Publicado em 10 de setembro de 2024 às 16:59
Referência na produção mundial de café, inclusive os especiais, o Espírito Santo também tem alcançado espaço no mercado mundial com a cult0ura de especiarias. O setor, aliás, diante das mudanças climáticas, principalmente com as ondas de calor, aposta em pesquisas voltadas a dar melhor conforto térmico às plantas. >
O crescimento da produção de especiarias no Espírito Santo é resultado de diversos fatores. Com apoio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a produção de pimenta-do-reino, por exemplo, é alvo de estudos, que analisam em quais condições térmicas a planta pode se desenvolver melhor. Uma das ações é a orientação sobre o uso de tutores mortos e vivos.>
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Como a pimenta-do-reino é uma trepadeira, precisa se agarrar em estacas firmes e duradouras para se desenvolver na posição vertical. São colocados pilares cravados no solo (tutores mortos) e caules de plantas enraizadas (tutores vivos).>
“Boa parte da pimenta é plantada em estacas de eucalipto tratadas e mortas por meio químico. Estamos buscando alternativas, como o uso de tutores vivos, plantando árvores específicas, manejando a poda e permitindo que a pimenta cresça aderida a esses tutores”, explica o engenheiro-agrônomo João Henrique Trevizani, agente de extensão no Incaper.>
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Trevizani afirma que a técnica reduziu em 60% o custo com eucalipto, além de garantir melhor conforto térmico em períodos mais quentes para as plantas e para quem trabalha nas áreas de plantio. Potencializou ainda o rendimento, visto que as flores atingiram um nível menor de abortamento na sombra produzida pelas árvores do que quando eram expostas plenamente ao sol.>
Um dos produtores atendidos pelo Incaper e que experimentou o uso de tutores vivos na lavoura foi Erasmo Carlos Negris, de 55 anos, em Córrego do Aguirre, distrito de Nestor Gomes, em São Mateus, Norte do Estado. >
Erasmo Carlos Negris
Produtor ruralAgora, com os resultados positivos obtidos durante a experiência, o produtor rural avalia implementar a prática em toda a sua lavoura.>
Em 2023, o Estado liderou a safra nacional de pimenta-do-reino, sendo responsável por 60% da produção brasileira. Se fosse um país, seria o terceiro maior produtor dessa especiaria, atrás apenas do Vietnã e da Indonésia. Atualmente, é o terceiro produto mais importante da pauta de exportações do agronegócio capixaba, depois do café e da celulose. O levantamento prévio realizado pela Seag aponta que, em 2023, a produção atingiu 78.979 toneladas, um aumento de 3,20% em relação ao ano anterior.>
O Painel Agro, que apresenta dados da produção agropecuária no Estado, mostra que o valor total da produção de especiarias passou de R$ 1 bilhão em 2022. Esse número representa um crescimento que pode ser considerado surpreendente em dez anos, uma vez que, em 2011, o resultado obtido foi de R$ 140 milhões, quase dez vezes menor.>
Foi o valor total da produção de especiarias no ES em 2022
“Hoje, no Estado, temos basicamente a pimenta-do-reino, que corresponde a mais de 90% da produção de especiarias; a pimenta-rosa, conhecida também como aroeira, mas numa produção menor e bem concentrada aqui na região litorânea, no Norte do Estado; e o gengibre”, explica Trevizani.>
Em 2022, a produção de pimenta-do-reino passou de 76 toneladas em 19,4 hectares de área plantada. Quanto ao gengibre, a safra atingiu quase 60 toneladas em 1,1 hectare de área plantada. Apesar de ser um tubérculo, entra na linha de condimentares e pode ser considerado uma especiaria. >
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