferentes. "Nós, na rede estadual, temos instrumentos muito específicos. Eu destacaria a rotina pedagógica escolar que implementamos em 2024 e estão refletindo agora nesse resultado do Paebes. As rotinas focalizam os aspectos mais fragilizados, olhando para a prova anterior. Olhamos para o que os alunos menos aprendiam e focalizamos nossa atenção em 2024. Temos apoiado muito os municípios com material didático, para formações, assessoria pedagógica, o Prêmio Escola que Colabora, o Funpaes (Fundo Estadual de Apoio à Ampliação e Melhoria das Condições de Oferta da Educação Infantil no Espírito Santo), com o qual financiamos diversas ações dos municípios", explica Vitor de Angelo. >
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