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Publicado em 10 de maio de 2022 às 13:34
A dificuldade para obter mão de obra local para a colheita do café no Espírito Santo, além de poder atrasar o processo, faz com que produtores capixabas busquem contratações de fora do estado, muitas vezes sem referências a respeito do novo funcionário, o que acende o alerta também sobre a segurança da comunidade.>
O Espírito Santo tem a maior área de cultivo de café conilon do Brasil. Segundo a Superintendência Regional do Trabalho no Espírito Santo, para a safra de 2022 são esperados de 24 a 30 mil trabalhadores de fora do Estado, para uma produção total de 11 milhões e 600 mil sacas neste ano, de acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).>
O produtor cafeeiro Douglas Peruch, de Linhares, no Norte do ES, espera que a próxima colheita ocorra ainda neste mês de maio. Algumas das etapas serão mecanizadas, mas boa parte ainda precisa ser manual. A escassez de mão de obra local geral a necessidade das contratações de fora.>
“Já é costume nosso, todo ano, trazer amigos ou parentes de funcionários que estão em Alagoas, fica melhor para gente. Essa harmonia tem funcionado”, disse Douglas.>
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Na hora de contratar pessoas de outros estados, a dificuldade encontrada pelos donos de fazenda é saber se o trabalhador não tem antecedentes criminais e se está com o nome regularizado, para evitar problemas futuros.>
O presidente do Sindicato Rural de Linhares, Antônio Robert Bourguignon, explica que o sistema do sindicato possibilita que os produtores realizem de forma anônima a checagem de novos funcionários.>
“Digamos que ele não queira se expor, ele pode nos procurar. O sindicato, como entidade, vai juntar os dados dos contratados e se certificar com a polícia, assim o produtor fica totalmente anônimo, sem ser notado por ninguém”, diz.>
O delegado da Polícia Civil em Linhares, Fabrício Lucindo, pede para que os agricultores capixabas fiquem atentos e procurem as autoridades para se certificar a respeito de quem estão levando para dentro das propriedades.>
“Sempre oriento os produtores rurais para que peguem cópia pelo menos da identidade da pessoa que está contratando. Depois disso, se quiser fazer um trabalho de consulta junto à Polícia Civil, pode nos procurar. Temos todo o interesse de atender o produtor rural”, afirmou o delegado. >
A falta de um documento de identificação oficial pode dificultar até mesmo futuras investigações da polícia, caso sejam necessárias, por isso a atenção a esse monitoramento deve ser reforçada.>
“Muitos casos de roubos, furtos, homicídios, estupros e outros crimes, quando a investigação inicia, nós procuramos saber onde o suspeito trabalhou, vamos ao local, mas o produtor rural não tem documento nenhum do ex-funcionário. É importantíssimo ter o nome da pessoa que está sendo contratada”, salientou Fabrício.>
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