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Prêmio Biguá Noroeste: estudantes produzem citronela e transformam em repelente natural no ES

Prêmio Biguá Noroeste: estudantes produzem citronela e transformam em repelente natural no ES

Essa é uma das iniciativas reconhecidas na 5ª edição da premiação, realizada pela Rede Gazeta, em Colatina; conheça os projetos vencedores em cada categoria

André Borghi

Repórter / [email protected]

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 14:50

Vencedores do Premio Biguá Noroeste 2025: iniciativas sustentáveis em destaque
Vencedores do Premio Biguá Noroeste 2025: iniciativas sustentáveis em destaque Crédito: Divulgação | Rede Gazeta

Promover a sustentabilidade socioambiental e a solidariedade foi o que motivou alunos do Colégio Marista Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, a realizarem a produção de repelentes naturais de citronela, desde o plantio à fabricação do produto. Ao final das etapas, os repelentes foram doados para uma comunidade em vulnerabilidade socioeconômica do município. Essa iniciativa foi uma das vencedoras na 5ª edição do Prêmio Biguá Noroeste 2025, realizado pela Rede Gazeta a fim de reconhecer projetos exemplares de preservação e desenvolvimento sustentável.

Com o tema “Horizontes mais verdes”, a cerimônia do Prêmio Biguá foi realizada na noite desta quarta-feira (29), em Colatina. Ao todo, mais de 200 projetos foram inscritos no Estado neste ano e, após avaliação de comissão técnica, a premiação destacou as melhores ideias em cinco categorias: Empresa, Escolas, Poder Público, Produtor Rural e Sociedade Civil.

Hoje, a questão climática, a questão da sustentabilidade como um todo, não só ambiental, mas social, é uma urgência planetária. E o prêmio ajuda a gente a divulgar aquelas pessoas, aquelas entidades que já estão desenvolvendo alguma iniciativa para colaborar para um planeta mais sustentável

Maria Helena Vargas

Diretora regional da Rede Gazeta

Do plantio à produção natural contra mosquitos 

Os estudantes do Colégio Marista Colatina tiveram a oportunidade de participar de todas as etapas da produção de repelente natural de citronela, do plantio, passando pela fabricação do produto até a doação para uma comunidade da cidade. A iniciativa contou com a participação de 350 pessoas, incluindo alunos do 9° ano do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio.

A ação contribuiu para a conscientização da comunidade escolar sobre práticas sustentáveis, consumo consciente, e prevenção de doenças transmitidas por mosquitos. Além disso, realizaram pesquisas científicas, com o levantamento de dados sobre arboviroses e a apresentação dos resultados em eventos escolares. Nesta quarta-feira (29), o projeto “Repelente natural de citronela - solidário e sustentável” ficou em primeiro lugar na categoria Escolas, do Prêmio Biguá.

O projeto é um espaço de troca, de cuidado com o planeta, de cuidado com os ecossistemas e favorece os nossos estudantes através do ensino, da pesquisa e da solidariedade, com espaços de transformação na escola e fora dela

José Leonardo Borba

Diretor-geral do Colégio Marista Colatina

Oficinas promovem inclusão

Na categoria Sociedade Civil, o primeiro colocado foi o projeto “Feito por mãos que enxergam”, da Associação Colatinense de e para Pessoas com Deficiência Visual (ACDV).

Desenvolvido entre 2023 e 2024, o projeto, que oferece oficinas de produção de cerâmica com modelagem e argila para pessoas cegas e com baixa visão, surgiu com o propósito de promover inclusão, arte e equidade para esse público, utilizando as atividades como ferramenta de expressão sensorial e desenvolvimento social. Mais de 130 pessoas fizeram parte da iniciativa, e os materiais produzidos puderam ser vendidos, gerando renda e contribuindo para o suporte financeiro do projeto.

Pensando na sustentabilidade, o projeto introduziu a educação ambiental como parte das suas práticas pedagógicas e produtivas, conscientizando os alunos sobre o uso responsável dos materiais, o reaproveitamento de recursos e o cuidado com o meio ambiente.

