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'Sob Pressão - Covid' é duro, mas esperançoso, diz Marjorie Estiano

'Sob Pressão - Covid' é duro, mas esperançoso, diz Marjorie Estiano

Atriz que dá vida à médica Carolina na série da Globo diz que episódios, que estreiam nesta terça (6), são homenagem aos profissionais da saúde na linha de frente contra o coronavírus

Publicado em 6 de outubro de 2020 às 08:00

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Mauro (David Junior), Carolina (Marjorie Estiano) e Evandro (Julio Andrade) atendem paciente no Hospital de Campanha cenográfico de 'Sob Pressão', montado nos Estúdios Globo
Mauro (David Junior), Carolina (Marjorie Estiano) e Evandro (Julio Andrade) atendem paciente no Hospital de Campanha cenográfico de 'Sob Pressão', montado nos Estúdios Globo. (Globo/João Faissal)

Marjorie Estiano volta aos episódios de "Sob Pressão" (TV Globo) dando vida à médica Carolina nesta terça (6) e na próxima (13), quando vão ao ar episódios da série especial que vai mostrar o combate à Covid-19 no Brasil.

Na perspectiva dos profissionais da saúde, a atriz destaca que as cenas, que se passam em um hospital de campanha do Rio de Janeiro, refletem medo, sofrimento e dureza. Mas acalentam: "São cenas duras, mas esperançosas". E continua: "Os dois episódios retratam o período de subida da curva, quando a gente começa a entender que o número de doentes cresce exponencialmente. Acho que o que se destaca é o momento de perplexidade diante do vírus".

Para a atriz, outro aspecto que se destaca é o empenho dos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais que atuaram na linha de frente do coronavírus no País. "Eu gostaria que grande parte dos médicos se sentisse representada. O Brasil tem vários 'Brasis' com realidades distintas, mas, de alguma forma, essa (realidade) que a gente apresentou talvez englobe a maior parte da realidade dos profissionais da saúde pública", defende, em entrevista ao Divirta-se.

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Fizemos o 'Sob Pressão - Plantão Covid' com muita admiração e respeito aos profissionais de sáude

Marjorie Estiano
Atriz
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Marjorie ainda corrobora: "O que a gente vê é que é muito trabalho. O mundo médico dentro da pandemia é inaugural para todos. E acho que é um marco na carreira de qualquer profissional da saúde, porque é absolutamente inédito para várias gerações".

MISSÃO HUMANITÁRIA

Na série, Carolina (Marjorie Estiano) e Evandro (Julio Andrade) são convocados a voltar ao Rio de Janeiro após um período em missão humanitária pelo interior do Brasil.  A dupla é chamada rapidamente pelo doutor Décio (Bruno Garcia) para trabalharem em um hospital de campanha no Rio.

Nos dois episódios, são narradas histórias de pacientes que enfrentam a doença misteriosa e os dramas pessoais e profissionais de cada uma das personagens. Essas características, principalmente retratando o corpo de médicos da série, vai fazer com que os doutores sejam mostrados "por trás da máscara".

"Eu diria que a Carolina não tem máscara (risos). Ela é muito transparente e acho que ela não se protege. E isso tem consequências, desgaste, sofrimento... Porque é uma auto-proteção necessária para a gente não sofrer. E acho que ela não tem", confidencia.

Durante o bate-papo, a atriz também falou de expectativa do público com os episódios da série e adiantou detalhes de suas impressões sobre as filmagens, bastidores e acontecimentos do "Sob Pressão - Plantão Covid".

Carolina (Marjorie Estiano) em Sob Pressão - Plantão Covid
Carolina (Marjorie Estiano) em Sob Pressão - Plantão Covid. (Globo/João Faissal)
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    Foi muito rápido. Entre decidir fazer e a gente começar a filmar, para nós atores, teve um período de 15 dias. Sei que o Lucas, que é o roteirista, escreveu em dois meses. Mas foi tudo muito rápido e nossa preparação já vinha acontecendo desde o início do 'Sob Pressão', porque não pegamos personagem do nada, já conhecíamos a personagem. E tinha esse mundo especial e específico da Covid, do hospital de campanha... E também estudamos sobre isso o ano todo, o mundo inteiro está com informação sobre isso. A imprensa estava toda voltada para esse tema, então tinha uma riqueza grande de material com perspectiva dos médicos, dos pacientes, dos familiares... E aqui no Brasil não foi diferente.

