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Auri transforma canções autorais em som instrumental com pegada gamer

Auri transforma canções autorais em som instrumental com pegada gamer

No novo EP da banda de Vitória, compostos por 3 faixas, os sintetizadores ganham destaque e dão vida há uma sonoridade com referência oitentista

Publicado em 8 de novembro de 2020 às 15:00

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Os integrantes Bruno Miranda (bateria); Danilo Galdino (guitarra e backing vocal); Everton Radaell (voz e guitarra); Bernardo John (baixo e backing vocal); e Thaysa Pizzolato (teclado e sintetizador), da esquerda para a direita.
Os integrantes Bruno Miranda (bateria); Danilo Galdino (guitarra e backing vocal); Everton Radaell (voz e guitarra); Bernardo John (baixo e backing vocal); e Thaysa Pizzolato (teclado e sintetizador), da esquerda para a direita. . (Autoretrato da banda/Divulgação)

O Espírito Santo também tem músicas ao estilo da trilha da série "Stranger Things" para chamar de suas. A banda Auri, de Vitória, traz em seu novo trabalho versões que transformam três de suas canções em instrumentais onde os jogos e as ficções científicas parecem ganhar vida através do som dos sintetizadores. O EP "Atauri", lançado no início de outubro e disponível nas plataformas digitais, tem em seu título uma mescla do nome do grupo com o do conhecido console do final dos anos 70, Atari.

Comandante dos sintetizadores e do teclado na banda, Thaysa Pizzolato conta que a ideia surgiu de algumas versões musicais que passou a fazer durante a pandemia para suas redes sociais. “No começo era meio que uma brincadeira, assim. Aí eu fui fazendo tudo em casa, porque a gente não estava se encontrando, mostrando para os meninos. Eles começaram a curtir e a gente meio que foi evoluindo a ideia", relata. 

As autorais escolhidas para integrar o trabalho foram "Quintal", "Cais" e "Homem de Lata" e a musicista explica as escolhas: "Como as músicas foram desconstruídas, achamos que algumas delas iriam combinar mais do que outras à própria harmonia, linguagem da música e tal...“.

Pizzolato declara que nas referências de Atauri estão a sonoridade de games antigos, que utilizavam o ritmo denominado 8-beat em suas trilhas, como o clássico Mário, da Nintendo. “Tem muita referência do retrowave também, que é tipo um som dos anos oitenta, mas com uma produção um pouco mais moderna”, adiciona, contando que dentro desse gênero musical, também conhecido como shynthwave, costuma escutar bastante SURVIVE, dupla composta por Michael Stein  eKyle Dixon, responsáveis pela trilha do "Stranger Things".

No novo trabalho, as canções da banda de rock que mescla também pop, indie e outros gêneros, além de terem sido reinventadas,  ganharam videoclipes especiais. “A gente fez um rolê improvisado. Eu peguei alguns consoles de videogame antigos que tinha aqui em casa e foi assim, mais para não passar em branco e complementar a linguagem estética sonora do EP também”, explica o vocalista e guitarrista Everton Radaell, responsável pela produção audiovisual do grupo.

Os clipes mostram um ambiente do quarto do músico  adornado com objetos retrôs, com jogos passando na TV. As peças audiovisuais acompanham a proposta dos arranjos eletrônicos e fazem o público embarcar no ‘universo paralelo da Auri’, como bem descreve Thaysa o Atauri.

"Como esse EP tem um formato que foge totalmente do nosso modo convencional de fazer música, a gente pensa em usar essas músicas de uma maneira alternativa", explica Radaell sobre como pensam e utilizar os novos trabalhos, detalhando que os rearranjos podem vir a ser fundo de vídeos para o canal da banda no YouTube ou mesmo utilizadas em transições mais elaboradas em shows.

A respeito da recepção do público, Everton e Thaysa declaram que o novo EP, que julgam como uma espécie de trabalho bônus, acabou atraindo novas pessoas para o grupo dos que escutam suas produções. “Como a linguagem é diferente, realmente acaba atingindo outras pessoas”, enfatiza a tecladista, feliz com o feedback que têm recebido.

NOVAS PRODUÇÕES

Tendo o álbum “Resiliência” (2017) e os singles “Futuro” (2016) e “Quintal” (2019) lançados, para além do EP Atauri, o quintento já tem outros planos em ação. O grupo já estava produzindo canções antes da pandemia, que apesar do hiato gerado pela quarentena, ganharam continuidade em seu desenvolvimento, como garante Radaell.   

“O nosso plano agora é lançar músicas novas, do novo EP. Acredito que a primeira dessa leva de músicas novas deve sair ou no final desse ano ou no início do ano que vem. A gente tem que gravar clipe, ver toda a logística, mas é isso” adianta. 

TRABALHO SOLO

Thaysa, que esteve fazendo experimentos musicais durante a quarentena, acabou por desenvolver um trabalho solo. “Na pandemia, como não teve show, eu acabei ficando com um tempo e eu falei ‘Ah, vou tentar produzir alguma coisa minha’”.

A tecladista e integrante da banda Auri Thaysa Pesollato
A tecladista e integrante da banda Auri Thaysa Pizzolato. (Bernardo John/Divulgação)

Ela conta que começou a fazer vídeos sem pretenções no Instagram e os seus seguidores começaram a pedir um trabalho especial para as produções. Assim nasceu o EP “Low Hipe Machine”, que já tem duas de suas seis faixas disponíveis nas plataformas digitais, “Runaway” e “Fly Girl, Fly”. O trabalho na íntegra estará disponível no dia 11 de novembro.

“Foi a primeira vez que eu parei para fazer uma coisa minha. É diferente”, pontua. Sobre a recepção dos colegas da Auri sobre a sua produção, Thaysa conta que os outros integrantes estão dando a ela bastante força: "Apesar de ser um projeto 'solo', tem algumas pessoas da Auri ativamente envolvidas também. O Bernardo John tá fazendo a mix e master do EP e o Ton fazendo algumas artes e vídeos pra esse trabalho também."

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*Sara Bichara é estagiária da Rede Gazeta, sob orientação do editor Erik Oakes.

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