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Publicado em 29 de outubro de 2025 às 10:37
Dez anos depois do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), A Gazeta lança, nesta quarta-feira (29), uma série de reportagens multimídias sobre a maior tragédia ambiental do Brasil, que causou impactos que duram até hoje no Espírito Santo. A especial Rio de Lama e Luta tem início com os bastidores de uma expedição que percorreu mais de 180 quilômetros, em cinco dias de viagem, para conhecer histórias de quem viu o Rio Doce agonizar após a chegada ao Estado da lama com rejeitos de minério.>
Esse material começa a ser exibido a partir desta quarta-feira (29) em formato de diário de bordo nas redes sociais: @agazetaes. Além desses bastidores, a série trará reportagens e vídeos que serão publicados em A Gazeta na próxima semana, nos dias 3, 4 e 5 de novembro. Conteúdos especiais também serão veiculados nas mesmas datas pela Rádio CBN Vitória.>
O rompimento da barragem da Samarco ocorreu no dia 5 de novembro de 2015. Mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério escoaram do Complexo Industrial de Germano, no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, provocando uma tragédia que deixou 19 mortos e cerca de mil pessoas desalojadas na região de Minas Gerais. A lama gerada pelo desastre percorreu grande parte da Bacia do Rio Doce até chegar à foz, no distrito de Regência, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, onde a lama se encontrou com o mar em 22 de novembro daquele ano. O rastro de destruição causou prejuízos financeiros, ambientais e emocionais incalculáveis para moradores dos estados mineiro e capixaba.>
Em expedição às regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo, A Gazeta foi até Baixo Guandu, Marilândia, Colatina e Linhares para ver como estão, dez anos depois, os moradores dos municípios mais impactados pela tragédia no Estado. A reportagem ouviu pescadores, artesãs, empreendedoras, surfistas e chefes de família que tinham o Rio Doce como principal fonte de renda e até hoje sofrem os efeitos do desastre ambiental. Dessas conversas, um diário de bordo foi preparado para que os os leitores acompanhem, pelas redes sociais, todo o processo de produção da série especial.>
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A produção do material também demandou uma viagem até Anchieta, no Litoral Sul, onde ficam as usinas da Samarco. Apesar de não ser banhado pelo Rio Doce, o município sentiu os efeitos da tragédia de outra forma. Com a paralisação das atividades da mineradora após rompimento, a cidade sofreu grandes perdas financeiras. Toda a cadeia produtiva da região foi afetada, com fechamento de comércio e serviços e a consequente redução das vagas de emprego.>
Além do diário de bordo nas redes sociais, a série conta com reportagens e entrevistas em vídeo. A primeira, na próxima segunda-feira (3), vai relembrar a tragédia e contar a história de moradores do Espírito Santo que precisaram se reinventar após o desastre. Pesquisadores e lideranças também foram ouvidos para detalhar, tecnicamente, os impactos provocados pela tragédia no Estado.>
O segundo material será publicado na terça-feira (4) e detalhará a luta de mulheres pelo reconhecimento como vítimas reais da tragédia, já que muitas relatam terem sido deixadas de lado durante os acordos de reparação. Elas contam que apenas os maridos foram beneficiados e reconhecidos para ter direito à indenização. Por fim, o terceiro vídeo, na próxima quarta-feira (5), contará como está o trabalho para a retomada da economia em Anchieta, com opiniões de moradores, empreendedores e representantes da Samarco.>
Coordenadora de Projetos da Redação de A Gazeta, Joyce Meriguetti explica que a expedição realizada pelo território capixaba serve para entender como era o Espírito Santo há dez anos e como o Estado avançou diante dos desafios impostos pela tragédia.>
“Esse projeto traz essa missão de não deixar que o passado seja esquecido, porque ele reverbera até hoje no nosso Estado. Serve também para questionar o que aconteceu para que uma tragédia como essa não se repita”, destaca.>
Ainda segundo Joyce, a produção multimídia foi planejada para alcançar diversos públicos. Desde o trabalho de pesquisa à edição final, a especial foi montada para estar perto de quem viveu a tragédia e também para ilustrar a dimensão do desastre para quem não o sentiu.>
Para enriquecer a série, imagens detalhadas do Rio Doce, fotografias e vídeos dos entrevistados e conteúdos de acervo da Rede Gazeta foram utilizados na construção das reportagens. O material traça uma linha do tempo manchada pela lama de minério e que busca esclarecer o que está sendo feito para mudar a realidade de quem foi impactado pelo desastre.>
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