Porto Central em Presidente Kennedy já ficou tempo demais a ver navios

As idas e vindas foram muitas. Uma novela não muito distinta de outras obras de infraestrutura no Espírito Santo que encontram pelo caminho obstáculos burocráticos e dificuldades de investimento

Publicado em 16/05/2023 às 01h00
Porto
Perspectiva do Porto Central, em Presidente Kennedy. Crédito: Porto Central/Divulgação

Não é por pouco que a notícia da assinatura da licença de instalação do Porto Central, em Presidente Kennedy, tenha atraído a atenção de tantos capixabas nos últimos dias. É  a sinalização de que um empreendimento muito aguardado, com capacidade de gerar empregos e transformar a economia no Sul do Estado, pode estar começando a deixar de ser uma mera projeção do powerpoint para se tornar realidade. 

Qualquer otimismo, contudo, acaba tropeçando no próprio histórico do projeto. Lançado com pompa, circunstância e muita expectativa em 2012, o porto-indústria privado — com uma retroárea de cerca de 10 milhões de metros quadrados, sem limitação de profundidade — teve inauguração programada para 2015. 

Oito anos depois, ainda não saiu do papel. As idas e vindas foram muitas. Uma novela não muito distinta de outras obras de infraestrutura no Espírito Santo que encontram pelo caminho obstáculos burocráticos e dificuldades de investimento e melhorias logísticas. Projetos que acabam entrando para o imaginário popular como intermináveis, isso quando conseguem ser iniciados.

Os trunfos do Porto Central sempre encheram os olhos: com posição privilegiada, perto dos grandes centros produtores de petróleo no país, estrategicamente aberto para Estados Unidos e Europa. Uma construção que vai modernizar a infraestrutura portuária capixaba e torná-la mais competitiva, atraindo não só a indústria de petróleo e gás, como siderúrgicas, rochas ornamentais e mineradoras.

Há quase dez anos, as expectativas são de criação de um ecossistema industrial no local, tendo por eixo também  a construção da  EF-118, ferrovia ainda no papel que vai ligar Vitória ao Rio de Janeiro. Outra novela acompanhada com ansiedade pelos capixabas.

Muito se fala também de projetos de geração de energia renovável (solar e eólica) e o hidrogênio verde (produção e distribuição).  Iniciativas antenadas com o que há de mais atual em sustentabilidade, merecedoras de aplausos. O desafio continua sendo a concretização de tudo isso. O Porto Central está há tempo demais a ver navios.

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