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Publicado em 30 de outubro de 2025 às 14:50
Promover a sustentabilidade socioambiental e a solidariedade foi o que motivou alunos do Colégio Marista Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, a realizarem a produção de repelentes naturais de citronela, desde o plantio à fabricação do produto. Ao final das etapas, os repelentes foram doados para uma comunidade em vulnerabilidade socioeconômica do município. Essa iniciativa foi uma das vencedoras na 5ª edição do Prêmio Biguá Noroeste 2025, realizado pela Rede Gazeta a fim de reconhecer projetos exemplares de preservação e desenvolvimento sustentável.>
Com o tema “Horizontes mais verdes”, a cerimônia do Prêmio Biguá foi realizada na noite desta quarta-feira (29), em Colatina. Ao todo, mais de 200 projetos foram inscritos no Estado neste ano e, após avaliação de comissão técnica, a premiação destacou as melhores ideias em cinco categorias: Empresa, Escolas, Poder Público, Produtor Rural e Sociedade Civil. >
Maria Helena Vargas
Diretora regional da Rede GazetaOs estudantes do Colégio Marista Colatina tiveram a oportunidade de participar de todas as etapas da produção de repelente natural de citronela, do plantio, passando pela fabricação do produto até a doação para uma comunidade da cidade. A iniciativa contou com a participação de 350 pessoas, incluindo alunos do 9° ano do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio.>
A ação contribuiu para a conscientização da comunidade escolar sobre práticas sustentáveis, consumo consciente, e prevenção de doenças transmitidas por mosquitos. Além disso, realizaram pesquisas científicas, com o levantamento de dados sobre arboviroses e a apresentação dos resultados em eventos escolares. Nesta quarta-feira (29), o projeto “Repelente natural de citronela - solidário e sustentável” ficou em primeiro lugar na categoria Escolas, do Prêmio Biguá. >
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José Leonardo Borba
Diretor-geral do Colégio Marista ColatinaNa categoria Sociedade Civil, o primeiro colocado foi o projeto “Feito por mãos que enxergam”, da Associação Colatinense de e para Pessoas com Deficiência Visual (ACDV).>
Desenvolvido entre 2023 e 2024, o projeto, que oferece oficinas de produção de cerâmica com modelagem e argila para pessoas cegas e com baixa visão, surgiu com o propósito de promover inclusão, arte e equidade para esse público, utilizando as atividades como ferramenta de expressão sensorial e desenvolvimento social. Mais de 130 pessoas fizeram parte da iniciativa, e os materiais produzidos puderam ser vendidos, gerando renda e contribuindo para o suporte financeiro do projeto.>
Pensando na sustentabilidade, o projeto introduziu a educação ambiental como parte das suas práticas pedagógicas e produtivas, conscientizando os alunos sobre o uso responsável dos materiais, o reaproveitamento de recursos e o cuidado com o meio ambiente. >
José Luz
Professor da ACDVReduzir o desperdício de água na irrigação agrícola, otimizar o uso de energia elétrica, e aumentar a produtividade das lavouras foram os principais objetivos do projeto “Smartirriga: irrigação autônoma e sustentável - mais produtividade, menos desperdício”, que ficou em primeiro lugar na categoria Empresa. >
Por meio da tecnologia e automação, o projeto desenvolvido em Colatina ajusta automaticamente o tempo e o volume de irrigação, resultando em redução de até 50% no consumo de água nas propriedades rurais atendidas e, ao mesmo tempo, contribui para o aumento da produtividade das lavouras, realizando a irrigação das plantações conforme suas necessidades. Ou seja, com essa tecnologia, os produtores não precisam se preocupar com a quantidade de água no momento de irrigar, pois é realizada de forma automática.>
Para a gerente-geral da Smartirriga, Evellyn Zuqui Bolsoni, é um motivo de orgulho receber essa premiação, pois a empresa busca aliar sustentabilidade e tecnologia para melhorar a vida dos produtores rurais. >
Evellyn Zuqui Bolsoni
Gerente-geral da SmartirrigaApós a apreensão de madeiras ilegais realizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 2023, no município de São Roque do Canaã, a prefeitura da cidade buscou um destino sustentável para esse material, e percebeu que serviria para a produção de caixas de abelhas. A partir da ideia, essas caixas foram construídas em parceria com empresas locais do município, visando utilizá-las de maneira educativa em escolas da cidade. >
Até o momento, foram confeccionadas mais de 50 caixas para a criação de abelhas nativas sem ferrão e foi realizada a implantação de um meliponário pedagógico na Escola Municipal Luís Mônico, inaugurado em junho deste ano, sensibilizando os alunos e professores da educação básica sobre a importância das abelhas nativas para o equilíbrio ambiental e para a segurança alimentar. Dessa forma, a iniciativa busca fortalecer a agricultura sustentável e impulsionar a educação ambiental.>
O projeto “Do jardim ao mel: conservando a vida e a biodiversidade” ficou em primeiro lugar da categoria Poder Público, do Prêmio Biguá.
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Simone Kuster
Secretária de Meio Ambiente de São Roque do CanaãNa categoria Produtor Rural, o primeiro colocado foi o projeto “Florescer sustentável”, de Vila Valério. A produtora Erica Frois e seu companheiro Dieimes Bohry tiveram a iniciativa de criar, em 2021, em meio a pandemia, um sistema agroflorestal (SAF) no sítio da sua família, unindo o cultivo de café especial conilon a árvores nativas. A ideia era produzir de forma diversificada, sustentável e regenerativa.>
De acordo com Erica, o local se tornou referência em práticas de agricultura sustentável e agroflorestal. Além de agricultores, ela e Dieimes são formados na área da educação, e uniram seus conhecimentos acadêmicos ao campo. Diante disso, abriram o espaço para visitação de crianças e estudantes de escolas agrícolas para aprender sobre o sistema agroflorestal, unindo tradição, inovação e respeito à natureza. >
Erica Frois
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