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    Nos servimos desse material, que já era oferecido para gente, e que também nos informava sobre o que estava acontecendo. Mas tivemos auxílio de um médico que preparou para gente uma apresentação, inclusive com registros que ele mesmo fez do trabalho dele, da equipe que ele tinha... Acho que a perspectiva nossa sempre foi muito sensível.

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    Acho que eles teriam mais propriedade para te falar isso. Mas o que a gente vê é que é muito trabalho. O mundo médico dentro da pandemia é inaugural para todos eles. Acho que é um marco na carreira de qualquer profissional da saúde, porque é absolutamente inédito para várias gerações. Certamente isso vai ficar para a vida, para o ponto alto da carreira no sentido da experiência histórica. E tudo isso dentro da realidade que a gente já conhece.

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A desinformação é um mal contemporâneo. O que a gente vive em alta é a fake news

Marjorie Estiano
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    A dificuldade de compreensão de como lidar, a informação truncada... Governo fala uma coisa, médicos falam outra e a gente aprendendo a lidar com esse vírus que é totalmente desconhecido. Para os profissionais, não ter uma resposta, deve ser angustiante porque são essas pessoas que nos trazem respostas que não tinham no momento. A importância das equipes também se destaca na série nesse sentido. Cada integrante em sua função e um clima de cooperatividade muito forte.

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    Acho que minha perspectiva do 'Sob Pressão' é que ele se propõe a espelhar a realidade. Então a crítica, a denúncia se faz quase que involuntária. Porque se você mostra a realidade como é, sem maquiar, sem fazer de conta, mostra ela na beleza e na dureza de tudo o que acontece aqui. Acho que a crítica e denúncia ficam muito para o olho do espectador, que começa a ver aquilo ali para um viés diferente do que eram os jornais. O 'Sob Pressão' foi abrindo esse universo médico para muita gente. Você compreende a questão da saúde pública e acho que esses episódios especiais, além de espelharem a realidade, são uma homenagem aos profissionais.

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    Os dois episódios são no período de subida da curva, quando a gente começa a entender que o número de doentes cresce exponencialmente. Acho que o que se destaca é o momento de perplexidade, da exposição ao vírus... Tanto dos médicos quanto dos pacientes. Surpreendente é a compreensão de como é esse vírus.

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    Foi muito duro porque tudo que a gente está vivendo traz muito medo, muita incerteza, muito sofrimento... Um sofrimento vivido e assistido. E estar vivendo isso na sua vida e filmando isso, também, é muito difícil porque nosso trabalho, nosso material é emoção. Então a gente precisa ter um terreno mais estável, mais firme, e isso era um desafio diário. Está todo mundo vivendo essa realidade e cada um lida de uma forma. Conseguir conciliar tudo isso, criar essa harmonia para contar a história foi um desafio diário e constante.

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Acho que o fato de ainda estar vivendo a pandemia e falando sobre ela, é um momento muito inspirador. A pandemia ainda está em curso

Marjorie Estiano
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    Eu responderia que ela não tem máscara (risos). A Carolina é muito transparente e acho que ela não se protege. E isso tem consequências, desgaste, sofrimento... Porque essa auto-proteção é necessária para a gente não sofrer tanto. E acho que ela não tem, não usa esse recurso. Acho que ela é uma pessoa admirável, de uma humanidade, sensibilidade, um comprometimento inspirador.

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    Eu gostaria que grande parte dos médicos se sentisse representada. O Brasil tem vários 'Brasis' com realidades distintas, mas acho que de alguma forma essa, que a gente apresentou, talvez englobe a maior parte da realidade dos profissionais da saúde pública. E fizemos com muita admiração e respeito

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    A população em geral, os que já gostam de 'Sob Pressão' estão loucos para ver e já amando sem nem terem visto (risos). Os que não gostam, não vão assistir, porque o 'Sob Pressão' continua sendo o mesmo. Os que cruzarem com o 'Sob Pressão' podem se interessar. São episódios muito duros, mas esperançosos. Acho que o que mais impulsiona a gente nesses momentos é ver a esperança e não sofrimento.

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    Como a gente está retratando o início da subida da curva, a gente fala muito sobre isso. A maneira que não se sabe como o vírus se comporta. Então acho que pode relembrar, servir como alerta nesse sentido. Como são muitos meses que a gente está nessa realidade, já passamos pelo auge do medo e daqui a pouco entramos em uma rotina com o vírus que não mudou seu comportamento, mesmo continuando não tendo tratamento. A gente só sabe com mais clareza como ele se espalha. Então, relembrar esse início pode auxiliar, trazer um pouco mais para a frente, deixar mais sensível a questão dos cuidados e do conjunto. A importância do todo para passarmos por isso.

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