
A redução de homicídios é o principal parâmetro para medir o sucesso das estratégias de segurança pública, e não há nada mais significativo do que acumular dias, semanas e meses sem que esse crime seja cometido. Em Vitória, são 50 dias sem nenhum registro. Pela primeira vez, desde o início da série histórica em 1996, o município conseguiu atravessar um mês (no caso, o de abril), sem nenhuma pessoa assassinada.
Vidas poupadas da violência, de forma consistente, são o maior êxito possível, porque indicam mais tranquilidade para a população, além da eficiência do controle social. O governo estadual colhe os resultados dos investimentos em segurança pública, bem como a prefeitura, com suas responsabilidades conexas, na educação, saúde, assistência social e infraestrutura urbana. Esse resultado de Vitória mostra o peso da sinergia: a atuação conjunta da Polícia Militar e da Guarda Municipal em tantas ocorrências são um exemplo concreto disso.
Os bons resultados não surgem de disputas por protagonismo, mas da plena consciência do papel do Estado e do município no combate a um problema que afeta a todos e, portanto, deve ser compartilhado. E os resultados estão aparecendo: no ano passado, Vitória registrou o menor número de homicídios em oito anos: foram 55 registros em 2024, uma queda considerável em relação ao ano anterior, 2023, com 85 assassinatos. O número só não foi melhor que o de 2016, quando foram registrados 51 homicídios.
A manutenção das estratégias que estão dando resultados, sobretudo quando se sabe que a maior parte desses crimes se relaciona com o tráfico de drogas, bem como a adoção de novos métodos para conseguir ainda mais eficiência nesse enfrentamento têm o potencial de fazer esses números continuarem despencando.
As cenas de tiroteios e ônibus queimados, registradas no mês março, mostram o tamanho do desafio de segurança pública na Capital, assim como os crimes patrimoniais que acentuam a sensação de insegurança. Os 50 dias sem assassinatos merecem e devem ser celebrados, é um marco para a cidade que serve de exemplo para todo o Espírito Santo. Mas o trabalho não para.
LEIA MAIS EDITORIAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.