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Produtor aposta na criação de lambari rosa como isca para a pesca no ES

Produtor aposta na criação de lambari rosa como isca para a pesca no ES

Jonas Domingos tem uma criação do peixe, que também conhecido como piaba, em Jaguaré

Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 13:33

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Lambari rosa, conhecido como piaba. (TV Gazeta Norte)

Foi observando o mercado e as oportunidades de consumo que o piscicultor Jonas Domingos decidiu iniciar a criação de lambaris rosa, também conhecidos como piabas. O objetivo é fornecê-lo como isca para outros peixes. O negócio tem dado tão certo que já virou referência na região Norte do Espírito Santo.

Jonas já é conhecido na piscicultura, com mais de 30 anos de experiência no mercado. A opção de negócio veio a partir de uma boa observação. “Eu comecei após um pedido dos próprios pescadores do município. Às vezes o pessoal marcava uma pesca com os amigos, e ninguém pesca aqui no município a nível de comércio, é pesca esportiva mesmo. Aí lembrava, cadê a isca? Não tem. Eu vendo isso e por ser um município agrícola que tem muitas barragens, a maioria das barragens com muitos peixes carnívoros, eu pensei em começar a criar piabas para atender esses pescadores, e comecei”, relembra.

A propriedade fica localizada no Córrego Teófilo, no interior do município de Jaguaré. Para garantir a qualidade dos lambaris é preciso seguir uma série de procedimentos, como por exemplo respeitar o período de reprodução da espécie. “O lambari se reproduz dez meses durante o ano, só não reproduz em junho e julho. Nesse sistema de gaiola que eu uso hoje, você pode usar um macho para uma fêmea, se for em área aberta é de dois a três machos”, revela o piscicultor.

Jonas Domingos decidiu tem uma criação de lambaris rosa. (TV Gazeta Norte)

Em média, a taxa de reprodução é de 100 mil lambaris a cada desova da fêmea, um resultado bastante positivo, segundo Jonas. Além do pescado produzido exclusivamente para isca, o piscicultor também reproduz outras espécies como o tambaqui, tambacu, carpa capim e carpa vermelha, chegando perto de 13 mil peixes. Mas a procura mais intensa, segundo ele, tem sido pelo lambari rosa.

“Nós começamos observar que para a traíra nem tanto, porque a isca está morta, mas para o tucunaré, que é um peixe predador de peixe vivo, ele se mata quando ver essa piaba rosa por causa da cor dela, então está sendo uma procura muito grande por essa piaba rosa”, reforça ele.

Se o pescado é bem produzido, o resultado vem de forma satisfatória. Diante da qualidade e do investimento na produção de lambaris, um peixe que tem como característica se reproduzir por estresse, o piscicultor já conquistou clientes em várias cidades das regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo, na Grande Vitória e também de algumas cidades da Bahia.

MODELO DE NEGÓCIO

A ideia de Jonas Domingos em Jaguaré deu tão certo que o produtor rural Valdeci Alves de Paulo resolveu comprar uma grande quantidade de lambaris. O objetivo é reproduzir o processo na propriedade dele e começar a comercializar o peixe.

“Eu comecei a trabalhar com outros alevinos como tilápia, tambaqui, dourado e outros peixes, e aí começaram a me ligar à procura do lambari usando ele como isca para poder pegar outros peixes. Não é grande quantidade, mas já começou a procura”, explica.

Criação de lambari rosa em Córrego Teófilo, no interior do município de Jaguaré. (TV Gazeta Norte)

Só para o produtor rural foram vendidas cerca de 4 mil lambaris na primeira fase da reprodução. Para realizar o transporte do pescado, todo um cuidado técnico é adotado para que os lambaris cheguem saudáveis ao destino.

O segredo é oxigenar o reservatório e usar um pouco de sal. Segundo Jonas, a técnica já fez com que clientes fizessem o transporte do pescado por longas distâncias e não registrassem nenhuma perda considerável dos peixes.

CONSUMO PRÓPRIO

Quando se fala que os melhores clientes são os que atuam diretamente com o produto, na propriedade do seu Jonas não é diferente. Além de vender grande parte da produção de peixes, há também os que são separados para consumo próprio.

Na residência da família, o freezer está cheio de tilápias retiradas da produção e produzidas especificamentes para o consumo na propriedade. “Aqui nós temos um tanque rede onde nós criamos peixes como criamos uma galinha lá presa. A hora que quiser comer um peixe a gente vai lá, pega e come. É tilápia de qualidade e para esse objetivo”, ressalta.

Seja no freezer ou ainda nos tanques, Jonas segue praticamente sozinho cuidando da reprodução dos peixes, mas sempre de olho nas oportunidades do mercado.

Com informações da TV Gazeta Norte.

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