Solidariedade encurta a distância entre Manaus e Serra

Recepção dos 36 pacientes de Manaus no Estado mostra uma cooperação que tem muito a ensinar à sociedade no atual estágio da pandemia

Publicado em 22/01/2021 às 15h45
Transferência
Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, recebe trinta e seis pacientes com Covid-19 vindos de Manaus. Crédito: Fernando Madeira

Em uma linha reta no mapa, a Serra fica a 2,8 mil quilômetros de Manaus. Na prática, essa distância por terra é consideravelmente mais longa, pelas características da rota disponível: 4,3 mil quilômetros. Há muito Brasil entre as duas cidades, como se pode ver, mas elas nunca estiveram tão próximas quanto agora, unidas pela solidariedade. 

chegada dos 36 pacientes de Covid-19 do Amazonas ao Hospital Jayme Santos Neves nutre sentimentos antagônicos: a indignação pela crise de abastecimento de oxigênio no Estado do Norte do país e a satisfação por saber que, de alguma forma, algo está sendo feito para reduzir esse drama.

O Espírito Santo abriu suas portas com responsabilidade: é justamente a gestão hospitalar de qualidade praticada pelo governo estadual que está permitindo esse gesto, que enche de esperança as 36 pessoas que dependem de tratamento e seus familiares e amigos que ficaram no Amazonas. Se houvesse qualquer possibilidade de colapso no sistema de saúde estadual, neste momento, essa ajuda substancial não seria possível.

As redes sociais deste jornal têm testemunhado a gratidão do povo amazonense. "Atitude linda e louvável. Meu sogro está entre estes pacientes transferidos hoje para o Espírito Santo. Nosso coração está grato e cheio de esperança de que ele retornará com saúde", agradece Jessica Ramos, no Instagram. Mensagens de amazonenses que moram no Espírito Santo também são emocionadas. E os capixabas retribuem à altura: "Sejam bem-vindos. E que encontrem a vitória por aqui", disse Fábio Anselmo, na mesma plataforma.

Essa conexão circunstancial, movida por uma situação trágica, expõe a força da solidariedade. A mobilização estadual não envolve somente as autoridades públicas, mas sobretudo os profissionais de saúde e das cadeias ligadas ao setor, mostrando uma dedicação aos valores mais essenciais da medicina e da enfermaria.

É uma cooperação que pode ensinar muito sobre o atual estágio da pandemia: precisamos cuidar uns dos outros, não somente dentro de um hospital, mas nas atitudes mais básicas do dia a dia. Evitar a Covid-19, usando máscara e mantendo o distanciamento social, é uma prova de amor por si mesmo e pelo outro. É o estágio mais elevado da colaboração em sociedade.

A recepção dos pacientes do Amazonas é um alento. Uma dose de esperança. Por um momento, a negligência das autoridades, o egoísmo de pessoas que furam a fila da vacina, a ignorância dos negacionistas, a falta de caráter dos que disseminam desinformação... todo absurdo que vem atordoando o equilíbrio esperado da vida em sociedade fica pequeno diante do potencial de humanidade que ainda resiste dentro de cada um. O Espírito Santo, de corpo e alma, enche de orgulho quem nasceu aqui ou escolheu esta terra para viver. 

Saúde aos pacientes do Amazonas!

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