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Aquiles Reis, integrante do MPB4, é o novo colunista do Divirta-se

Aquiles Reis, integrante do MPB4, é o novo colunista do Divirta-se

Músico irá falar sobre lançamentos de CDs em seus textos, que serão publicados sempre às terças-feiras

Publicado em 1 de junho de 2020 às 09:01

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Aquiles Reis
Integrante da banda MPB4 e colunista da Gazeta, Aquiles Reis. (Reprodução/ Facebook Aquiles Reis)

Integrante do grupo musical MPB4, Aquiles Reis estreará uma coluna no Divirta-se na próxima terça-feira, 2 de junho. Cantor com mais de 50 anos na estrada da música, ele falará sobre música em seus textos. A ênfase será nos novos discos independentes.

Reis conta que é uma tentativa de dar espaço para um tipo de música que não tem mais abertura. Adiciona que obras dos veteranos do ramo também serão contempladas. “Muitas pessoas não têm como mostrar o seu trabalho”, afirma.

O artista relata que, por saberem que escreve colunas, os artistas mandam inúmeros CDs para ele, ávidos com a expectativa de terem seu trabalho reconhecido. “Levo isso com prazer, já boto em ação esse tipo de escrita há uns quinze anos pelo menos.” explica Reis.

O vocalista e colunista - que, inclusive, já escreveu para o extinto Caderno 2, de A Gazeta - declara que tem a possibilidade de ajudar músicos de grande valor, mas que ficam invisíveis. “Ninguém ouve, porque a rádio não vai tocar. Ninguém vê, porque a TV não vai mostrar”, enfatiza.

CARREIRA

Aquiles Reis é a terceira voz do grupo MPB4. Seu último álbum foi lançado em 2016, “O Sonho, a Vida, a Roda Viva!”. Um DVD  do CD foi feito em comemoração aos 50 anos do grupo.

Reis conta que a formação musical começou a partir do grupo chamado CPC (Centro Popular de Cultura), de Niterói (RJ), uma organização ligada à União Nacional dos Estudantes (UNE), criada em 1962. O primeiro a entrar no que se chamaria MPB4 foi Miltinho, depois Reis e, na sequência, Ruy Faria e o Magro. “Isso foi antes do golpe de 64. Quando houve o golpe, os CPCs tiveram que encerrar as atividades, aí ficou aquele quarteto”, relembra o cantor.

O grupo, que fez grande sucesso no país tocando MPB e samba, saiu de Niterói (RJ), para tentar a sorte na grande São Paulo. Reis informa que o objetivo era cantar no programa "O Fino da Bossa". A atração de TV ao vivo era apresentada pela cantora Elis Regina e Jair Rodrigues, que recebiam grandes nomes do cenário musical, como Tom Jobim e Dorival Caymmi. “A gente assistia ele com avidez”, comenta  Reis. 

Após conseguirem o feito de cantar ao lado do ícone da música brasileira, Elis, com a ajuda de Chico de Assis, a carreira do grupo deslanchou e não faltavam convites para participações em programas de TV e rádio. “É uma vida dedicada à música. Dá orgulho de olhar para trás e ver que já andamos de lá para cá”, ressalta o cantor ao pontuar que poucos tem essa oportunidade.

TEMPOS DIFÍCEIS

A respeito dos tempos atuais, Aquiles Reis lamenta o problema da pandemia. Outro ponto que ressalta é a atuação do presidente da República. “É lamentável, ele está sendo quase como um genocida. Muitos pretos e pobres irão morrer”, revolta-se o cantor comovido.

Devido aos problemas causados pela disseminação do novo coronavírus, o artista está organizando uma campanha para angariar dinheiro para os músicos. “É uma categoria que todo mundo é autônomo, todos estão sem emprego”, exalta.

MPB4

Com a necessidade do isolamento social, a banda MPB4 não está ensaiando, tudo tem sido feito somente pelo telefone e computador. Reis compartilha que o meio que acharam para conseguir algum dinheiro foi criando o que chamam de coletivo MPB4: uma live que fizeram antes da quarentena, que contou com contribuições voluntárias dos fãs.

Reis enxerga a união como meio de promover a solidariedade e declarou que está tentando contato com músicos de grande visibilidade para auxiliar na mobilização. “O foco é fazer uma live patrocinada, para realizar a arrecadação”, esclarece.

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“Nós sempre fomos engajados na tentativa de combater a desigualdade no Brasil e se solidarizar, continuamos com a mesma disposição, só que agora com uma dificuldade dobrada”, expõe sobre o posicionamento do grupo musical.

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