Com esse projeto, conseguimos estabelecer uma conexão mais ampla entre homem, natureza e economia. Assim, a gente evita a mercantilização dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, promovemos o empreendedorismo

José Luz

Professor da ACDV

Irrigação automática: economia e produtividade

Reduzir o desperdício de água na irrigação agrícola, otimizar o uso de energia elétrica, e aumentar a produtividade das lavouras foram os principais objetivos do projeto “Smartirriga: irrigação autônoma e sustentável - mais produtividade, menos desperdício”, que ficou em primeiro lugar na categoria Empresa.

Por meio da tecnologia e automação, o projeto desenvolvido em Colatina ajusta automaticamente o tempo e o volume de irrigação, resultando em redução de até 50% no consumo de água nas propriedades rurais atendidas e, ao mesmo tempo, contribui para o aumento da produtividade das lavouras, realizando a irrigação das plantações conforme suas necessidades. Ou seja, com essa tecnologia, os produtores não precisam se preocupar com a quantidade de água no momento de irrigar, pois é realizada de forma automática.

Para a gerente-geral da Smartirriga, Evellyn Zuqui Bolsoni, é um motivo de orgulho receber essa premiação, pois a empresa busca aliar sustentabilidade e tecnologia para melhorar a vida dos produtores rurais.

Com esse projeto, a gente ensina os produtores rurais a irrigar realmente em vez de só molhar. E, com isso, a gente leva sustentabilidade e uma maior produtividade, sempre lembrando de valorizar o nosso recurso natural supervalioso, a água

Evellyn Zuqui Bolsoni

Gerente-geral da Smartirriga

Madeiras apreendidas são transformadas

Após a apreensão de madeiras ilegais realizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 2023, no município de São Roque do Canaã, a prefeitura da cidade buscou um destino sustentável para esse material, e percebeu que serviria para a produção de caixas de abelhas. A partir da ideia, essas caixas foram construídas em parceria com empresas locais do município, visando utilizá-las de maneira educativa em escolas da cidade.

Até o momento, foram confeccionadas mais de 50 caixas para a criação de abelhas nativas sem ferrão e foi realizada a implantação de um meliponário pedagógico na Escola Municipal Luís Mônico, inaugurado em junho deste ano, sensibilizando os alunos e professores da educação básica sobre a importância das abelhas nativas para o equilíbrio ambiental e para a segurança alimentar. Dessa forma, a iniciativa busca fortalecer a agricultura sustentável e impulsionar a educação ambiental.

O projeto “Do jardim ao mel: conservando a vida e a biodiversidade” ficou em primeiro lugar da categoria Poder Público, do Prêmio Biguá.

Acreditamos que o principal fator de ganhar o prêmio é a visibilidade. Isso faz com que o projeto ganhe força, ganhe cada vez mais voluntários e adeptos de forma efetiva. Isso traz uma força também para que possa ser replicado em outros municípios

Simone Kuster 

Secretária de Meio Ambiente de São Roque do Canaã

Sistema agroflorestal vira referência

Na categoria Produtor Rural, o primeiro colocado foi o projeto “Florescer sustentável”, de Vila Valério. A produtora Erica Frois e seu companheiro Dieimes Bohry tiveram a iniciativa de criar, em 2021, em meio a pandemia, um sistema agroflorestal (SAF) no sítio da sua família, unindo o cultivo de café especial conilon a árvores nativas. A ideia era produzir de forma diversificada, sustentável e regenerativa.

De acordo com Erica, o local se tornou referência em práticas de agricultura sustentável e agroflorestal. Além de agricultores, ela e Dieimes são formados na área da educação, e uniram seus conhecimentos acadêmicos ao campo. Diante disso, abriram o espaço para visitação de crianças e estudantes de escolas agrícolas para aprender sobre o sistema agroflorestal, unindo tradição, inovação e respeito à natureza.

Hoje, a gente quer mostrar para as crianças que as possibilidades de permanência no campo existem e garantem qualidade de vida. Porque as pessoas que moram no campo também são dignas de ter a qualidade de vida

Erica Frois 

Agricultora e professora 

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